A
SUPREMA LIBERDADE
QUE
ESTÁ FALTANDO EM PORTUGAL
Por intencional acção
destrutiva dos vendilhões do templo da DEMOCRACIA onde se veneram os
inalienáveis direitos do homem.
Brasilino Godinho
O recente atentado ocorrido em Paris contra o Charlie
Hebdo provocou fortíssimas reacções em França e em vários
países, incluindo Portugal. Não pelo número de mortos, mas por ter
sido atingido um órgão de Comunicação Social – o que arrastou
uma reacção corporativa que destoa daquilo que normalmente acontece
com outras grandes acções terroristas em diferentes lugares do
mundo.
A imprensa e as televisões acolheram com enorme
alvoroço o trágico acontecimento e apressaram-se a classificá-lo
como atentado às liberdades de pensamento e de expressão.
O medo instalou-se em Paris e tomou lugar
preponderante no subconsciente dos franceses. Reflectindo este estado
de espírito uma parisiense disse perante as câmaras das televisões
que quando de manhã saía do seu domicílio não tinha a certeza se
a ele regressaria ao fim do dia.
Nesta emergência os cidadãos franceses estão
conscientes de que suas vidas correm perigo e dentro do que é
razoável tomam as devidas precauções de resguardo da existência
que lhes estão acessíveis.
Isto faz-me lembrar o que, em contraste com esse
cuidado existencial, se passou nos tempos da nazi ocupação alemã
de França, em que os judeus eram capturados de madrugada nas suas
habitações e conduzidos a campos de extermínio sem terem
consciência de que iam a caminho da morte.
Aqui, ao lado, na Espanha do regime franquista,
sucedeu algo parecido com a caça e a mortandade de republicanos e de
comunistas.
José Estaline e outros ditadores de regimes
comunistas procederam a grandes massacres de populações e a purgas
dos seus correligionários.
É todo um historial (do século XX) horrendo que
devemos conservar em memória como forma de nos mantermos atentos
quanto aos insondáveis desígnios dos chamados libertadores dos
povos.
E uma lição, outra, se extrai: é que sempre em
todos os cenários dantescos de crimes contra a humanidade esteve em
falta o regime democrático configurado nos princípios da Liberdade,
da Igualdade e da Fraternidade. Ocasiões houve em que mesmo tais
princípios consagrados nas constituições dos Estados foram na
prática política ignorados pelos detentores do Poder.
E neste último aspecto é forçoso preocuparmo-nos
com o selectivo expediente de aniquilamento de idosos proposto em
Janeiro de 2013 pelo ministro das Finanças do governo japonês Taro
Aso que, preto no branco, proclamou: morram os velhos!
-
"Despachem-se e morram", diz ministro japonês aos idosos doentes
O ministro das Finanças do novo governo japonês considera que os idosos doentes devem "morrer rapidamente" para aliviar o Estado do pagamento de cuidados médicos.
11:20 Quarta feira, 23 de Janeiro de 2013 |Taro Aso
Reuters
"Deus queira que (os idosos) não sejam forçados a viver até quando quiserem morrer" disse Taro Aso durante uma reunião, em Tóquio, sobre as reformas da segurança social.
Subentende-se que se Deus não quiser, o ministro
japonês, desde logo, previne que está disponível para dar um jeito
de isso suceder.
Esta inqualificável, cínica e tenebrosa atitude do
político japonês foi um vil atentado à suprema liberdade da
existência ou ao inalienável direito à vida. Uma atitude que se
traduz numa indesmentível violação da Declaração Universal dos
Direitos do Homem.
Em Portugal, algo de semelhante objectivo de solução
final vem acontecendo sem causar alarido e sem as vítimas se
aperceberem da horrível tramóia que os atinge.
Como tem sido minha preocupação constante, dos
últimos anos, em alertar as consciências das pessoas bem formadas
deste país, aquele propósito de activar os processamentos
mortíferos dos cidadãos idosos, está sendo alcançado
metodicamente em Portugal, com relativo sucesso pelos actuais
governantes, sob a direcção do presidente do Conselho Passos
Coelho, que está nisso empenhado pessoalmente.
A correlativa política, oportunisticamente designada
de austeridade, serve às maravilhas para disfarçar os maus intentos
e criar as condições ideais de abatimento físico e de colapso
psicológico do idoso; o qual, espoliado da reforma, mal alimentado,
desprovido de agasalho, sem meios de subsistência, e confrontado com
os aumentos dos impostos, das rendas de casa, dos custos de energia,
dos transportes, dos alimentos, dos remédios e das consultas
médicas, fica retido, e muitas vezes isolado, na sua residência, em
progressivo enfraquecimento que redunda num estado crítico de
debilidade e prostração. Ou seja: fica colocado numa grave situação
de fragilidades orgânicas e psicológicas que propiciam a ocorrência
de graves patologias e que, também, facilitam a acção devastadora
da fatal gripe e (ou) mortal pneumonia.
Das notícias que desordenamente surgem nos jornais e
televisões há cautelosas referências a cidadãos mortos nos
corredores das urgências dos hospitais ou encontrados casualmente
nas suas casas. Trata-se de encobrir as verdadeiras causas das mortes
que vão em crescendo a um ritmo que, convenientemente para o
governo, escapa ao verdadeiro apuramento estatístico.
Mas quem está atento a esta problemática de
holocausto de velhos, de carenciados e de desempregados (alguns morem
por suicídio, em transe de desespero) tem a percepção de serem
muitas centenas os idosos que morrem anualmente neste país, vítimas
da preconcebida ideia de violação dos elementares direitos do
homem.
Assim se processa eficazmente o extermínio dos
cidadãos de maior idade e se alcançam as festejadas diminuições
dos encargos monetários do Estado nas áreas da Saúde e da
Segurança Social. Precisamente os resultados admitidos pelo aqui
referido ministro japonês.
Todavia, sublinhe-se que os governantes portugueses
são mais eficazes e discretos do que o seu homólogo do Japão.
Isto ponderado e descrito em
confirmação de que é a
liberdade
de existência
(ou dito de outra forma: o
inalienavel direito à vida)
das pessoas da terceira idade, que se configura como
SUPREMA LIBERDADE
QUE ESTÁ FALTANDO EM PORTUGAL
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