Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

segunda-feira, dezembro 17, 2012



Ao compasso do tempo…

DESVENDADO UM SEGREDO PROFUNDO…
RELVAS, O IGNOTO ARCANJO MIGUEL!...

Brasilino Godinho

01. Breve introdução
Este mundo português, de múltiplas complicações existenciais, que nos envolve e nos sufoca no viver quotidiano, já nos habituou às rituais, malfazejas, indecorosas e, ocasionalmente, imprevistas e variadas ocorrências, que dão negra imagem ao tecido urbano e, pior do que isso, condicionam e adulteram as rotinas comportamentais dos indígenas e as funcionalidades da comunidade nacional.
Mas, por vezes, acontecem coisas que nos surpreendem, que merecem referência e suscitam a imperiosa necessidade da formulação de pertinentes juízos valorativos ou depreciativos, como é o caso aqui mencionado.
Tal antecedente enunciado não invalida que se insista na importante anotação de que os comportamentos e as actividades de carácter político-administrativo desenvolvidas pelos agentes mais influentes da classe política, têm a indissociável componente de facultar aos cidadãos os melhores e os piores exemplos; os quais, assumem um peso enorme e determinante na evolução ou regressão do país e no patamar das condições de vida das populações, na estabilidade social e na criação e existência de um estado anímico ou clima retemperador, que leve as pessoas a possuírem-se de serenidade, de confiança no futuro e de um inequívoco sentido de dignidade, por todos assumido em plenitude. O que se pressupõe existir inculcado no modus faciendi de estar e agir em sociedade do ser político e abranger não só o pleno acatamento da Ética, da respeitabilidade própria e da direccionada aos cidadãos, como, também, a soberana prevalência da Política; esta, entendida no sentido mais nobre e objectivo – afinal, o verdadeiro! Único! Imutável! Outrossim: Insubstituível! E ela, ciência política, necessariamente aplicada como um valioso instrumento de actuação, é um factor imprescindível ao regular exercício competente da governação em prol do bem comum.

02. O estádio da fama de Miguel Relvas até 15/12/2012
O que se explanou no precedente ponto 01 foi inserido, em letra de forma, para servir de moldura à presente anotação de que o cidadão Miguel Relvas, sendo um credenciado actor/prestidigitador muito em foco no circo político, tem sido alvo de bastantes críticas pelos seus famigerados desempenhos académicos e pelas desastradas intervenções tidas na esfera pública e no campo governamental.  
Por certo que, tratando-se de figura muito conhecida e exposta ao escrutínio dos cidadãos, tudo o que consta do seu pessoal património cultural e profissional, negativo e desconforme, constituiu-se como factor desprestigiante da política nacional, perturbador da estabilidade social e desagregador do sentimento aglutinador da Nação.
Este era, até anteontem e em síntese, o estádio da fama, algo comprometedora, do irrequieto e inconsequente político Miguel Relvas, de sua insegura graça e sitiada figura arrelvada.

03. A declaração angélica,
decorrente da autodescoberta de Relvas como anjo imaculado…
Desde anteontem e segundo um descuido(?) de linguagem da própria criatura, que surpreendeu o patético mundo lisboeta, ficámos conhecendo um segredo que tem sido guardado (talvez por motivações de incrível modéstia…) por Relvas. A acreditar na declaração feita perante as câmaras das televisões, ele encontra-se regenerado, retemperado, mui animado e, por demais, excessivamente aliviado das tensões, liberto das pressões, desobrigado das obrigações, indiferente a algumas conveniências, distante de aqueloutras exigências, fugidio das embaraçosas incongruências e, suprema virtuosidade de grande artista e fraterno irmão: dispensando os perdões da raia miúda. Mas, sobretudo, beneficiando das transcendentes absolvições e, portanto, feliz contemplado das atenções divinas ou das bênçãos dos presumidos representantes da Altíssima Divindade, plasmados nos altares de alguns templos situados em Lisboa e nas áreas circundantes. Igualmente, enredado, em apropriados cúmulos operacionais, factuais e institucionais, concernentes à amizade benfazeja e ao patrocínio tutelar da coelhal figura, queda-se por aí, algures no Terreiro do Paço, (à beira de Tejo implantado, na cidade de Lisboa), em sofisticada pose de IMACULADO. Mais: agrega a atractiva condição de tranquilo anjo; por distinto sinal, putativamente livre - que nem um passarinho da floresta amazónica - das várias sujeições, das múltiplas suspeições e das inúmeras condenações do tribunal da opinião pública, de que tem sido alvo.

04. Livre como um passarinho? Perguntar-se-á: Como, assim?
A resposta é linear, simples, directa: Relvas, é o Arcanjo Miguel.!
Exactamente: foi Miguel Relvas que, com a imagem da sua marca pessoal, tornada inalterável, composta do largo sorriso maroto estampado no rosado fácies, mostrando a maior descontracção associada a grande animação gesticular e no seu melhor estilo de sempre, disse aos estupefactos jornalistas:
- “O processo de privatização da RTP está imaculado”.“O processo Por estranho e lamentável que pareça, ninguém exclamou: Ámen!... da
Como diria o falecido actor cómico brasileiro, radicado em Portugal, Badaró: “Toma e embrulha!”. Claro que os jornalistas tomaram e embrulharam, conforme os usos e os costumes…
Do Zé-Povinho, ainda não é conhecida a reacção…

05. Todavia…
Há uma conclusão lógica a extrair da fala de Relvas. Que, aliás, foi aqui já aludida e que, ostensivamente, lhe está subjacente.
O raciocínio conclusivo, que está implícito nas palavras de Miguel Relvas, é o seguinte:
“O processo de privatização da RTP está imaculado”,
Logo: está bem amanhado…
E, assim, por elementar inerência e sem margem para dúvidas: imaculado, é o amanhador…
Quem será o amanhador? Obviamente, Relvas, o IMACULADO!
Daí, está localizado, identificado, sublimado, festejado, consagrado, um ser de eleição; por feliz acaso, pessoal e intransmissível: o Arcanjo Miguel…

06. Nota conclusiva
Pois vamos acolher e recomendar às pessoas mais crédulas e empobrecidas de espírito redentor, esta fantástica notícia da interessante, paradigmática e excitante, transmutação da personalidade do singular indivíduo, de partidária formatação de cor laranja e de humana configuração, Miguel Relvas, em o transcendente (que excede os limites ordinários) e bem-aventurado Arcanjo Miguel.
Claro que para levar o ora citado propósito a bom termo e mesmo ultrapassando a determinante condição divina de IMACULADO do arrelvado personagem, estaremos apetrechados com o tremendo, avassalador, insuperável, altíssimo grau de credibilidade(…), que subjaze ou advém do invulgar e multifacetado currículo do ilustre cidadão Miguel Relvas – o qual, merecidamente, ostenta a pomposa e utilitária condição (ou estandarte?) de posse e usufruto de uma inédita licenciatura arrelvada.

07. Explicação complementar
Licenciatura arrelvada é uma licenciatura lisboeta, de promissora apanha temporã, com duração certamente diferida ou espaçada no tempo e bem adaptada à vigência da actual legislatura alaranjada; também, simbólica e figural de Relvas, conhecido actor do circo político, sito na praça das obscenas cantigas alfacinhas, algures em Lisboa; outrossim, de modelo único, concebida e moldada conforme ao figurino de uma criatura que há nome baptismal de Miguel Relvas e que, agora, já confortavelmente IMACULADA, exibe a suprema dignidade de ARCANJO MIGUEL.

08. Mas convenhamos: era só o que nos faltava no quadro da desgraça nacional
Para completar o quadro da desgraça nacional só faltava uma anomalia confessional.
Pois, “não há fome que não dei em fartura”…
De facto, que não de direito ou de subentendida recomendação cívica, aí a temos, à dispensável fartadela, exemplarmente corporizada no ser evangélico que, obstinadamente, se apresenta em todo o seu esplendor: o GRANDE ARCANJO MIGUEL!...
Caso para dizermos: com tamanha coisa de farta-velhaco, estamos… lixados!

PS. Este texto foi escrito ao desabrigo do Acordo Ortográfico, recentemente aprovado pelo governo português.