Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

segunda-feira, fevereiro 02, 2009

Mensagem às leitoras e aos leitores

Prezadas senhoras,

Caros senhores

Aqui estou a renovar os contactos que suspendi na primeira semana de Dezembro do ano transacto.

O interregno prolongou-se devido a motivações de natureza pessoal. Aliás, como foi referido no anúncio de suspensão.

Aos meus leitores fiéis - também aos desconhecidos e infiéis… - peço desculpa por ter dilatado o prazo de um mês de interregno, que me impusera, das crónicas normalmente inseridas neste blog.

A partir de agora tentarei prosseguir na actividade de cronista, embora ela esteja bastante condicionada pelas absorventes ocupações em que estou envolvido.

Assinalo o retorno com uma crónica sobre um assunto da maior actualidade.

Mas tratado sob um ângulo que não se vê apontado na nossa comunicação social, quase toda ela, comprometida com o poder, os grandes jogos de interesses obscuros e, sobremodo, contemplando-se nos aspectos folclóricos, primários, sensacionalistas e superficiais do circo político-social.

Com os melhores cumprimentos.

Brasilino Godinho

Ao compasso do tempo…

FANTÁSTICO! ATÉ AS CORES …

JÁ ENTRARAM NA CRISE…

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

http://quintalusitana.blogspot.com

Decididamente a crise, tal como uma mancha de óleo derramado sobre uma superfície, alastra por todos os lados e recantos de Portugal, levando tudo na sua frente. Com uma diferença substancial - provavelmente devida à atenciosa protecção de um Deus benévolo, conivente, sem escrúpulos - relativamente a certos figurões da praça que, previdentes, atentos, oportunistas, se põem nas conformes posições de não serem incomodados ou sujeitos às desgraças generalizadas neste desditoso e mal cuidado país.

Ressalvadas as conveniências e regalias dos grandes senhores da “Quinta Lusitana”, a tradicional crise, de remota origem, aí está viçosa, enriquecida de miasmas de várias naturezas e desconformidades.

Aqueles incomparáveis amigos Eça de Queirós e Ramalho Ortigão se, ressuscitados do sono eterno, por aí aparecessem na companhia do Guerra Junqueiro, não deixariam de reconhecer como se vão mantendo actuais as considerações que fizeram sobre a famigerada crise já instalada na sociedade portuguesa no final do século XIX. Aliás, para dissipar dúvidas, “revisitem” ‘AS FARPAS’ dos dois amigos (Eça e Ramalho) e releiam a obra do outro (Junqueiro).

Na época presente a crise aumenta avassaladoramente e atinge, de forma dramática, muita gente que vive desesperada sem esperança e alternativas de sobrevivência ou de melhoria da qualidade de vida.

E a coisa está tão complicada que nem só os cidadãos sofrem as agruras decorrentes do estafermo (a crise, pois claro) que nos vai moendo o juízo e perturbando o nosso viver.

Agora, também os elementos, as substâncias e as impressões que a luz difundida produz no órgão da visão de qualquer indivíduo, foram atingidos pelo “monstro” - assim rotulada a crise pela mão e sapiência do mui famoso Cavaco de especial concepção algarvia.

De facto, estavam as cores postas em sossego e fazendo valer os seus predicados junto dos indígenas, eis senão quando, em recente data, outro não menos famoso, irrequieto e festejado cidadão que usa apelido de um sábio da Grécia antiga (que não merecia tamanha desfeita), veio chamar à colação uma cor que nem, por sua negritude, deveria ser incomodada e metida de supetão numa presumida campanha de maldizer.

Francamente! Chamar a um conjunto de esforços ou iniciativas, quaisquer que sejam, “campanha negra” revela imprudência e um extremo abuso de confiança quanto à dita coloração negra.

Também, desde logo, ao ouvir-se a expressão “campanha negra” proferida aos microfones das televisões num horário que tanto faz ser nobre ou plebeu, em tom dramático, sente-se um calafrio na espinha dorsal que, rapidamente, se estende desde a cabeça aos pés, ao lembrarmo-nos da peste negra que, tendo entrado em Portugal no século XIV e voltado nos séculos XVI, XVII, e XIX, ceifou muitos milhares de vidas.

Outra questão que se põe é o laivo da discriminação racial. Porquê negra? Por que não campanha branca? Lilás? Amarela às riscas? Vermelha tingida de azul? Ou de cor rosa? Isso, rosa; a cor de feição da rapaziada do Largo do Rato, na alfacinha cidade

Em sequência de raciocínio, permitam-nos expressarmos uma curiosidade: Se não fazemos ideia concreta do que é a anunciada “campanha negra” (natureza, forma, expressão) o que será uma campanha branca? Convenhamos que a haver uma “campanha negra”, seguramente que, coincidente ou a posteriori, haverá uma campanha branca, em contraposição

Mas insistimos: O que será uma “campanha negra”? Porventura, suja? Ou tal como a referida peste ela traz consigo a morte? Dela mesma? De outrem? Quem? Ou quais? Poucos? Muitos? A extinção de coisas e algumas loisas? Porquê comprometer a cor negra numa presumida campanha indiciada como destrutiva? Com que direito e sentido de justiça alguém associa a negra a uma ideia de destruição?

A propósito de campanhas e já que está correndo a maré de atribuir cores a torto, a direito e à esquerda - PS incluído - que colorações vão ser postas na face visível e na parte escondida, reservada, discreta, impertinente, da campanha de distribuição de recomendações às bases e aparelhos socialistas (de que foi dada notícia na imprensa)? Recomendações que irão no sentido de elas e eles cerrarem fileiras em torno da figura socrática. Ela, referida campanha, agora intrusa pela porta traseira do palacete róseo do Largo do Rato, vai chamar-se campanha branca? Ou, mais prosaicamente, campanha rosa? Ou vem por aí desgarrada, à revelia, blasfema da Democracia, uma grande manifestação de desagravo à maneira da era de Salazar? Estará na forja o retorno do Movimento Nacional Feminino que prestava entusiástica vassalagem ao Chefe?

Depois, não nos espantemos com as repercussões politicas em Portugal, junto das comunidades escuras e nos países africanos que, muito naturalmente, se sentirão feridos nas suas susceptibilidades por, não sendo idiotas, perceberem na designação negra um sentido de rejeição e uma acintosa manifestação de preconceito racial. Uma coisa e outra em clara violação dos direitos do Homem. Previnam-se a socrática figura e o ministro dos Negócios Estrangeiros porque será de admitir uma qualquer intervenção da Organização das Nações Unidas (ONU) sempre atenta a todos os indícios de desunião entre comunidades e povos…

Mais, ainda, de considerar o mal-estar que este facto (a designada ‘negra’) vai causar nas relações entre Portugal e os países da CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa) precisamente numa altura de calmaria induzida pela aprovação do Acordo Ortográfico”.

Tudo isto é extraordinário! Denotando um espanto: ninguém reparar nestas complicações

Entrementes, a Nação está gravemente doente a necessitar de cuidados intensivos ministrados por especialistas sérios e competentes. Ela permanece adormecida. Apática, como se estivesse hipnotizada

Enfim, nem uma simples cor negra escapa ao agravo dos políticos lusos

Fim