Frio e gripe,
quais
patinhos feios,
serão os maus
da fita?
Brasilino
Godinho
O diário
Correio da Manhã, de hoje, noticia:
Frio
e gripe matam 1176 pessoas em 15 dias.
Decerto que a
estatística está incompleta. Provavelmente, faltam dados de todo o
país. Mas mil cento e setenta e seis pessoas mortas em 15 dias
já é um número assinalável que tenderá a aumentar nas próximas
semanas. Um feito de monta nos domínios do ministério da Saúde
(melhor dizendo: do ministério da Doença). E de tal dimensão que
despertará a inveja ao ministro Taro Aso, do império do Sol
Nascente.
Também nesta
informação jornalística não se esgota a verdade dos infaustos
acontecimentos.
Porquê? Por
haver a certeza que muito fácil é atirar as culpas para o frio e
para a gripe. Também de não ignorar a conveniência governamental
de o estado atmosférico e a influenza servirem de eficazes
operadores mortíferos e, sobretudo, de opaco biombo para esconder a
tenebrosa realidade.
Mais complicado
é atribuir grandes responsabilidades ao governo e à famigerada
austeridade; visto que não será cómodo nem gratificante para os
jornalistas aventurarem-se a pôr o dedo na ferida. Isto é:
chamar a atenção dos portugueses para o indesmentível facto de que
o governo criou todas as piores condições de pobreza, de miséria e
de difícil sobrevivência, para todos quantos se encontram
desprovidos de recursos múltiplos e se localizam num meio adverso
que tem sido deliberadamente programado para ser objecto de inúmeras
medidas delineadas com a finalidade de agravar as debilitadas vidas
dos infelizes portugueses – o que se traduz na criação de
circunstâncias, as mais desfavoráveis, propícias aos ataques dos
vírus gripais e aos tristes desenlaces que vão sucedendo
diariamente.
E neste
evidente aspecto de atingir, durante o seu mandato, o desejado
genocídio de parte seleccionada da população portuguesa, o governo
nem precisa de dar nas vistas como aconteceu com o ministro das
Finanças do governo japonês, Taro Aso.
Este,
no ano passado, proclamou: “Morram
os velhos!”
Em Portugal há
gente mais expedita e mui espertalhona... que não se expõe desta
maneira.
Mas, não haja
dúvidas: Taro Aso devia vir a Portugal tomar instrução sobre como
as coisas se fazem à socapa, sem alarme público, com a maior
limpeza e avassaladores resultados.
Teria muito que
aprender com o grande mestre Passos Coelho que logo ao iniciar o
mandato disse que os portugueses iriam empobrecer – e nisso se
empenhou de alma e coração. Se o ministro japonês foi peremptório
no mando de liquidação dos idosos, o grande chefe Coelho ao impor o
empobrecimento, alinhou pelo mesmo desígnio: morram os velhos.
Diferença e artifício de expressões. Mas a ideia do japonês Taro,
coincide com a ideia do português Coelho.
Entretanto, os
trombeteiros da parada da paródia que se exibe nos terrenos
pantanosos adjacentes aos palácios de S. Bento e de Belém, em
Lisboa, continuam fazendo a festa, deitando os foguetes e, assim como
quem não quer a coisa, vão alegremente aniquilando os cidadãos e
destruindo o País.
Finalmente, em
resposta à pergunta:
Eles,
governantes, são os maus da fita?
Há que
responder vigorosamente e sem subterfúgios:
Certamente que o
são!
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