Presidente Cavaco Silva
submetido a inevitável teste inequívoco...
Brasilino Godinho
O teste é criado por nós. Aliás, estava
implícito na nossa crónica titulada: “GRANDE CHEFE CAVACO COMANDA UMA EXPEDIÇÃO
À CHINA” e com o subtítulo “NO RETORNO DOS EXPEDICIONÁRIOS HÁ QUE BEM ESPREMER
O LIMÃO. DE CUSTO ELEVADO, VEREMOS QUE SUMO SERÁ EXTRAÍDO”, publicada no
pretérito dia 12 do mês corrente.
De facto, com estes enunciados, ficava
dado o mote do futuro procedimento. Procedimento que, neste momento, se impõe concretizar
preto no branco, com vista a conhecerem-se os resultados da expedição e o apuro
dos ganhos e perdas de tão dispendiosa viagem feita por mais de cem pessoas.
Ou seja: aqui e agora, limitamo-nos a
descascar parcialmente o limão. Mas
prevemos que, a breve trecho, tenhamos de o
espremer …
É que a tratar-se de uma expedição faz
sentido de exigência cívica e corresponderá a extrema necessidade de
transparência dos actos públicos das mais altas figuras da hierarquia do
Estado, que o presidente Cavaco Silva apresente à Nação um detalhado relatório
sobre os resultados inerentes ao evento; mesmo que não haja determinação legal
e a Assembleia da República (que é obrigada a decidir sobre a realização de
deslocações do presidente da República ao estrangeiro) se dispense de conhecer
o verdadeiro alcance da viagem à China.
Diga-se de passagem, que a Assembleia
está à vontade neste capítulo de dispensa de relatórios, uma vez que tem um
longo historial de viagens (fantasmas) dos deputados aos mais diversos países, com
a original prerrogativa de as fazerem sem saírem de Lisboa e com total dispensa
de relatórios – certamente de embaraçosa elaboração, mesmo que a cargo de
escritórios de afamados advogados da praça lisboeta…
Uma coisa, devemos intuir: se Cavaco não
apresentar relatório, isso será a confirmação de que se tratou de uma excursão
ou passeio turístico de média duração – no caso, de uma semana. Visto que as
excursões turísticas não implicam a obrigatoriedade legal ou cívica de serem
objectos de relatórios.
Face ao exposto, está configurado o
teste citado em epígrafe e ao qual Cavaco Silva fica submetido nos próximos
dias.
Sem margem para dúvidas: esta é uma
questão de muito melindre porque se a ida de presidente Cavaco e seus
acompanhantes à China tiver sido uma excursão ou passeio turístico, à pala dos
contribuintes, a mesma teve efectivação num período de grave crise financeira
do Estado e de dramáticas consequências para a maioria da população portuguesa.
E assim tendo acontecido, o facto deve suscitar um generalizado repúdio de
todos os portugueses.
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