Confirmado!
A EXPEDIÇÃO À
CHINA,
COMANDADA PELO
GRANDE CHEFE ANÍBAL,
FOI ACÇÃO
TURÍSTICA...
Por Brasilino Godinho
Cavaco
Silva, atarantado, na China. Espreita o quê? Será coelho escondido?
Mistério...
A esposa,
D. Maria, está um pouco atrás, com olhar apreensivo. Um embaraço
chinês...
Decorridos
dois meses sobre a realização da badalada expedição à China,
superiormente comandada pelo grande-chefe Aníbal, não foi
apresentado ao povo – obrigado agente financiador do despesismo que
ela comportou - pelos serviços da corte presidencial, um qualquer
relatório sobre as operações que teriam sido desenvolvidas e que,
inequivocamente, justificassem a iniciativa.
E
com vista à aplicação desse elementar expediente informativo e de
transparência das actividades dos detentores do Poder, solicitámos
através de crónica publicada no transacto dia 12 de Maio, a sua
excelência Cavaco Silva que se dignasse apresentar, tempestivamente,
à Nação o relatório da expedição.
Então,
escrevemos:
«Esperamos
que o Presidente - que tem uma numerosa corte palaciana de servidores
e lacaios - logo após o regresso, tenha a mínima bondade, a
suficiente gentileza, a pequena parcela de lucidez a brotar do
privilegiado cérebro que nunca se engana e raramente tem dúvidas e,
ainda, o louvável bom gosto, de apresentar aos portugueses um
circunstanciado relatório*dos
resultados práticos desta sua inoportuna e esquisita iniciativa.»
Foi
tempo perdido. Papel gasto. Tinta consumida. Tudo em vão!
E
como também anotámos:
“No
retorno dos expedicionários há que bem “espremer o limão”.
De custo elevado, veremos que
sumo será extraído?”
Mais advertíamos:
«Uma
coisa, devemos intuir: se Cavaco não apresentar relatório, isso
será a confirmação de que se tratou de uma excursão ou passeio
turístico de média duração – no caso, de uma semana. Visto que
as excursões turísticas não implicam a obrigatoriedade legal ou
cívica
de serem objectos de relatórios.»
Portanto,
se naquela altura nos limitámos a descascar parcialmente o limão,
agora é a ocasião de o espremer. Infelizmente está seco. Nem dele
brota um pingo de sumo.
E
nem necessitamos de dizer algo mais do que repetir parcial e
sucintamente o que escrevemos a 12 de Maio p.p. e que, agora, é
confirmado pela omissão de presidente Cavaco Silva e o silêncio
ensurdecedor advindo do Palácio de Belém.
Afinal,
tratou-se de uma esbanjadora viagem de natureza turística muito
dispendiosa em termos financeiros, custeada com os dinheiros dos
contribuintes. Avantajada despesa que não se compreende, nem se
aceita num tempo de penúria generalizada em Portugal e de grandes
privações (imensas carências do necessário à vida, generalizada
miséria, muita fome) e sofrimentos que afectam milhões de
portugueses. Precisamente tudo aquilo que passa ao lado dos
acomodados expedicionários à China…
Sem
margem para dúvidas: esta é uma questão de muito melindre porque a
ida de presidente Cavaco e seus acompanhantes à China tendo sido uma
excursão ou passeio turístico, à pala dos contribuintes,
efectivou-se num período de grave crise financeira do Estado e de
dramáticas consequências para a maioria dos portugueses. E assim
tendo acontecido, o facto deve suscitar um generalizado repúdio de
todos os cidadãos idóneos e com sentido das responsabilidades.
Além
de que no actual tempo de profunda crise, de avassaladora
austeridade, de pobreza generalizada a grande parte da população,
de enorme endividamento externo e de quase falência técnica do
Estado, o povo português não deve tolerar estas excursões
turísticas ao estrangeiro e outros esbanjamentos de meios
financeiros que, depois, faltam para satisfazer necessidades básicas
do Estado e da população portuguesa.
Caso para
manifestarmos a nossa revolta e gritarmos: BASTA! BASTA! BASTA!
*Aliás,
todos os agentes e dignitários do Estado deviam estar obrigados, por
lei, a apresentar relatórios das suas deslocações oficiais ao
estrangeiro, com expressa indicação contabilística dos respectivos
custos. Talvez que, dessa forma, se acabasse de vez com as grandes
viagens à estranja realizadas por alguns senhores deputados sem
sequer, por artes mágicas, saírem de Lisboa...
E por
referirmos custos, vem a talho de foice observar que o Palácio de
Belém parece ter maldição: os seus inquilinos/presidentes tendem a
tornarem-se viajantes compulsivos e a esbanjarem fortunas em viagens
e noutras coisas (por exemplo Jorge Sampaio: gastou milhares e
milhares de euros em medalhas que distribuiu por amigos e compadres;
Mário Soares que fez imensas viagens: numa, que efectuou à India,
deu-se a extravagância de se fazer acompanhar de 150 pessoas –
segundo o que citaram os jornais da época).
Por tudo isto
e pelo muito mais que se sabe e pelo imenso que se ignora (por se
conservar encoberto), vai sendo mais que tempo de a nação
portuguesa saber a quanto ascende anualmente o rombo no Erário que
advém das iniciativas turísticas e outras várias dos altos quadros
do Estado. Há que pôr travão neste descalabro. Era por esta área
que se deveria ter começado a operar a austeridade e a executar os
cortes cirúrgicos.
Portugal não
pode contemporizar com semelhante dissipação das finanças
públicas. Outrossim, continuar no rumo de destruição progressiva
que lhe é implícito.
Fim
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