Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
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SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

segunda-feira, fevereiro 25, 2008

SARAIVADAS…

Ou as confissões do Arq.º Saraiva…

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

http://quintalusitana.blogspot.com

Tema: SARAIVA NA SUA TORRE DE MARFIM.

MÍOPE… DISTRAÍDO… CONDICIONADO…

A 09 de Fevereiro de 2008, José António Saraiva publicou no semanário que dirige a crónica “Quem semeia ventos”. Pelo que revela, pelo que escamoteia, pelo que esconde, pelo que manipula e, sobretudo, pela falta de sensibilidade do autor para apreender a essência das questões, é das peças mais desordenadas e irrelevantes que Saraiva terá escrito no decorrer da sua longa actividade de jornalista.

Apreciando a peça com atenção somos tentados em interpretá-la como: Quem semeia brisas. Suaves e aprazíveis nalguns locais de frequência mui selecta… Certamente que Saraiva foi o semeador determinado a encaminhar uma agradável e reconfortante aragem nos convenientes rumos. Com a vantagem, por vontade própria, de ela ir perpassando sobre requintadas áreas privativas de grandes poderes e de ilustres titulares da nossa afortunada sociedade. Então nesses lugares de eleição a linguagem utilizada pelo famoso jornalista deve ter sido acolhida como bela composição musical pelos apreciadores do género.

Vejamos alguns extractos das “partituras”.

“O bastonário dos advogados, transformado em acusador público, punha (numa entrevista) gravemente em causa a honorabilidade do Estado”

Engano de José António Saraiva. Nem o bastonário se substituiu a qualquer delegado do Ministério Público, nem atingiu a honorabilidade do Estado. Quem põe, em permanência diária, pelas ruas da amargura a honorabilidade do Estado são os actores do circo político, os deputados, os governantes e os vários agentes da comunicação social. Todos, em distinta sintonia, anormalmente empenhados em desvirtuarem a realidade das coisas e a iludirem as questões. Com especial referência aos articulistas que – comprometidos com dúbios interesses - se destacam por se demitirem dos seus deveres éticos e deontológicos. Atente-se que falamos de deveres que não se compadecem com faltas de isenção e de rigor nas notícias e nos comentários que trazem ao conhecimento dos leitores.

“O discurso miserabilista contra os “ricos”, além de demagógico, só tem contribuído para atrasar o país ainda mais e dificultar a afirmação da sociedade civil”.

Que grande confusão de Saraiva. E mais uma vez lá vem ele com a “cantilena” dos “discursos demagógicos.”. Decerto que Saraiva conhece o sinónimo de demagogia. Compreende-se a insistência e… a conveniência. Mas sujeita-se a que classifiquemos a sua atitude como interessada em baralhar os leitores menos avisados. Ela, sim!. Verdadeiramente demagógica.

Com que então discurso miserabilista? Claro que o de Saraiva é milionário. Reportado a quantos se incluem na minoria dos poderosos capitalistas e políticos. A população lusa está assim tão abastada e feliz da vida como insinua Saraiva? Em que País vive José António Saraiva?

“O discurso populista, de acusação generalizada, atiça ódios, invejas, rancores, mas não resolve nada - só destrói”.

Será que o discurso contemporizador e a adulação servil aos poderes que desregulam tudo, para além de beneficiar os interesses obscuros contribui para a resolução dos graves problemas que afectam a sociedade portuguesa?

“Marinho quer salvar a Pátria purificar as instituições, acabar com as injustiças – mas já devia saber que não é assim que os problemas se resolvem e que este é o género de atitudes que mina as sociedades e desacreditam os regimes”

Pegando-lhe nas palavras é Saraiva que já devia estar ciente não ser com textos como este seu “Quem semeia ventos” que estará a dar contributo válido para o Bem Comum. Não é a denúncia dos abusos, das arbitrariedades, dos crimes, da corrupção e das más práticas da governação, que “mina as sociedades e desacredita os regimes”. Os poderosos mentores, os protagonistas do descalabro e todos os que na Comunicação Social se acomodam e se demitem dos elementares deveres de informar, comentar e analisar, com rigor e isenção, são os maiores responsáveis por essas situações de colapso dos regimes e das sociedades. A podridão para além de cheirar mal e causar náuseas é corrosiva do tecido social. A promiscuidade e os tráficos de influências subvertem os valores da Moral e da Política. Estes factores destroem as bases e os mecanismos da sociedade portuguesa. Estão à vista de toda a gente. Negá-los, minimizá-los ou tentar escondê-los, é um péssimo serviço que se presta à Nação. O qual se sustenta no cinismo, na hipocrisia e… na demagogia. Sim! Aqui com cabimento. Demagogia - porque visando enganar os cidadãos.

Se António Marinho Pinto, bastonário da Ordem dos Advogados, “quer salvar a Pátria e purificar as instituições” e procede em conformidade, está – ele - no bom caminho. Tem o nosso aplauso. E contará com a gratidão dos portugueses de boa vontade. Enquanto outros que se mostram hostis a tais propósitos, estão no mau caminho e em rota de colisão com milhões de portugueses carentes, maltratados, ofendidos e humilhados. Podem contar que nem os apoios do grande capital e dos grandes poderes mais ou menos ocultos, perante os quais prestam vassalagem, os livrarão da repulsa do povo.

Lamentavelmente José António Saraiva evidencia estar possuído de estranhas sensações impressivas de distorção da realidade, de apatia (ou sobranceria?) face à evolução dos acontecimentos e de constrangimento induzido por causas extrínsecas que não consegue distinguir ou controlar. Nota-se que sofre de miopia; que anda distraído; que está condicionado no seu labor jornalístico; e, eventualmente, demasiado sujeito aos humores das entidades que financiam o seu jornal. Também exageradamente imodesto na contemplação do próprio umbigo e muitíssimo obcecado pela ideia fixa de o seu semanário ultrapassar o concorrente rival.

Como diria o Guterres de fracas memórias político-administrativas: É a vida!...