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A crónica de Brasilino Godinho
sobre o atentado de Paris contra o jornal Charlie Hebdo, deu
azo a troca de mensagens com alguns comentadores; que serão
publicadas logo que chegam as respectivas autorizações já
solicitadas por correio electrónico.
Seguem-se as mensagens trocadas
entre D. Maria-Fernanda Pinto, residente em Paris e Brasilino
Godinho.
Maria-Fernanda
Pinto Acabei de ler a sua crónica, amigo
Brasilino Godinho. Se não estivesse tão perturbada pelos
acontecimentos, não porque eles ocorreram aqui perto mim, mas porque
foram assassinados a sangue frio e com a maior inconsciência e
ignorância, grandes jornalistas, desenhadores, cronistas de um
jornal de VALOR, o único que me faz sair às 4.as feiras para ir ao
quiosque, comprá-lo, dir-lhe-ia que está (egoistamente?) a comparar
esta situação, com o "problema português". Até há quem
explique no FB donde vem o título CHARLIE...como se os que se dizem
Charlie não o soubessem e fossem um bando de ignorantes... que vida
esta!!! Finalmente, cada qual anda obsecado pelos seus próprios
problemas e esquece os outros, como se tivesse DIREITO a uma
prioridade. Eu, continuo, hoje a por na minha frente Charlie, pois
factos como estes, fora com eles!!! Estou convicta que se isto
tivesse acontecido em Lisboa, as mesmas pessoas mobilizar-se-iam da
mesma maneira, mas é melhor não misturar tudo, pois o assunto que
expõe é enorme, pesado, frisa a catástrofe e são os portugueses,
maiores e vacinados, a resolvê-lo!!!! Não acha? Um abraço amigo.
Estimada D.
Maria-Fernanda Pinto
Compreendo o seu
desabafo que releva sua sensibilidade e o estado de perturbação
emocional face a um trágico evento que lhe foi próximo.
Decerto que a abordagem
que se faça sobre o drama ocorrido em Paris terá que ser sempre
condenatória e a tal juízo não me esquivei.
Mas a questão de
fundo, não se conforma com únicas e superficiais apreciações
imediatas, por ser complexa e devendo ser encarada com a serenidade,
a perspicácia e a isenção, a que me referia na minha crónica.
Sobretudo, porque envolve aspectos e valores que não devem ser
desvalorizados, esquecidos ou desprezados – como são concernentes
ao caso português.
Desde logo é de recear
que sejam relegadas para planos secundários todas as actuações
criminosas de igual ou maior amplitude tidas em diversas
latitudes.
A título
exemplificativo refiro que hoje mesmo recebi dois comentários mui
oportunos que irei publicar, se for autorizado pelos respectivos
autores.
Um, a chamar-me a
atenção para os assassínios de crianças palestinianas por parte
dos militares israelitas.
Outro, sobre a temática
dos fundamentalismos cristãos (católico e protestante) e
muçulmanos, que têm causado milhares de vítimas mortais.
Ambos comentários têm
a minha plena concordância.
Para terminar estas
observações, fixo-me na afirmação da D. Maria-Fernanda de que o
assunto português exposto na minha crónica, aqui em causa, é
enorme (o que, admitida a sua grandeza, invalida a ideia de minha
hipotética visão egoísta) “e são os portugueses, maiores e
vacinados a resolvê-lo”. Pergunta se não acho. Acho! Todavia, não
estou seguro que nem sejam portugueses menores e mal vacinados a
pretenderem resolvê-lo. O que, provavelmente, a acontecer, mau
seria! Isto mencionado porque os “maiores e vacinados” não se
vislumbram por aí postos em fila de espera...
Igualmente, se aos
portugueses compete resolver os seus problemas e ultrapassar
situações dramáticas, algo semelhante se dirá relativamente aos
franceses e demais povos.
Brasilino Godinho
P.S. Solicito a D.
Maria-Fernanda Pinto permissão para publicar no meu blogue
http://quintalusitana,blogspot.com
o seu comentário, a
que acrescentarei esta peça de minhas observações.
Nota
informativa – A autorização solicitada foi concedida e comunicada
pela via Internet.
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