Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

sábado, abril 18, 2009

Ao compasso do tempo…

ACONTECEU!

O PRESIDENTE DESPROPOSITOU…

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

http://quintalusitana.blogspot.com

Quando falamos do actual inquilino do Palácio de Belém temos de considerar duas personalidades distintas mas coincidentes no mesmo ser. Uma, o ente. O actual, pessoa que tem a distinção de uma trilogia formada por nome (Aníbal), sobrenome (Cavaco) e apelido (Silva). – o que desde logo dá a ideia de uma personalidade que carrega um fardo psíquico despropositado à sua envergadura. Isto é: Aníbal, nome de general cartaginês que foi um dos maiores estrategistas militares da História. Cavaco, que é uma lasca, compacta e dura da planta silva, que - por condição física - é magra e envelhecida cada vez mais à medida que o tempo passa. Silva, como já mencionámos, é planta da família das Rosáceas.

Acontece que a criatura, à excepção do termo cavaco, tem identificação despropositada à sua específica natureza. Pois que tendo nome de ilustre guerreiro, ao longo da sua vida nunca evidenciou grandes aptidões militares. Foi miliciano do exército português, mobilizado para a guerra, mas como não foi condecorado com o Grande Colar da Torre e Espada, nem promovido, por distinção, a oficial general, presume-se que não se terá distinguido por acções em combate ou por ter estado envolvido em complicadíssimos trabalhos de secretaria no Estado Maior das Forças Armadas em campanha. Aliás, como façanha notável, bastante publicitada nas televisões, jornais e revistas e segundo consta na sua biografia particular, terá subido a um coqueiro em S. Tomé, com tamanha desenvoltura que surpreendeu os basbaques que assistiram emocionados a tão surpreendente exercício de alta escola militar. Mesmo na arte da política também nunca mostrou qualidades de estratega. Com boa vontade podemos admitir que usou alguma táctica na investida sobre Belém, ali ao lado do Mosteiro dos Jerónimos, na ex-capital do Império. Silva foi uma aberração baptismal. Porquê? Perguntará o leitor. Porque se é da família das rosáceas devia estar integrado no clã das rosas, com mansão situada no Largo do Rato, na alfacinha cidade. E não ser pertença do núcleo das azedas laranjas. Quer dizer (parafraseando o adágio): as letras não condizem com a careta.

Convenhamos que não será fácil aguentar um múnus presidencial com semelhante peso inter-humano. O que, eventualmente, poderá dar azo a que ele se considere despropositado em relação a si próprio. Algo muito complicado para a pessoa e de indisfarçável incomodidade para todo o numeroso grupo de assessores e assistentes de bordo da nau que o Mestre comanda a partir da torre de comando do palácio belenense.

A outra personalidade é o presidente da república dos portugueses. É sobre esta personalidade que incide esta crónica.

Começamos por destacar a moda dos discursos presidenciais. Ela teve início com as famosas discursatas do Almirante Américo Tomás, na era do Estado Novo. Eram peças muito interessantes que tinham o condão de nos divertirem. Num tempo de tristeza facultavam a vantagem de provocarem alguma descontracção ao Zé-Povinho. Depois, veio o Dr. Jorge Sampaio, com um discurso mais elaborado, que nos proporcionou inolvidáveis momentos de hilaridade. Sempre que o presidente Sampaio discursava o Zé-Povinho achava-lhe alguma (des)graça e ficava a ver navios sem perceber bem qual era a ideia de Sua Excelência; por sinal, grande praticante da Língua Inglesa. E a tal ponto amante da fala dos súbditos de Sua Majestade Britânica que não perdia oportunidade de se exibir em público, mesmo em Portugal, para todos saberem que ele sabia falar em Inglês. Muita gente se convenceu que o ex-presidente Sampaio «inglesava” melhor, que «aportuguesava».

Quanto ao presidente actual é caso para dizer que não perde oportunidade de botar discurso por tudo que é sítio. Geralmente despropositado e sem qualquer validade. Tal e qual como os discursos des políticos que todos os dias aparecem nas televisões, sempre repetitivos e inconsequentes. Enjoam. Massacram. Melhor fora que fossem pregar para os desertos da Líbia e do Egipto (quanto mais longe, melhor). Lá não incomodavam ninguém. Na pior hipótese, molestariam os tímpanos dos camelos em trânsito. Que, coitados, teriam de aguentar e mostrar focinho alegre, não fosse o Diabo, aliado natural dos intrusos, lembrar-se de os reter e mais os atormentar com requintes de malvadez…

Mas, voltando ao presidente, reportamo-nos ao discurso que, no dia 17 de Abril de 2009, pronunciou na Universidade Católica. Ele falou nos «ganhos despropositados» como factores de uma situação «insustentável», considerando urgente modificá-la.

Mais uma vez o presidente Silva evidenciou que o tempo de estudo em Inglaterra terá contribuído para o esquecimento do Português – o que teve como consequência o frequente desajuste dos termos utilizados relativamente às correctas definições dos temas, das questões, das causas, dos problemas e das situações.

Sua Excelência enganou-se – cremos que involuntariamente – e baralhou os portugueses que se interrogam: “Ganhos despropositados”? Como assim?

Do que se trata, sem margens para dúvidas, é que são ganhos propositados. Com um propósito bem singular e objectivo. E, também, com inegável utilidade e proveito de quem os tem. Imagine-se a indignação que perpassou em vários sectores da vida nacional e, também, desperta em personalidades de grande preponderância na sociedade, ao ouvirem este despropósito de Sua Excelência. Quem, em são juízo, admite que os numerosos fulanos, beltranos e sicranos, com principescos rendimentos, vão achar que estes são despropositados? Porventura, o presidente deu-se ao trabalho e prevenção de ouvir a opinião deles? E já, agora, o próprio presidente Silva ouviu a pessoa Silva que o incorpora? Decerto que não ignora aquilo que circula na Internet, há muito tempo, a respeito da acumulação de grandes reformas auferidas pelo cidadão que, na actualidade, tem sobre os ombros a enorme responsabilidade de ser o mais alto magistrado da nação portuguesa. E, até hoje (ao que se sabe), não veio a público qualquer desmentido.

A dúvida que se expõe: Por inerência e apreensão de sentidos do discurso, será o presidente despropositado? Inclusivamente nas falas, nos modos e nas lembranças?...