Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

sexta-feira, outubro 27, 2017



Salve,
CATALUNHA  INDEPENDENTE!
 

Brasilino Godinho

01. Apetece-me gritar a minha saudação à nobre nação catalã.
Fosse eu figura marcante na cena nacional e com posição destacada no mundo civilizado, agora, em estado eufórico, estaria a proclamar alto e bom som, com o maior vigor e ressonância universal, o meu aplauso à corajosa acção libertadora dos catalães e a render significativa homenagem à Catalunha.

02. Nesta hora de referência histórica importa realçar que a Catalunha é nação antiga, tem ancestral território próprio, possui língua que lhe é intrínseca e conserva invulgar, rico, património cultural.

Há bastantes anos subjugada à Espanha era mais que tempo de a Nação catalã (pela segunda vez e definitivamente) se libertar e ascender de direito e de facto à plena soberania inerente a distinto Estado.
Estado que, finalmente, emerge na presente era pós-modernidade.

03. Como português regozijo-me com o acontecimento, não só por razões de respeito e compreensão pelo oprimido povo catalão, mas também não esquecendo a luta armada entre espanhóis e catalães que em 1640 se desenrolava na Catalunha – o que deu ensejo a Portugal se libertar do domínio dos Filipes de Espanha; visto o seu poder estar então muito enfraquecido e as forças armadas da realeza dispersas por várias frentes de batalha na Península Ibérica e nas Américas.

04. E desse quadro alentador para os conjurados portugueses, resultou ter Portugal conseguido restaurar a sua independência. Por isso se pode dizer que, sob certos aspectos, a Catalunha, com a sua luta, naquele tempo heróico, deu a Portugal ensejo de se libertar do domínio dos Filipes de Espanha. O que mais é valorizado pelo facto de a Espanha ter mantido a chamada Guerra da Restauração durante 28 anos e só ter reconhecido a total independência de Portugal através do Tratado de Lisboa, celebrado a 13 de Fevereiro de 1668.

05. Desta forma fica demonstrada a política de sujeição, prepotência e conquista violenta, exercida pela Espanha, ao longo dos séculos, sobre os povos que na Europa e nas Américas lhe caíram e caem na alçada ou lhe despertam cobiça e propósitos de absorção territorial.
Pela parte que nos toca directamente não esqueçamos: Aljubarrota, a Guerra da Restauração, a ocupação abusiva de Olivença (desde o Tratado de Viena, 1815) e as recentes ameaças de ocupação militar efectuadas sobre os ilhéus do Arquipélago da Madeira.

06. Chega-me a notícia da inqualificável declaração do governo português, feita esta noite, através da qual expressa apoio ao governo espanhol chefiado por Mariano Rajoy.
Mais uma vez os governantes portugueses pretenderam ser mais papistas que o Papa e, acintosamente, se mostram subservientes perante o Poder espanhol, atingindo o patamar da cobardia; e assim dando desastrada, gratuita, confirmação à memória do general Francisco Franco – o ditador que, já no leito de morte, ainda dizia que os políticos portugueses eram cobardes.

07. A verdade é que como portugueses não temos que intervir numa questão que diz respeito à Espanha e à Catalunha.
Trata-se de uma atitude do governo português que nos envergonha e que devia ser objecto de repúdio da maioria do povo português; afinal, povo que, na sucessão dos tempos, muito tem penado com as arremetidas dos castelhanos e dos seus sucessores espanhóis.

Nota marginal
Tenho, em mim, desperta uma curiosidade: os actuais governantes portugueses têm algum conhecimento - mesmo rudimentar - da História de Portugal?
Para além dos combates políticos com que se entretém, não seria de boa política combaterem a ignorância encartada, reflexa das licenciaturas arrelvadas e socráticas, e dedicarem-se ao estudo da história pátria? Talvez que não fizessem tantas asneiras, nem procedessem em detrimento da identidade nacional – o que é agravado pelo concomitante menosprezo do sentimento patriótico.