PORTUGAL,
meteram-no a pique!
Brasilino
Godinho
Com
a devida vénia à memória de Eça de Queirós transcrevemos o
seguinte texto:
“ORDINARIAMENTE todos os
ministros são inteligentes, escrevem bem, discursam com cortesia e
pura dicção, vão a faustosas inaugurações e são excelentes
convivas. Porém, são nulos a resolver crises. Não têm a
austeridade, nem a concepção, nem o instinto político, nem a
experiência que faz o ESTADISTA. É assim que há muito tempo em
Portugal são regidos os destinos políticos. Política de acaso,
política de compadrio, política de expediente. País governado ao
acaso, governado por vaidades e por interesses, por especulação e
corrupção, por privilégio e influência de camarilha, será
possível conservar a sua independência?”
(Eça de
Queiroz, 1867 in 'O distrito de Évora')
Em 1867, escrevia Eça de Queirós:
- “todos os ministros são inteligentes, escrevem bem, discursam com cortesia e pura dicção, vão a faustosas inaugurações e são excelentes convivas. Porém, são nulos a resolver crises”.
Em 2014, escreve Brasilino Godinho:
- Actualmente está por demonstrar que todos os ministros são inteligentes. Mas sabemos que falam e escrevem mal, discursam sem cortesia, insultam-se a toda a hora e que é impura a dicção. Os do nosso tempo continuam a ir a faustosas inaugurações, são medíocres convivas e alguns costumam frequentar as tascas da Severa. E, também, são nulos a resolver crises. Levam a palma na criação das mesmas.
Em 1867, escrevia Eça de Queirós:
- Os ministros “não têm a austeridade, nem a concepção, nem o instinto político, nem a experiência que faz o ESTADISTA.”
Em 2014, escreve Brasilino Godinho
- Os ministros além de não terem austeridade
fazem coisa pior: impõem-na aos indígenas. Também neles falha a
concepção, lhes falta o instinto político e, por completo, neles
está ausente a experiência e se avantaja a incompetência.
Finalmente, parafraseando Eça de Queirós, Brasilino
Godinho acrescenta:
De forma mais gravosa do que no tempo de Eça de
Queirós são, agora, “regidos os destinos políticos. Política
de acaso, política de compadrio, política de expediente. País
administrado ao acaso, governado por vaidades e por
interesses, por especulação e corrupção, por privilégio e
influência de camarilha,” já nem se fala na conservação da
independência.
Pela razão de que ela está
perdida por obra e (des)graça dos coveiros da Pátria - os artistas
que temos tido a actuar no circo político. Outrossim, pela submissão
dos mesmos ao grande capital internacional.
Igualmente, por em Portugal
existir a situação apontada pelo ex-ministro das Finanças, do
ex-governo chefiado pelo engenheiro António Oliveira Guterres, Prof.
Doutor António Sousa Franco, no dia 27 de Outubro de 2003, numa
intervenção nas «Conferências da Arrábida», citada no
Jornal de Notícias, edição de 28 de Outubro de2003, que
transcrevemos:
«Há
uns senhores cinzentos que mandam mais que os eleitos. Hoje ninguém
tem dúvidas de que não é o líder de nenhum partido que manda
mais, mas alguém com grande poder económico e social».
Assim chegámos à decadência
mais profunda que nem terá sido imaginada pelo grande escritor.
Portugal caído a pique!
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