Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

terça-feira, dezembro 25, 2012



Ao compasso do tempo…

Ai Baptista, que te perdeste…
E, logo, tu que eras o novo burlão
que estava mesmo a jeito de governar…

Brasilino Godinho

Mais uma infelicidade: perdeu-se, ingloriamente, a esperança de um dia termos Baptista, distinto burlão, como promissor chefe do governo português…

Baptista, é nome de guerra do presumido burlão versado em assuntos económicos e engenharias financeiras que, sendo o mais improvável primeiro-ministro do futuro governo, talvez fosse detentor da prerrogativa de ter algum préstimo…

Pois é verdade, o Baptista da actualidade mediática é pessoa desinibida, fala fluentemente em português(…), disserta sobre assuntos económicos e financeiros, já se apresentou em conferências e debates (como o do “Expresso da Meia-Noite”, da última sexta-feira, na estação televisiva SIC, coordenado pelo jornalista Nicolau Santos) e, particularidade não despicienda, por todos os sítios do território lisboeta tem passeado a sua classe e sido ouvido com deferência, sem suscitar grandes controvérsias. E, imagine-se!... tem ideias interessantes para atenuar a derrapagem da situação financeira do país.

Enquanto se ignorava a sua superior qualidade de vigarista (a crer naquilo que, em coro, os jornais estão proclamando), as suas propostas eram ouvidas com atenção e alguma concordância, nomeadamente por badaladas figuras da alfacinha cidade.

Agora, em queda acelerada, já é severamente contestado, por se ter descoberto que se arvorara, indevidamente, como coordenador de um inexistente organismo da ONU. Claro que isto haveria de acontecer conforme os usos e os costumes da comunicação social lisbonense. Ou seja: para certa gente, as ideias não valem por si mesmas, mas consoante o estatuto e as circunstâncias da pessoa que as formula. O que é prática simplista, habitual, repulsiva e incoerente, de certas elites preponderantes no seio da sociedade portuguesa.

Portanto, seja o Baptista, atirado à bicharada e, sobretudo, reconhecido, à última hora, como um qualificado burlão. E, consequentemente, sejam desvalorizadas as suas perorações, repudiadas as suas propostas e atiradas ao lixo as linhas de seu pensamento. Também apagada a sua imagem das fotografias, à semelhança do que fazia o ditador soviético, Estaline, relativamente aos seus pares caídos em desgraça, após as terríveis purgas.

Daí que, para salvar as aparências da seriedade que está arredada do quotidiano lisboeta, o ilustre Baptista, apressadamente colocado na forçada condição de altruísta bode expiatório, é a oportuna peça apropriada, o instrumento útil e a solução eficaz. Ele, o “bode” que está mais exposto à degola. Pelo que jamais virá a alcançar o lugar cimeiro da governação.

O azar ou a censurável(…) imprevidência de Baptista, constituem-se hipóteses que radicam no facto de, provavelmente, ter menosprezado a possibilidade de se filiar num dos partidos do chamado arco do Poder. Porque, sem dúvida e dentro dos padrões existentes da vida partidária mais ligada à maioria parlamentar, a sua ascensão na hierarquia dos partidos X, Y ou Z, estaria mais ou menos garantida. E então, sim, aí o teríamos devidamente credenciado para as altas funções de chefe do governo.

No entanto, como isso não se perspectiva, o festejado Baptista talvez esteja liquidado politicamente.
Mas pior do que esse infortúnio pessoal da criatura em causa, é que a malta se encontra algo desiludida, porque gorada fica a aliciante expectativa de rotundo êxito protagonizado por um novo burlão, mui esperto, bastante convincente e excessivamente arejado de ideias; o que augurava um futuro de recuperação do país. E… ainda, por demais, tratando-se de um expedito indivíduo decidido não só a bater-se taco-a-taco com a famigerada ”Troika”, como a abster-se, resolutamente, de beijar e abraçar a senhora Angela Merkel – uma e outra, detestadas entidades da nossa desventura colectiva…

Enfim, mais uma desgraça… a juntar a tantas mais que afligem os indígenas portugueses.