3. APONTAMENTO DE
BRASILINO GODINHO
26 de Outubro de 2017
23 DE SETEMBRO DE 2017, EM LISBOA
UM CLARÃO RAPIDAMENTE EXTINTO
Brasilino Godinho
Em Lisboa, no dia 23 de Setembro
de 2017, do nada, surgiu um clarão de esperança que brilhou no horizonte das vidas
dos idosos de Portugal.
Hoje, decorrido um mês, damo-nos
conta de que, qual fogo-fátuo, essa luz intensa se extinguiu rapidamente ou
terá sido absorvida pela espessa neblina pairando sobre as sete colinas da
alfacinha capital. Até, talvez, encoberta definitivamente pelas escuras fumaças
que sucessivamente acumuladas, se hão concentrado entre os Passos Perdidos do
Largo de S. Bento e as jardinagens de Belém, na sobredita capital da nossa
desventura colectiva.
A referida claridade vimo-la, na
província, reflectida em letra-de-forma por obra e graça dos 50 países reunidos
- em solo lisboeta - por iniciativa da Comissão Económica das Nações Unidas
para a Europa (UNECE).
Foi-lhe dada a designação de
DECLARAÇÃO DE LISBOA.
Pela DECLARAÇÃO DE LISBOA:
- Os 50 países comprometem-se a
desenvolver estratégias que valorizem a
experiência das pessoas mais velhas e a promover esquemas flexíveis
de reforma que lhes permitam permanecer mais tempo no mercado de trabalho. São
prioridades que devem ser tidas em conta ao longo dos próximos cinco anos.
- Os 50 países reconhecem que há uma relação entre o envelhecimento da população e o
desenvolvimento económico, social e ambiental. E é com base nesse pressuposto que se
desdobram os compromissos assumidos em três áreas fundamentais: reconhecer o potencial das pessoas mais velhas,
incentivar a sua permanência no mercado de trabalho e assegurar o
envelhecimento com dignidade”.
-
Os 50 países afirmam a necessidade de salvaguardar os direitos da pessoa
idosa”.
Afirmação do ministro português
Vieira da Silva: “A integração das pessoas
menos jovens deixou de ser apenas um objectivo político ou um imperativo de
realização dos direitos humanos, passou a ser uma necessidade da nossa
economia”.
Comentário de Brasilino Godinho:
Quem tem lido regularmente e com
atenção as minhas crónicas, ao longo dos anos, ter-se-á apercebido que tais
proposições finais do encontro da UNECE correspondem inteiramente a tudo aquilo
que venho defendendo em prol da causa dos idosos e em que evidencio a suprema
conveniência e grande utilidade pública das suas experiências de vida, das suas
competências e, por vezes, dos seus invulgares saberes e em se admitir e
valorizar as suas participações no normal fluir e regular desenvolvimento da
sociedade.
Pessoalmente e decorrente do
facto de estar procurando emprego, decerto que serei um dos primeiros idosos
que porão à prova a seriedade e o alcance da Declaração de Lisboa. Outrossim
relativamente ao espírito e objectividade com que as entidades (oficiais e particulares)
a vão acatar, cumprir e fazer cumprir.
O precedente comentário foi
escrito no dia 23 de Setembro de 2017. Mas hoje necessita de actualização e
correcção. Quer uma, quer outra, formalizadas no título e nos dois primeiros
parágrafos do presente escrito.
E, assim, em tão curta distância
temporal (um mês) lá se foi encaminhado para a profundeza dos infernos o “imperativo de realização dos direitos humanos,
de que falava o actual ministro da Segurança Social, Vieira da Silva.
0 Comentários:
Enviar um comentário
<< Página Principal