Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

terça-feira, janeiro 05, 2016



Eleição presidencial?
Ou eleição de Miss Portugal?
Brasilino Godinho
03-01-2016

Nunca se viu coisa igual em Portugal. Sou levado a pensar que jamais no Mundo.
A eleição presidencial está sendo transformada em algo absurdo e maquiavélico. À semelhança de uma eleição de Miss Portugal. Encarnada na pessoa de Marcelo Rebelo de Sousa; que admito não se sinta bem com essa figuração.
Mas a verdade é que está criado o clima, fixada a encenação e arregimentados os operadores e ajudantes das múltiplas tarefas envolvidas na difusão pública, para além da região saloia de Lisboa e arredores, da retocada imagem pictural de Marcelo Rebelo de Sousa.                                           
Hoje mesmo o jornal Público apresenta a primeira página quase exclusivamente preenchida com a fotografia de corpo inteiro de Marcelo Rebelo de Sousa, como se ele fosse candidato num concurso de beleza. Só faltou apresentarem-no de bikini o que, provavelmente, ainda causaria mais furor e fervor nos seus admiradores e amigos dos dois sexos… E também esquecido o directo, veemente, espaventoso, apelo ao voto, direccionado às claques…
Porém, o jornal não esteve com meias medidas. Simultaneamente publica uma entrevista de seis páginas, associada a um incrível e nada decente artigo de última página, extremamente demolidor para os outros candidatos. Todo um pacote jornalístico elaborado em termos de conjunção de data e de conteúdos, sob nítido intento promocional e propagandístico do candidato presidencial Marcelo.
Factos como este, não devem passar despercebidos às pessoas que navegam nas águas límpidas da transparência, da seriedade e da ética. E têm de ser denunciados urbi et orbe, por muito que isso custe a suportar ou muito incomode a quantos se comprazem nos exercícios das aparências, nas práticas das mentiras e nos arremessos das barbaridades; as quais cada vez mais se ouvem nas rádios e nas televisões e se lêem no Facebook e nas folhas avulsas dos periódicos alinhados com os expedientes e subterfúgios de grupos influentes e dominadores agregados num complexo sistema de obscura ambiência que, apoiando-se na hipocrisia funcional, os tutela e (ou) os mantêm.

A campanha eleitoral em curso está demonstrando que se desprezam ou se omitem os valores que a deviam credibilizar. Concretizando: ela ser orientada no sentido de possibilitar ao eleitorado a responsável escolha do candidato que reunisse os imprescindíveis atributos que devem ser os de um digno e respeitado Chefe de Estado. Este, Supremo Magistrado da Nação, necessariamente que tem de ser detentor de capacidade intelectual, de inquestionáveis qualidades de carácter, de seriedade, de isenção, de firmeza de convicções, e com tradição de práticas e comportamentos de inequívoca moralidade, notória prevalência ética, explícita coerência e de constante fidelidade aos ideais da República, da Democracia, compaginados com o respeito e acatamento relativos à Constituição da República Portuguesa. Mais: nele admitida a inteira observância do normativo da Declaração Universal dos Direitos do Homem.
Porém, o que vemos exposto nos mais diversos espaços mediáticos é que se procura incutir nos eleitores outras condicionantes da eleição, bastante primárias e redutoras, como sejam: os graus de simpatia e de conhecimento pessoal muitas vezes adquirido pelas ocasionais audições e visualizações das conversas do ex-comentador televisivo Marcelo, nos vários órgãos de comunicação social.
Estar isto acontecendo em Portugal, é um drama nacional. Uma intolerável aberração cívica. Um vergonhoso atraso cultural de um muito antigo Estado/Nação, integrante da Europa. A caracterizar um Estado de Terceiro Mundo.


Nesta foto de primeira página do Público, antes citada, se confirma o nosso vaticínio, repetidamente anotado em textos de opinião, de que Marcelo, se for eleito, vai levar à cena - no Palácio de Belém e protagonizar, com recurso a linguagem gestual de muitos sorrisos, trejeitos e piscar de olhos direccionado para o sector chique da plateia - seleccionadas peças de teatro ligeiro de textura político/partidária de que, como consagrado artista, tem larga experiência de muitos anos de representações nos estúdios das Televisões…
Importa destacar que Marcelo nunca foi cultor de teatro clássico. A sua inclinação é toda para a comédia ligeira muito do agrado e aceitação dos seus indefectíveis admiradores e correligionários… Claro que dessa predisposição e contínua prática tem recolhido grandes e sonantes proventos materiais e fecundos índices de popularidade. Aliás, geridos intensamente, em crescendo operacional, pelos afeiçoados técnicos das sondagens e pelos compinchas profissionais dos órgãos de comunicação social.
Fim