Leitor,
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Leia!
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SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

sábado, junho 07, 2014



Pedro Passos Coelho
anuncia um atentado
contra a democracia.      Por Brasilino Godinho


Sua excelência o Presidente do Conselho de Ministros, Pedro Passos Coelho, anunciou ontem (dia 5 de Junho de 2014), que vem aí, em marcha acelerada, uma golpada sobre o Tribunal Constitucional. 
Quer dizer que se programa mais um atentado contra a democracia, indirectamente apontado ao povo português que sofrerá as maléficas consequências.
E se a golpada se concretizar é de prever que, tal como acontece com um cavalo que toma o freio nos dentes, prossiga a terrífica cavalgada e que o próximo alvo seja o Tribunal de Contas.
Aliás, adaptando-nos momentaneamente, com desagradado esforço, à óptica usada pela coelhal criatura, nem faria sentido que a governamentalização das instituições do Poder Central não se estendesse aos demais órgãos da Justiça, incluindo o Supremo Tribunal de Justiça.
Alem disso, se o Tribunal Constitucional é um empecilho para o actual governo, também não é menor estorvo o Tribunal de Contas que fiscaliza os gastos governamentais; os quais se querem processados livremente à cadência dos sôfregos hábitos consumistas dos governantes (a propósito: os leitores reparem na bomba em que - num tempo de enorme défice das contas públicas, de penúria geral, de inúmeros cortes salariais e de elevadíssima sobrecarga fiscal - se transporta majestosamente sua excelência o Presidente do Conselho, Passos Coelho).
Igualmente, gastos concretizados sem sujeição a entorpecentes normas que demasiado os limitem; nomeadamente, aqueles, avantajados, que decorrem do combate ao desemprego das rapaziadas das jotas do PSD e do CDS - o que é patente nos recrutamentos dos gabinetes ministeriais.
Particularidade apreciável e muito interessante é a orientação de tal combate; visto que o mesmo se vem traduzindo num apreciável contributo para as diminuições das taxas de desemprego...
E tendo sua excelência o Presidente do Conselho, Pedro Passos Coelho dito que: ”Os juízes têm de ser melhor escolhidos” está-se mesmo a ver que a escolha terá de incidir na rapaziada fixe que, por engenho malabarístico, se concentra em sedes dos dois partidos representados no (des)governo. (Fazemos um parêntesis para parafrasearmos o Presidente do Conselho, Passos Coelho e transmitirmos o que sente a maioria dos portugueses: O chefe do governo e o presidente da República têm de passar a ser melhor escolhidos em sede do interesse nacional).  
Depois, aceite-se que o poder judicial deve submeter-se às sábias/astutas orientações de sua excelência o Presidente do Conselho; assim um pouco ao jeito do que acontecia no tempo de Oliveira Salazar; por sinal ou acaso da (des)sorte uma outra invulgar sua excelência de Presidente do Conselho.
Atendendo que essa ideia de separação dos poderes (executivo e judicial) está fora de moda na actual época coelhal, deve ser rapidamente removida para os caixotes de lixo da História; a proveito da regular desgovernação em curso de realização revolucionária.
Além de que sua excelência Presidente do Conselho, Passos Coelho, tem mesmo à mão de semear um importante, credenciado e inestimável grupo de jovens (na flor da idade, entre os 23 e 30 anos), excelentes especialistas, principescamente pagos, disseminados pelos vários gabinetes ministeriais, constituindo uma valiosa reserva operacional susceptível de imediato aproveitamento nas funções de juízes do Tribunal Constitucional - o que, sobremodo, facilita aquilo que, nos precedentes, designámos por golpada.
Que isso será um atentado à Democracia não temos dúvidas.
Todavia, opiniões diferentes têm suas excelências o Presidente do Conselho Passos Coelho e o venerando chefe do Estado Cavaco Silva.
Desde logo, porque pensarão: se temos um venerando chefe do Estado (vulgo, presidente da República), um compincha (des)governo e uma submissa minoria, só falta - para compor o colorido ramalhete - termos um comandado poder judicial. Todos da grande confiança de sua excelência o Presidente do Conselho. Todos gozando do alto apreço do venerando chefe do Estado. Outrossim, todos irmanados numa auspiciosa harmonia. Igualmente, todos felizardos integrantes do mesmo clube/grémio político.
E todos devotos e assíduos praticantes de culto na encantadora capelinha onde se deparam os milagres da repartição dos pães do melhor sustento das singulares almas ávidas de substancial nutrição. Anote-se: peças alimentares que, aos privilegiados comensais e por artes mágicas, são servidas abundantemente à mesa do ORÇAMENTO.
Enfim, se às excelências do Poder só falta o domínio da Justiça, a nós resta-nos interrogarmo-nos:
Quem nos acode? Como libertar o País desta opressão autoritária? Que Providência nos liberta das agressivas arremetidas destes atrevidos, violentos, despudorados, rapazes e raparigas? Que fazer para se instalar o Estado de direito?
Que as respostas às interrogações aqui formuladas surjam rapidamente e em força (empregando a expressão usada em 1961 por sua excelência o ex-Presidente do Conselho, Oliveira Salazar, quando anunciou a ida de expedicionários para a guerra de Angola). Exigem-nas os clamores dos oprimidos deste país.
Porém, imprescindíveis respostas, sempre precedendo o afastamento da expedita interesseira e oportunista rapaziada que ostenta com insolência as máscaras de governante e de democrática. E, grande calamidade: nos inferniza a vida.


Nota informativa: Neste tempo que estamos vivendo - com amargura e tristeza e ao compasso do actual Poder - de recuperação das políticas, dos métodos e dos valores, dos tempos da ditadura do Estado Novo e de Oliveira Salazar, faz sentido de oportunidade e de simbolismo retomarmos o uso de alguns termos do jargão oficial dessa época que eram atribuídos às excelsas figuras do prof. Oliveira Salazar e do almirante Américo Tomaz – os quais assentam que nem uma luva nas insignes personalidades do dr. Passos Coelho e do prof. Cavaco Silva. Impõe-se darmos os nomes ajustados às coisas e loisas do nosso infortúnio colectivo. Pelo que os leitores, a partir desta data, não irão estranhar ler nas minhas crónicas as expressões Presidente do Conselho Passos Coelho e venerando chefe do Estado Cavaco Silva. Terminologias mais consentâneas com a realidade e muito arredadas da hipocrisia vigente.

A bem do esclarecimento da situação, da transparência da política, da preponderância da verdade, da prevalência da moral e da recuperação da decência nas actividades dos agentes políticos.
Fim