Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

sábado, junho 28, 2014

Confirmado!

A EXPEDIÇÃO À CHINA,
COMANDADA PELO GRANDE CHEFE ANÍBAL,
FOI ACÇÃO TURÍSTICA...

Por Brasilino Godinho


                Cavaco Silva, atarantado, na China. Espreita o quê? Será coelho escondido? Mistério...
               A esposa, D. Maria, está um pouco atrás, com olhar apreensivo. Um embaraço chinês...

Decorridos dois meses sobre a realização da badalada expedição à China, superiormente comandada pelo grande-chefe Aníbal, não foi apresentado ao povo – obrigado agente financiador do despesismo que ela comportou - pelos serviços da corte presidencial, um qualquer relatório sobre as operações que teriam sido desenvolvidas e que, inequivocamente, justificassem a iniciativa.

E com vista à aplicação desse elementar expediente informativo e de transparência das actividades dos detentores do Poder, solicitámos através de crónica publicada no transacto dia 12 de Maio, a sua excelência Cavaco Silva que se dignasse apresentar, tempestivamente, à Nação o relatório da expedição.
Então, escrevemos:
«Esperamos que o Presidente - que tem uma numerosa corte palaciana de servidores e lacaios - logo após o regresso, tenha a mínima bondade, a suficiente gentileza, a pequena parcela de lucidez a brotar do privilegiado cérebro que nunca se engana e raramente tem dúvidas e, ainda, o louvável bom gosto, de apresentar aos portugueses um circunstanciado relatório*dos resultados práticos desta sua inoportuna e esquisita iniciativa.»
Foi tempo perdido. Papel gasto. Tinta consumida. Tudo em vão!
E como também anotámos:
No retorno dos expedicionários há que bem “espremer o limão”. De custo elevado, veremos que sumo será extraído?”

Mais advertíamos:
«Uma coisa, devemos intuir: se Cavaco não apresentar relatório, isso será a confirmação de que se tratou de uma excursão ou passeio turístico de média duração – no caso, de uma semana. Visto que as excursões turísticas não implicam a obrigatoriedade legal ou cívica de serem objectos de relatórios.»

Portanto, se naquela altura nos limitámos a descascar parcialmente o limão, agora é a ocasião de o espremer. Infelizmente está seco. Nem dele brota um pingo de sumo.

E nem necessitamos de dizer algo mais do que repetir parcial e sucintamente o que escrevemos a 12 de Maio p.p. e que, agora, é confirmado pela omissão de presidente Cavaco Silva e o silêncio ensurdecedor advindo do Palácio de Belém.

Afinal, tratou-se de uma esbanjadora viagem de natureza turística muito dispendiosa em termos financeiros, custeada com os dinheiros dos contribuintes. Avantajada despesa que não se compreende, nem se aceita num tempo de penúria generalizada em Portugal e de grandes privações (imensas carências do necessário à vida, generalizada miséria, muita fome) e sofrimentos que afectam milhões de portugueses. Precisamente tudo aquilo que passa ao lado dos acomodados expedicionários à China…

Sem margem para dúvidas: esta é uma questão de muito melindre porque a ida de presidente Cavaco e seus acompanhantes à China tendo sido uma excursão ou passeio turístico, à pala dos contribuintes, efectivou-se num período de grave crise financeira do Estado e de dramáticas consequências para a maioria dos portugueses. E assim tendo acontecido, o facto deve suscitar um generalizado repúdio de todos os cidadãos idóneos e com sentido das responsabilidades.

Além de que no actual tempo de profunda crise, de avassaladora austeridade, de pobreza generalizada a grande parte da população, de enorme endividamento externo e de quase falência técnica do Estado, o povo português não deve tolerar estas excursões turísticas ao estrangeiro e outros esbanjamentos de meios financeiros que, depois, faltam para satisfazer necessidades básicas do Estado e da população portuguesa.

Caso para manifestarmos a nossa revolta e gritarmos: BASTA! BASTA! BASTA!


*Aliás, todos os agentes e dignitários do Estado deviam estar obrigados, por lei, a apresentar relatórios das suas deslocações oficiais ao estrangeiro, com expressa indicação contabilística dos respectivos custos. Talvez que, dessa forma, se acabasse de vez com as grandes viagens à estranja realizadas por alguns senhores deputados sem sequer, por artes mágicas, saírem de Lisboa...
E por referirmos custos, vem a talho de foice observar que o Palácio de Belém parece ter maldição: os seus inquilinos/presidentes tendem a tornarem-se viajantes compulsivos e a esbanjarem fortunas em viagens e noutras coisas (por exemplo Jorge Sampaio: gastou milhares e milhares de euros em medalhas que distribuiu por amigos e compadres; Mário Soares que fez imensas viagens: numa, que efectuou à India, deu-se a extravagância de se fazer acompanhar de 150 pessoas – segundo o que citaram os jornais da época).
Por tudo isto e pelo muito mais que se sabe e pelo imenso que se ignora (por se conservar encoberto), vai sendo mais que tempo de a nação portuguesa saber a quanto ascende anualmente o rombo no Erário que advém das iniciativas turísticas e outras várias dos altos quadros do Estado. Há que pôr travão neste descalabro. Era por esta área que se deveria ter começado a operar a austeridade e a executar os cortes cirúrgicos.
Portugal não pode contemporizar com semelhante dissipação das finanças públicas. Outrossim, continuar no rumo de destruição progressiva que lhe é implícito.
Fim