CANDIDATO
MARCELO NA ESPLENDIDEZ
DA
SUA NOTORIEDADE…
CONFESSO
DE UM ENGANO.
INCONFESSO
DE MUITOS ENGANOS.
Brasilino Godinho
31-12-2015
01. Candidato Marcelo, confesso de um engano
Hoje, o candidato presidencial Marcelo Rebelo de Sousa, em
Albufeira, confessou aos jornalistas que se enganou quando o ano passado deu
parecer, no seu privativo espaço da TVI, de que a Banca estava em normal
situação de funcionamento e oferecia segurança às respectivas clientelas quanto
aos depósitos bancários. Aliás um parecer que foi reforçado, veementemente, pelo
venerando presidente Cavaco Silva que, como consta da história portuguesa das
últimas décadas (desde os anos setenta do século passado), foi beneficiário da
diligente promoção, do contínuo apoio e de esforçada sustentação, por parte do
próprio comentador Marcelo.
Se bem concluo, o candidato Marcelo ter-se-á esquecido de
apontar ao ex-comentador Marcelo, as responsabilidades que lhe cabem por ter
induzido em erro milhares de clientes dos bancos falidos que, acreditando nas
palavras melífluas das conversas da treta marcelina, foram arrastados para a
miséria.
E o que sucedeu com o engano agora confessado pelo candidato
Marcelo que, face aos lusos costumes de impunidade, infelizmente em nada
alteram os dramas de milhares de cidadãos, não é mais que a demonstração
trágica do que têm sido os trabalhos
do comentador Marcelo de manipulação dos milhões de portugueses seguidores das
conversas marcelinas por muitos anos tidas nas televisões.
E o que tem sido, ao longo de dilatados anos, esta campanha
marcelista de embuste e de erros é mau prenúncio do que virá a suceder,
eventualmente, de incoerente e maléfico, na escolha populacional do p.f. dia 24
do mês corrente, se ela recair no candidato do PSD e do CDS - Marcelo.
02.
Candidato Marcelo inconfesso de muitos enganos…
Se nesta data o candidato Marcelo fez confissão tornada
pública de que tinha cometido um erro, por sinal, de consequências que quase
podemos admitir como incalculáveis, dado que afectaram gravemente as vidas de
milhares de famílias portuguesas, não são conhecidos quaisquer procedimentos
anteriores que nos habilitem a crer que ele venha a terreiro dar confissão dos
seus outros enganos.
Assim considerando e por que se trata de uma figura que está
exposta na montra da praça pública, em trânsito para o Palácio de Belém, faz
sentido que alguém venha apontar os vários erros (candidato Marcelo prefere
classifica-los de enganos – fazemos-lhe a vontade!) praticados pela criatura
marcelina.
Vamos enumerar aqueles enganos/erros de que conservamos conhecimento adquirido desde o tempo da fundação do semanário Expresso, editado a 06 de Janeiro de 1973 (Brasilino Godinho fui comprador de um exemplar do primeiro número).
O primeiro erro ou engano de Marcelo Rebelo de Sousa, de
que, verdadeiramente, não lhe pode ser assacada culpa, terá sido nascer na
época (do Estado Novo) errada e no seio de uma família profundamente ligada ao
Salazarismo e a Marcelo Caetano; logo quando o pai, com formação médica, Baltazar
Rebelo de Sousa, era o braço direito do Comissário Nacional da Mocidade
Portuguesa (precisamente Marcelo Alves Caetano).
O segundo erro de Marcelo Rebelo de Sousa foi de com a
autoria da coluna Gente, do Expresso ter iniciado uma carreira de
criador de factos políticos e de fofoqueiro-mor da Linha, de Cascais e das Avenidas Novas, de Lisboa. Carreira e
práticas continuadas anos a fio no Semanário
e no SOL (às que foram desenvolvidas
no SOL designámos por Marcelices e as
comentámos em diversas crónicas).
O terceiro erro de Marcelo Rebelo de Sousa, se atendermos à
precisa ideia do que deve ser um Presidente da República de todos os
portugueses, consistiu em se ter lançado numa frenética campanha de consecução
de algumas etapas da preconcebida corrida presidencial que tem este mês
desfecho, a crer nos assegurados resultados fornecidos pela fraternidade que
controla as sondagens e pelos sectores televisivos que (a candidato Marcelo) o
promovem e o trazem ao colo por tudo que é sitio da pelintrice e bacoquice
portuguesas. Que até já lhe transmitiram a certeza da eleição a tal ponto
assertivo que candidato Marcelo, também consciente dos efeitos publicitários da
parada da paródia marcelina, largamente transmitida pelas televisões, nem cessa
de proclamar-se presidente da República (república de que não se percebem os
contornos, a natureza, a prevalência local, a localização regional ou de que
país do terceiro mundo…)
O quarto e o quinto dos erros de Marcelo Rebelo de Sousa, compaginados
no descritivo da decisiva campanha marcelina, tiveram ocorrência quando se
candidatou à presidência da Câmara Municipal de Lisboa e perdeu, apesar daquele
fantástico mergulho nas águas poluídas do Tejo; e na atribulada temporada em
que tendo sido eleito chefe do Partido Social-Democrata (PSD) não conseguiu
alcançar o poleiro de Presidente do Conselho de Ministros e acabou,
ingloriamente e com grande desgaste de prestígio, por se demitir na sequência
de um desaguisado com o endiabrado Paulo Portas.
O sexto erro de Marcelo Rebelo de Sousa foi - sob o ângulo
da favorável evolução do seu processo revolucionário em curso de promoção
pessoal com a meta fixada no Palácio de Belém - não ter tido, nesses recuados
tempos, o discernimento de se apetrechar com o artilheiro material pesado das
sondagens, das televisões, das rádios, dos jornais e das revistas, como fez na
actualidade; pois que, nessas épocas, confiou demasiado no seu poder de
sensibilizar e arregimentar o pessoal.
Porém, pensando melhor, há que reconhecer em abono do
candidato Marcelo e como justificação do seu aparente descuido, que nesses
tempos as técnicas das sondagens e das lavagens dos cérebros dos indígenas
ainda não tinham atingido o apuro científico, a sofisticação e a malvadez, que
são patentes nesta altura do campeonato eleitoral.
Outro e decisivo erro/engano do candidato Marcelo, que não
colhe posição no rol dos ditos, por que persiste ao compasso do tempo, tem a
ver com a sobranceira valorização que faz da sua hipotética ascensão ao
cadeirão presidencial.
É facto de simples e atenta apreciação e de imprescindível
rejeição, que:
ser criador de factos políticos; ser coscuvilheiro dos
meandros das sociedades dos Estoris, de Cascais, da grande Lisboa dos casinos e
das intrigas e bastidores da política rasca; e, sobremaneira, ser um conhecido
professor Martelo das mal-amanhadas marteladas dadas nos estúdios das
televisões; ser reconhecido como um cata-vento que está sempre em mudança de
posições conforme o vento sopra; ter sido um admirador entusiástico e empenhado
de Oliveira Salazar e de Marcelo Caetano a quem terá enviado cartas de submissa
e atenta veneração (segundo o que tem sido divulgado publicamente); ter,
primeiro promovido, depois arrasado impiedosamente e voltando, em seguida, a
guindar aos altos voos da governação e da presidência da República e a mantê-lo
sob sua protecção, o famigerado Cavaco Silva; - são, indubitavelmente, factores
deprimentes que se constituem como marcas identitárias do candidato Marcelo e
que (registe-se!) não se coadunam com a forte, resoluta, discreta, transparente,
personalidade de um competente, representativo, confiável e respeitado Chefe de
Estado.
03.
Aqui expostos os erros do ora candidato presidencial Marcelo, sucessor do ex-comentador
televisivo Professor Marcelo Rebelo de
Sousa.
Há que reter duas informações:
- Que o candidato Marcelo tem sido um político dotado de
singular vocação de coleccionador de ganhos financeiros provenientes dos cofres
das Televisões e de outros órgãos da Comunicação Social, à pala de contínuas
lições de bem difundir e melhor aproveitar a doutrinação que lhe é querida e de
arregimentar apoios e claques para a causa de alcançar o ambicioso desígnio de
um dia ser presidente da República – um rumo que, também, há muitíssimos anos,
lhe foi apontado pelos seus amigos de peito.
- Que (assinale-se devidamente), nessa persistente e
incansável caminhada para o usufruto do cadeirão presidencial de Belém, o agora
candidato evidenciou ser um inato perdedor - o que, aqui, explicitámos.
Por tudo isso, oxalá que, em 24 de Dezembro corrente, por
imposição da maioria dos eleitores, Marcelo não desmereça de tão brilhante
currículo político… para bem da lusa nação dos milhões de cidadãos sofredores, carenciados,
desprezados, humilhados e muito maltratados.
Se assim suceder, decerto que na noite desse dia estaremos
todos celebrando o acontecimento.
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