ONTEM HOUVE MAIS DE 500 FOGOS! POR
MAGIA? NÃO!
ALIÁS TUDO INDICA QUE POR ARTES MUI
DIABÓLICAS
Brasilino Godinho
01. O que se passou ontem,
domingo, 15 de Outubro de 2017, foi algo de esquisito, invulgar e absolutamente
contra naturam.
Não se concebe que neste mês de
Outubro, fora da época estival, num dia em que nem se registaram picos de
temperaturas bastantes elevadas (as que houve e as fortes ventanias foram
geradas pelos mais de 500 fogos dispersos pelo território nacional) tenham
ocorrido tantos e muito grandes incêndios que, na generalidade, tiveram início
de madrugada ou ao amanhecer.
Às geradas primeiras impressões
fixava-se a ideia de que Portugal era um país de pirómanos. Mas se não o é,
nele se acoitam alguns deles que vão causando grandes devastações.
Dir-se-á que por artes criminosas,
que poderíamos designar por práticas de magia negra, o país esteve configurado
numa imensa e aterradora chama.
Salta à vista ou aflora ao
entendimento que - afastada a ideia de actuação concertada de centenas de
pirómanos - as ocorrências foram da responsabilidade de gente que agiu
intencionalmente e tendo o objectivo de, deliberadamente, causar danos em
sectores vitais da economia portuguesa, prejudicar alguém ou comprometer
entidades governamentais que, nestes casos de devastação, são alvos imediatos,
fáceis e preferenciais, das invectivas populares.
A dimensão da calamidade pública
foi de tal grandeza que o país não estava preparado para lhe resistir, nem
houve meios suficientes para a enfrentar com eficácia operacional.
É de acreditar que, perante os
contornos e os meandros da calamidade dos fogos florestais, haja uma qualquer
organização que a planeou e lhe vai dando execução prática. Resta saber se com
a cumplicidade de algumas autoridades.
Uma verdade há que reter: esta
persistente actividade criminosa não pode continuar. Muito menos impune.
02. Entretanto, tenhamos presente
que as trágicas consequências dos incêndios florestais que ultimamente têm ocorrido
não se limitam à destruição das matas e do edificado, às perdas de vidas
humanas e às mortes de animais.
Há que contar que está no
horizonte a aproximação de outra grande desgraça nacional durante o próximo
inverno: as inundações dos aglomerados populacionais; as grandes cheias e as enxurradas
provocadas pelas correntes caudalosas que, vertendo das áreas ardidas das
colinas e dos montes, vão convergir sobre as albufeiras das barragens e sobre os
aquíferos, causando a poluição das águas dos abastecimentos públicos.
Por isso, vamos estar atentos às
medidas preventivas que o governo e as autarquias vão tomar quanto às
importantes matérias do bem-estar das populações e do saneamento básico das
cidades, vilas e aldeias.
P.S. Face aos trágicos acontecimentos
aqui comentados, impõe-se que, finalmente, as câmaras municipais extraiam deles
o correspondente ensinamento e, em conformidade com o mesmo, providenciem no
sentido de acabarem as situações de residências e instalações fabris estarem
envolvidas por arvoredo e matagal. Existe legislação que não tem sido cumprida
e que deveria comportar a aplicação de sanções de natureza judicial aos
autarcas negligentes e incumpridores da lei.
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