Ao
compasso do tempo…
PSD, PS e CDS dividem tarefas…
PSD
mata os indígenas! PS esfola-os! CDS faz os funerais!
Brasilino Godinho
Sem nos
atermos a grandes divagações, sintetizamos:
No exercício
do governo é por demais evidente que é o PSD que comanda a encarniçada luta
contra a grande maioria dos indígenas portugueses. Nessa luta sobressai a linha
persecutória contra os reformados, os funcionários públicos e a classe média
com os reflexos de aniquilamento que são bem patentes.
Um
aniquilamento que se desenvolve com recurso a perversos expedientes e repartido
por várias frentes: desde a diminuição dos rendimentos, cortes de subsídios,
restrições na segurança social, sobrecarga de impostos e desenfreados aumentos
dos bens de consumo, dos transportes, dos combustíveis, da energia eléctrica, dos
generalizados custos de vida, até se terem atingido níveis incomportáveis de
sobrevivência física e de resistência psíquica.
Nesta tarefa
macabra o CDS vai servindo de muleta e de coveiro que procura disfarçar o mais
possível tais comprometedoras funções.
O PS
limita-se a barafustar em tom brando e inconsistente. Acresce, pela negativa,
que não inspira confiança de tornar-se uma firme alternativa às nefastas
orientações políticas do actual executivo.
Hoje mesmo,
sem justificação e oportunidade, o JN (Jornal de Notícias) traz uma entrevista (por
certo, encomendada) do coordenador do PS para a área da Saúde, que dir-se-ia
ter ali caído de pára-quedas. Perguntar-se-á: Porquê? E para quê?
Desde logo,
para dar um sinal de apoio ao governo, quanto à liquidação da ADSE, no caso de
ser essa a intenção de Passos Coelho e dos seus companheiros.
Depois, para
se inteirar das reacções que tal medida suscita na sociedade e criar o ambiente
de resignação que melhor facilite a sua execução logo que o Partido Socialista
alcance o Poder.
Claro que o
chefe do grupo parlamentar socialista apressou-se a vir dizer que o PS está em
desacordo com o seu coordenador da Saúde. O que não deixa de ser uma insólita
disparidade de opiniões.
Seguiu-se o
ex-ministro Correia de Campos – o personagem da triste memória dos encerramentos
dos Centros de Saúde e das Maternidades (quase acabava com elas); as quais,
foram de imediato substituídas pelas ambulâncias que se transformaram em
unidades volantes de partos prematuros, devidamente assistidos por bombeiros que,
de chofre, se viram arvorados em parteiros – que declarou ser a ADSE um mau
sistema de saúde que deve ser substituído e integrado no SNS. Mais, acrescentando
a patética expressão: “A ADSE não deve ser extinta”. Observação pertinente: a criatura Campos
esqueceu-se de explicar como se processará essa trapalhada de não acabar com
ADSE e, ao mesmo tempo, substitui-la.
Mas, em
continuidade de incongruências, o deputado Lello veio pôr ordem(…) na confusão:
O PS não pode advogar o fim da ADSE porque é um ataque aos funcionários
públicos que, na sua maioria, são apoiantes do nosso partido. E não esqueçamos
que vêm aí as eleições legislativas (fim de citação, não literal). Daqui se
infere que ao Partido Socialista não interessa considerar a injustiça da
medida, mas sim a perspectiva de alcançar o Poder, iludindo o seu eleitorado,
tal como fez o PSD. E, uma vez, investido em funções governativas aí teríamos o
PS a decretar a extinção da ADSE (Assistência na Doença aos Servidores do
Estado). Por enquanto, na oposição, vai acusando a equipa chefiada por Passos
Coelho de estar empenhada em destruir o SNS (Serviço Nacional de Saúde) e
acabar com todos os benefícios sociais dos trabalhadores e dos funcionários
públicos.
Daí,
podermos dizer que:
- O PSD mata
os indígenas!
- O PS
esfola-os!
- O CDS
faz-lhes os funerais!
Na
actualidade, seria o Diabo capaz de escolher o mais repelente?
Porém,
enquanto Satanás não se decide, há que seguir em frente pelo que o PC e o BE,
tristes seres, compungidos, inconformados, lacrimosos, são convocados a
integrarem os préstitos funerários; os quais, tendo origem nas sombrias
catacumbas do convento beneditino, vulgarmente conhecido por Palácio de São
Bento, se dirigem para os remansos dos cemitérios da parvónia em que está
transformada a nação portuguesa.
Fim
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