Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

terça-feira, março 04, 2008

Um texto sem tabus…

ÀS CLARAS…

SE A MINISTRA SABE TUDO,

OS PROFESSORES NÃO SABEM NADA

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

http://quintalusitana.blogspot.com

A comunidade escolar dos sectores dos ensinos básico e secundário, os pais, os encarregados de educação, o país, estão confrontados com dois postulados antagónicos derivados das posições irredutíveis da ministra da Educação, sobre um conjunto de reformas de gestão escolar e avaliação de docentes e no tocante a determinados procedimentos tidos como ofensivos pelos professores.

Em termos práticos temos a proposição da ministra baseada no conceito da infalibilidade e de prevalência das suas orientações e actos políticos, que se confronta com a hostilidade e a recusa dos professores face às medidas programadas que vêm sendo decretadas.

O problema configura-se num enquadramento que se pode sintetizar da seguinte maneira: a ministra concebe e determina as medidas sem ouvir os professores que na escola vivem as situações e têm a experiência quotidiana de leccionar as aulas.

Ela sabe, com recurso à ciência exacta do saber, muito seu, laboriosamente digerido e acumulado nas próprias faculdades de alma ao longo dos anos da sua existência, desde os bancos da escola primária, que extrapola para o exercício da função e materializa na fantástica encenação virtual de tudo que sejam programas de educação, métodos de ensino, horários escolares, experiência de leccionar turmas de discentes mais ou menos indisciplinados, gestão de escolas e avaliação de professores e de alunos.

Pensa ela que está possuída de todos os dados da problemática dos ensinos básico e secundário. E como assim pensa, age e determina-se por aquilo que não passa de imagens e fantasias assimiladas por quem “não tem experiência de dar aulas no sector”, conforme acentuou a professora Fernanda Velez, a quando da realização do debate do “Prós e Contras” sobre o Ensino efectuado em data recente.

Para agravar a situação a ministra e os secretários de Estado procedem como se fossem infalíveis como os papas.

O pior é que os portugueses sabem que o Ensino está de rastos. Os resultados são desastrosos. Os professores estão em estado de transe. Sentem-se feridos na dignidade pelos agravos que recebem dos altos responsáveis do ministério.

No entanto, a ministra nem se dá conta das contradições da sua conduta autoritária. É que, tão ciosa da sapiência e do pedestal, mostra-se muito determinada no rumo que prossegue e não aceita críticas, sugestões e propostas, tendentes à correcção e aperfeiçoamento das medidas que decreta. Em contraposição vai repetindo que não conhece ou não sabe as variáveis do processo em curso de contestação à sua desastrada política. Por exemplo: se num dado momento reconhece a existência de um clima de contestação logo vai afirmando não saber se ela está a aumentar ou a diminuir. Neste ponto tais palavras exprimem a sua deficiência visual e a razão porque usa óculos; certamente sem lentes progressivas ou regressivas… Depois, confrontada com as sentenças dos tribunais favoráveis às acções postas pelos sindicatos e as implicações de custos de indemnizações aos professores, diz que as desconhece e não é jurista.

Entretanto, prosseguem as manifestações dos professores repartidas por várias cidades do país nas quais protestam contra a política da ministra da Educação. Esta, teima em proclamar que sabe o que está a fazer e tem a razão do seu lado. Confrontando a tutela, os professores persistem na reacção e na indignação.

A querela aí está em crescendo. Quem bem a julga?

Certamente o povinho já tem duas opiniões formadas sobre as entidades em disputa:

Primeira, a ministra da Educação sabe tudo, parecendo não saber nada da missão que lhe confiaram.

Segunda, os professores não sabem nada ou algo que se assemelhe à sabedoria da excelência, parecendo saberem tudo do ofício que aprenderam e praticam diariamente…

Quanto aos estudantes? Bem, estes apesar de desconhecerem a ministra vão (até ver) aprendendo com os ensinamentos dos professores. Felizmente, para eles, pais e encarregados de educação…

Enfim, a ministra sabe tudo, mas não ensina nada… Os professores não sabem nada mas ensinam tudo…