Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

terça-feira, fevereiro 17, 2009

Ao compasso do tempo…

FACE À SITUAÇÃO ESCURA,

SEJAMOS CLAROS!...

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

http://quintalusitana.blogspot.com

Quando o regime do Estado Novo ruiu em 25 de Abril de 1974 como se fosse um castelo de cartas, grande parte do mundo português respirou de alívio e meio deslumbrado com as “amplas liberdades” que surgiam, admitia que vinha aí uma era de prosperidade e de regeneração da sociedade portuguesa. Acreditava-se nos homens e mulheres das novas gerações que despontavam para a vida política, tomando nas suas mãos o governo do País.

Depressa se compreendeu que houve uma profunda ilusão. Em primeiro lugar, a maioria dos entusiastas nem se apercebeu que os novos agentes políticos não estavam preparados para tão complexos e exigentes trabalhos de recuperação, de saneamento e de desenvolvimento, em sintonia com o necessário encadeamento político, social, orgânico, da estrutura do Estado.

Tomados da vertigem do Poder, obcecados pelas teorias neoliberais, alguns deles deslumbrados e fanáticos seguidores do grande mentor do neoliberalismo económico o Dr. Milton Friedman, inexperientes, demasiado incompetentes e sobranceiros, os novos senhores e alguns safados oportunistas começaram por fazer tábua rasa de algumas componentes válidas do regime derrubado. De uma assentada aniquilaram praticamente tudo o que era prestável. Foi um expediente insensato e que não tardou a produzir desastrosos resultados.

A seguir e até aos nossos dias, desenrolou-se um quadro desordenado de actividades partidárias, síncrono das más governações prosseguidas por sucessivos governos que foram arrastando a Nação para a actual situação ruinosa.

Agora, devemos estar precavidos quanto às conversas de chacha. Não venham dizer que as tremendas dificuldades que hoje sentimos derivam da desfavorável evolução económica causada pelo descalabro financeiro do gigante comercial norte-americano. Quando essa calamidade eclodiu nos Estados Unidos da América havia muito tempo que o nosso país se defrontava com a derrapagem da sua economia e com a acentuada deterioração das condições de vida da maioria da população portuguesa.

Por ser esta a verdade dos factos que nos deixaram em transe existencial, urge reconhece-la sem sofismas e assacar toda a responsabilidade à classe política que tomou o Estado à sua posse, dele tem extraído proventos, enquanto de forma irresponsável vai conduzindo mal e porcamente a governação de Portugal.

Sendo esta a conclusão extraída por qualquer cidadão no pleno uso das suas faculdades, descomprometido com interesses obscuros e sem vinculações partidárias que lhe obliterem o raciocínio, impõe-se a obrigação cívica de se exigirem responsabilidades aos detentores do Poder.

Rapidamente e com forte determinação criem-se mecanismos de avaliação de desempenho dos políticos e deputados em geral, mas, sobretudo, dos governantes em particular. Estes, não podem continuar a apontar as suas baterias de ataque aos professores obrigando-os a uma avaliação permanente e complexa que praticamente os desvia das suas funções específicas de ensinar, enquanto eles, governantes, se passeiam ufanos, ridículos, sem decoro, por tudo que é sítio de turismo, local de devaneio circense, recinto de mostra publicitária. Essa gente que todos os dias deambula pelo território nacional e pela estranja, gastando à tripa-forra, esvaziando os cofres do Erário e fazendo de conta que governa o país, tem de, obrigatoriamente, passar a ser avaliada em todos os capítulos das suas funções oficiais por aquilo que, normalmente, faz mal e pelo que de bom não executa ou negligencia. Avaliação que deverá ser feita segundo um modelo idêntico àquele que concebeu para os professores que permita conhecer, classificar e punir: as faltas de assiduidade ao serviço público; os incumprimentos das tarefas programadas; os danos ocorridos no tecido social decorrentes das arbitrárias e desconexas políticas prosseguidas; os desleixos praticados; as incompetências demonstradas; os custos das viagens e dos tempos das ocupações em actividades extras e partidárias durante os horários de trabalho; a não apresentação de circunstanciados relatórios bem elaborados, redigidos em português correcto, sobre as intervenções ou missões desempenhadas no estrangeiro. E já agora, se não der muita maçada às personalidades que estão colocadas nos mais altos cargos da estrutura do Estado, que demonstrem os êxitos das suas ditas presenças de apoio a entidades públicas e a sectores de actividades económicas; os quais, são muito apregoados durante as recepções tidas em diferentes locais e referidos nas inevitáveis, descabidas e presunçosas declarações prestadas aos jornalistas das televisões e dos jornais.

Estamos falando de uma avaliação que terá de ser permanente e feita por peritos devidamente credenciados e isentos; uma vez que a Assembleia da República, no que se refere a fiscalização dos exercícios do Poder, é um zero: tanto à esquerda, como à direita ou ao centro. Ela própria a necessitar de ser severamente classificada e sancionada.

Sim! A avaliação dos governantes é uma obrigação inadiável. Uma tarefa prioritária! Para começar imediatamente! Sem delongas!

Desde já, se faça a prevenção: Não venham com a treta de que a avaliação é feita nas eleições legislativas. Treta que vai servindo de desculpa e de grosseira manobra de diversão para desviar as atenções sobre a dramática realidade e apontá-las na direcção do povo a quem se acusa de ser responsável porque os elege – o que é uma grande falácia, com evidente carga de hipocrisia.

Nas actuais circunstâncias, são os membros do governo que precisam de ser avaliados em primeiro lugar e com aquele máximo rigor que a inexplicável ministra da (des)Educação reserva para os professores. Chefe do governo e ministros estão no topo da hierarquia do Estado. Sendo os maiores responsáveis da Administração Pública têm de dar o exemplo. E serem os primeiros a se sujeitarem à avaliação: contínua, efectiva, autêntica, insofismável. Verdadeira!

Assim terá de ser! Se no circo político ainda houver um mínimo de decência

Entretanto, antecipemo-nos e façamos essa imprescindível avaliação rigorosa das acções e disfunções dos governantes, dos deputados palavrosos e inconsequentes e de quantos, detentores dos vários poderes, estão a por o pé na poça, de forma persistente e desavergonhada. Uma tarefa que cabe a todos os cidadãos e que urge ser levada à prática com a necessária firmeza e a devida predisposição a despedi-los por justa causa...