A GRANDE AMEAÇA DO MOMENTO
Enquanto pensam combater os incêndios
florestais,
esquecem-se da prevenção dos fogos e
enxurradas…
Brasilino Godinho
01. Acabo de reler as medidas
anunciadas pelo governo para combater os fogos nas florestas nacionais.
Receio que seja precipitado foguetório
para iluminar o enevoado céu do desespero nacional.
Fico apreensivo por nelas se dar
como institucionalizada a ocorrência dos incendimentos florestais, qual
fatalidade a que nem se oporá grande resistência.
É incrível que mais do que a
prevalência de instrumentos e meios tendentes a exercitar e intensificar as
práticas da prevenção, outros, em alternativa, sejam criados quase que
exclusivamente destinados a combater os incêndios florestais.
Assim, parece que o governo
desistiu da prevenção no convencimento de que, à cadência de motu contínuo, virão os fogos; os quais,
apropriadamente, abrirão espaços justificativos dos avultados custos para o
Erário e contribuintes, decorrentes da estrutura operacional ora criada e da
continuada ocorrência de incendimentos florestais.
02. Incrível o “esquecimento” - ou a indiferença - do
governo relativamente a medidas preventivas quanto às previsíveis inundações e
enxurradas que a Natureza já tem em agenda para o próximo inverno.
Questiono: Face à devastação que
houve, ainda haverá muita floresta para arder? Até por tal circunstância de
poucas matas existentes, é de crer que em 2018 sejam possíveis alguns
vitoriosos combates aos incêndios; que, afinal, serão outros tantos fogos-fátuos
a exibir junto ao crédulo público.
Mas, atenção! A prevenção (seja
de incendimentos, seja de enxurradas) continuará sendo assunto tabu para os
governos e câmaras municipais de Portugal? Porquê?
Nota importante: Na maioria das cidades
e vilas de Portugal as redes de esgotos de águas pluviais não estão
suficientemente dimensionadas para escoar as grandes chuvadas críticas; nos
rios, ribeiras e regatos, rapidamente as águas transbordam dos leitos, devido à
quantidade de detritos que obstruem a regular fluidez dos caudais (então
sobejamente demonstrada a gritante falta de guarda-rios).
Trata-se de situação preocupante que
se vai agravar no próximo inverno em consequência da erosão dos solos queimados
e das escorrências dos resíduos lenhosos ardidos; os quais, permanecem nas
vertentes dos montes e serão arrastados para os cursos de água, vindo a
provocar obstáculos ao escoamento dos caudais e, claro, as consequentes
enxurradas e grandes inundações nos campos de cultivo e nos aglomerados
populacionais.
0 Comentários:
Enviar um comentário
<< Página Principal