Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

sexta-feira, janeiro 09, 2015

Comentários

A crónica de Brasilino Godinho sobre o atentado de Paris contra o jornal Charlie Hebdo, deu azo a troca de mensagens com alguns comentadores; que serão publicadas logo que chegam as respectivas autorizações já solicitadas por correio electrónico.
Seguem-se as mensagens trocadas entre D. Maria-Fernanda Pinto, residente em Paris e Brasilino Godinho.

Maria-Fernanda Pinto Acabei de ler a sua crónica, amigo Brasilino Godinho. Se não estivesse tão perturbada pelos acontecimentos, não porque eles ocorreram aqui perto mim, mas porque foram assassinados a sangue frio e com a maior inconsciência e ignorância, grandes jornalistas, desenhadores, cronistas de um jornal de VALOR, o único que me faz sair às 4.as feiras para ir ao quiosque, comprá-lo, dir-lhe-ia que está (egoistamente?) a comparar esta situação, com o "problema português". Até há quem explique no FB donde vem o título CHARLIE...como se os que se dizem Charlie não o soubessem e fossem um bando de ignorantes... que vida esta!!! Finalmente, cada qual anda obsecado pelos seus próprios problemas e esquece os outros, como se tivesse DIREITO a uma prioridade. Eu, continuo, hoje a por na minha frente Charlie, pois factos como estes, fora com eles!!! Estou convicta que se isto tivesse acontecido em Lisboa, as mesmas pessoas mobilizar-se-iam da mesma maneira, mas é melhor não misturar tudo, pois o assunto que expõe é enorme, pesado, frisa a catástrofe e são os portugueses, maiores e vacinados, a resolvê-lo!!!! Não acha? Um abraço amigo.

Estimada D. Maria-Fernanda Pinto
Compreendo o seu desabafo que releva sua sensibilidade e o estado de perturbação emocional face a um trágico evento que lhe foi próximo.
Decerto que a abordagem que se faça sobre o drama ocorrido em Paris terá que ser sempre condenatória e a tal juízo não me esquivei.
Mas a questão de fundo, não se conforma com únicas e superficiais apreciações imediatas, por ser complexa e devendo ser encarada com a serenidade, a perspicácia e a isenção, a que me referia na minha crónica. Sobretudo, porque envolve aspectos e valores que não devem ser desvalorizados, esquecidos ou desprezados – como são concernentes ao caso português.
Desde logo é de recear que sejam relegadas para planos secundários todas as actuações criminosas de igual ou maior amplitude tidas em diversas latitudes.
A título exemplificativo refiro que hoje mesmo recebi dois comentários mui oportunos que irei publicar, se for autorizado pelos respectivos autores.
Um, a chamar-me a atenção para os assassínios de crianças palestinianas por parte dos militares israelitas.
Outro, sobre a temática dos fundamentalismos cristãos (católico e protestante) e muçulmanos, que têm causado milhares de vítimas mortais.
Ambos comentários têm a minha plena concordância.
Para terminar estas observações, fixo-me na afirmação da D. Maria-Fernanda de que o assunto português exposto na minha crónica, aqui em causa, é enorme (o que, admitida a sua grandeza, invalida a ideia de minha hipotética visão egoísta) “e são os portugueses, maiores e vacinados a resolvê-lo”. Pergunta se não acho. Acho! Todavia, não estou seguro que nem sejam portugueses menores e mal vacinados a pretenderem resolvê-lo. O que, provavelmente, a acontecer, mau seria! Isto mencionado porque os “maiores e vacinados” não se vislumbram por aí postos em fila de espera...
Igualmente, se aos portugueses compete resolver os seus problemas e ultrapassar situações dramáticas, algo semelhante se dirá relativamente aos franceses e demais povos.
Brasilino Godinho

P.S. Solicito a D. Maria-Fernanda Pinto permissão para publicar no meu blogue http://quintalusitana,blogspot.com
o seu comentário, a que acrescentarei esta peça de minhas observações.

Nota informativa – A autorização solicitada foi concedida e comunicada pela via Internet.