A oportuna pergunta:
Candidato
Marcelo não é o famoso
ex-comentador
televisivo Marcelo?
Brasilino Godinho
26-12-2015
Foto: Marcelo ajeita a gravata e olha de soslaio
para a entrada do hospital. Pela certa e a seguir, veio uma martelada diferente das outras marteladas ocorridas nas televisões.
Outro tempo de eleições, outra vontade e outra arte
marteleira. Ou não fosse Professor Marcelo o exímio “Professor Martelo”.
A
pergunta colocada em epígrafe é pertinente, por duas razões:
- Primeira,
visto que hoje o candidato Marcelo foi ao Hospital de São José mostrar-se às
televisões e aos utentes. Aproveitou a oportunidade para “exigir” que fossem apuradas responsabilidades sobre a negligência
médica que se traduziu na morte de um doente que esperou em vão durante três
dias pela urgente operação a um aneurisma cerebral.
Nunca a
Marcelo, comentador televisivo, lhe vimos tão rápida e concreta intervenção de
crítica e exigência nos quatro anos de vigência do governo do Partido Social-Democrata
de que foi um dos fundadores e é emblemático membro.
. Segunda,
o ex-comentador televisivo Marcelo nas suas marteladas
foi, ao longo de quatro anos, sempre elogioso para com aa orientações do
ministro da Saúde, Macedo, responsável pelas situações de carências no S.N.S. e
nos hospitais (nomeadamente no citado hospital de Lisboa) e pela desastrada
política de contenção de custos nas unidades hospitalares.
Agora,
tarde e a más horas o candidato Marcelo, com a maior desenvoltura, vem apontar
graves falhas no sistema de Saúde Pública e exigir
apuramento de responsabilidades.
E fá-lo
com inegável ligeireza. Por uma questão de coerência, devia começar por
exigi-las a si próprio…
Mas a responsabilidades
nesta delicada matéria se esquiva o candidato Marcelo que, deliberadamente,
esqueceu o comentador Marcelo e as suas artísticas marteladas; as quais, inegavelmente, tiveram grande aproveitamento por
parte do governo da sociedade Coelho & Portas, L.ª.
Interrogamos:
Com que autoridade se permite o candidato Marcelo interpelar os serviços e os responsáveis?
E a que título de objectividade?
Quem
se julga ser Marcelo Rebelo de Sousa?
Porventura,
a qualidade de candidato confere-lhe alguma legal importância funcional para se
arrogar a prerrogativa de exigir responsabilidades a quem quer que seja?
Importa
salientar que é às autoridades que compete a exigência e realização dos
procedimentos disciplinares, policiais e judiciais. Uma norma legal que,
seguramente, o candidato Marcelo, distinto mestre de Direito, conhece de cor e salteado.
Neste
aspecto, é de censurar vigorosamente a descabida atitude do candidato Marcelo de
dar nas vistas, acompanhado do pessoal das televisões e de com ela praticar uma
oportunista acção de propaganda eleitoral.
Na apreciação
da iniciativa de Marcelo, aqui expressa, há que averbar mais uma observação: a
de ela (iniciativa) evidenciar o propósito do candidato Marcelo se lançar numa frenética
campanha eleitoral de vale tudo, tendo por palcos as ruas, as igrejas, as escolas,
as fábricas, os hospitais, os mercados, as feiras, os estádios, as piscinas, as
praias, as termas, os futebóis de Braga e quejandos, os circos e as lotas.
Também e sobretudo, de se aproveitar ao máximo dos acontecimentos para marcar presença
e ditar discurso para as televisões; mesmo que ao fazê-lo manifeste incríveis
contradições com tudo aquilo que foi dizendo, fazendo e associando às contínuas
marteladas distribuídas nos programas
televisivos das noites domingueiras. (De insistir: que comentador Marcelo é
conhecido como Professor Martelo).
Por tudo isto, que releva de incoerência, de
alternância de comportamentos e de contradição de atitudes, tem sentido a
pertinente pergunta inicial em que se insinua que o candidato Marcelo se
apresenta ao arrepio do seu outro eu, comentador televisivo Marcelo.
Outrossim,
realçámos o insanável conflito entre dois personagens que se configuram no ser
marcelino; afinal, provido de alternadas têmperas e de diversificados formatos.
Um
ente da Linha (de Cascais e Estoris) que
se nos representa com a imagem de figura de opereta e de, concomitantemente, ser
um irrequieto cata-vento de inadmissível instalação na altaneira torre da Suprema
Magistratura da Nação.
Palácio de Belém – Sede da
Suprema Magistratura da Nação
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