CONSIDERAÇÕES VÁRIAS SOBRE UM COMENTÁRIO
Brasilino Godinho
“SOU EUROPEÍSTA E NÃO CONCORDO COM UMA
EUROPA DE PEQUENOS ESTADOS. PRECISAMOS DE UMA EUROPA UNIDA AGORA MAIS DO QUE
NUNCA POR RAZÕES ÓBVIAS...”
Parafraseando
a precedente frase direi que, por óbvias razões, sou por uma Europa onde caibam
pequenos, médios e grandes Estados. E onde não se invalide ou impossibilite a
Europa Unida. Todos, grandes e pequenos Estados, - absolutamente todos! - têm
direito a existência digna
e livre de opressões e de arbitrariedades; estas, sempre exercidas pelos mais
fortes em relação aos mais fracos.
A
união da Europa foi ideia concebida pelo cidadão francês Abade de Saint-Pierre
que a expressou em texto designado PROJECTO PARA TORNAR PERPÉTUA A PAZ NA
EUROPA, escrito em 1713. O filósofo suíço Jean-Jacques Rousseau, por
sua vez, deu-lhe - em 1756 - divulgação através do seu estudo: EXTRACTO
E JULGAMENTO DO PROJECTO DE PAZ PERPÉTUA DE ABBÉ DE SAINT-PIERRE. Durante dois séculos a ideia de Abade
de Saint-Pierre foi considerada utópica.
No
entanto, quando terminaram as duas grandes guerras do século XX, foram criadas,
respectivamente, a Sociedade das Nações e a Organização das Nações Unidas
(ONU), ambas com recurso de aplicação das ideias de Abade de Saint-Pierre e de
Rousseau.
A
União Europeia é uma criação do pós-guerra de 1945 inspirada no PROJECTO
PARA TORNAR PERPÉTUA A PAZ NA EUROPA, tendo em vista acabar com os
conflitos no continente europeu, especialmente entre a Alemanha e a França, e
fomentar a união entre os estados europeus e a fraternidade entre os povos da
Europa, sem exclusão de nações, ditas pequenas e de média dimensão.
Isto
escrito para afirmarmos que a Europa tem de se unir e viver num estável clima
de respeito mútuo partilhado pelas nações do velho continente e com activo
repúdio por tudo que seja ofensivo do território, da dignidade, da cultura, da
língua e das condições económico-financeiras, de cada uma delas.
Tal
com sucede com uma família numerosa a União Europeia tem que se configurar como
a grande família europeia. Em condições de uma regular vivência em que todos os
seus membros desenvolvem diariamente a aprendizagem do convívio, da
consideração e do respeito, que se devem uns aos outros; e em que os mais
velhos não têm regalias ou tratamentos singulares em detrimento e humilhação
dos que são mais pequenos.
E será
sobre este prisma de fraternidade, seriedade, justiça, respeitabilidade e
compenetração moral e ética, que se alcançará o desígnio de uma Europa Unida.
Se
assim não for, os cristãos fervorosos bem poderão ir rezando pela alma do ente
colectivo ao qual, em recente data, alcunhámos de Europa Unida.
0 Comentários:
Enviar um comentário
<< Página Principal