Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

segunda-feira, junho 23, 2014

LEIAM MARCELO... E PASMEM!

Brasilino Godinho

Ontem, à noite, no tempo de antena da TVI que lhe é dedicado, o Prof. Doutor Marcelo Rebelo de Sousa, teceu na parte final da sua intervenção, algumas considerações sobre a ocorrência, em Ermesinde, de insultos no campo do socialismo caseiro,  que me trouxeram à lembrança as suas afirmações de 26 de Maio de 1995.
Mais uma vez se comprovou que o Prof. Marcelo, decorridos dezanove anos, não alterou hábitos. Pelo contrário, tem acentuado a negativa e peculiar maneira de estar na montra da exposição pública. E porque faz disso gala, com os inerentes proventos, sujeita-se que muitos portugueses, enfastiados com as suas conversas para indígena estupidificar, formulem e expressem juízos sobre os seus desempenhos nos órgãos de comunicação social que, eventualmente, lhe causarão algum incómodo. Estou integrado no grupo dos que não alinham na sociedade do elogio mútuo a que parece estar associado o conhecido comentador das televisões.
Pela minha parte, prevalece o interesse público dos exercícios da crítica e da formulação do contraditório; dos quais não abdico.
Isto escrito, transcrevo do extinto semanário 'Tal & Qual', edição de 26 de Maio de 1995, as declarações de Marcelo Rebelo de Sousa, prestadas ao redactor do referido jornal:
«Posso provar que sou isento: nunca ninguém, mesmo da oposição, foi capaz de dizer o que eu disse e repito: a incultura de Cavaco Silva, política e não só, é abismal – e o seu triunfo foi o da vulgaridade. Vejam lá se algum comentador teve a coragem de dizer isto...»
Marcelo Rebelo de Sousa,
«Tal & Qual», 26/5/95

Se acabou de ler esta pérola do pensamento do Prof. Marcelo, decerto que está pasmado...
O leitor repare nas quatro primeiras palavras da 'declaração' do Prof. Marcelo. Conhecendo o personagem consegue lê-las sem se rir? Eu, sempre que as leio, farto-me de rir. Não é para menos.
Aliás, dada a faceta insinuante da expressão, permito-me sugerir que o Prof. Marcelo Rebelo de Sousa edite cartões de visita onde conste tal frase lapidar assim a modos de:
                                                   Marcelo Rebelo de Sousa
Doutor em Direito
Professor da Faculdade de Direito – Universidade de Lisboa
(Posso provar que sou isento)
arcRebelo de Sou
Ao tempo, a referência de Marcelo de Sousa sobre Cavaco Silva, com alguma bonomia para com a cavacal criatura, poderia considerar-se injuriosa. Mas o visado não reagiu, talvez por se sentir reconhecido para com Marcelo.
É que o leitor talvez não saiba: tempos antes, no congresso do PSD, realizado na Figueira da Foz, fora, precisamente Marcelo Rebelo de Sousa quem mais manobrou nos bastidores para Cavaco Silva, o tal cidadão da “incultura política e não só”, ser eleito chefe do Partido Social-Democrata. Estas incoerências fazem parte do correspondente e elucidativo acervo marcelista. 
Quanto a «Vejam lá se algum comentador teve a coragem de dizer isto...», digo, simplesmente, que com a idade de oitenta e três primaveras, não me lembro de nenhum comentador que tão repetidamente se tenha desmentido a si próprio e sido incoerente como o conhecido Prof. Marcelo.
Marcelo Rebelo de Sousa sendo um Mestre de Direito é também mestre de reconhecidos predicados nas disciplinas da Incoerência e da Censura.
Resta-me informar os meus leitores que costumo acompanhar as intervenções de Marcelo Rebelo de Sousa nas televisões. Tenho aprendido muito ao ouvi-lo e a observá-lo. Não com o propósito de me tornar seu companheiro de dislates ou seu discípulo. Mas, sim, para apreender todos os malabarismos, prestidigitações e subtilezas das linguagens oral e gestual do famigerado “criador de factos políticos”, grande mestre das artes mágicas de bem iludir e confundir a opinião pública; com o propósito de ficar melhor habilitado para o interpretar e não me deixar embalar pelo seu discurso falacioso ('homem prevenido, vale por dois').
Um emblemático discurso de quem é um grande e reputado especialista em matérias de incoerência e de ambiguidade, a que associa a condição de detentor de inusitado património de bastantes recursos de equívocos e duplos-sentidos de linguagem.
Creio que se o italiano Nicolau Maquiavel ressuscitasse muito teria a aprender com o português Marcelo Rebelo de Sousa. Provavelmente, ficaria limitado a ser seu modesto discípulo. E lá se perdiam o proveito e a glória da ressurreição…