Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

domingo, fevereiro 03, 2008

“Marcelices”…

Do Prof. Seixa *

*Às vezes, designado Prof. Sousa.

Para quem não saiba, informamos que “seixa” é uma espécie muito apreciada de pombo bravo, esquivo, também chamada “sousa”, que não dispensa a conhecida variedade de fruta manga, vulgo “rebelo”.

Trata-se de um pombo traquinas de aspecto simpático que, todos os domingos, à noite, num programa televisivo, arrulha com desenvoltura e trejeitos que fazem as delícias da interlocutora.

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

http://quintalusitana.blogspot.com

“Marcelices”, as tristemente célebres notinhas, bisbilhotices e conversinhas da treta, da autoria do Prof. Sousa, insertas todos os sábados no semanário dirigido pelo arquitecto-jornalista José António Saraiva, sob a rubrica “BLOGUE”, constituem uma desgraça cultural que deslustra o professor e que não trazem nenhum valor acrescentado ao jornal que lhe dispensa duas páginas.

A matéria, o formato e o desconchavo estariam bem inseridos em publicações do género da antiga “CRÓNICA FEMININA” e na revista “MARIA”. Porém, os intervenientes responsáveis pela perturbante anomalia jornalística, nada se importam com aspectos relevantes da cidadania ou não entendem a maldade que praticam à cultura nacional e os danos que causam no tecido social. Isto num país onde predomina a tendência para a bisbilhotice e o culto da superficialidade, do mexerico e da futilidade. Por demais evidentes na aludida peça semanal do Prof. Seixa.

Outros aspectos a considerar têm a ver com o desperdício das aptidões intelectuais do autor e a circunstância ser prova de que nem sempre as produções de indivíduos talentosos são as condizentes aos seus estatutos académicos e as mais úteis para a sociedade.

Por outro prisma, entende-se que ao jornal se impõe a necessidade de preencher espaço de impressão de qualquer jeito e indistinto material. Sobretudo, a direcção quer vender papel e atingir grandes resultados nos lucros da exploração. Estará convencida que, para os efeitos enunciados, vem fazendo o melhor aproveitamento de uma figura carismática. Comete grosseiro engano.

A sociedade portuguesa, até ao limite da influência publicitária conseguida pelo jornal, é a grande prejudicada com a existência do “BLOGUE”. Os maiores prejuízos radicam no colectivo dos cidadãos. A que o professor e o semanário permanecem indiferentes e sobranceiros.

Ao crítico atento, livre, sem compromissos, cumpre desmistificar a mentira artificiosa das “Marcelices”. Denunciar a impressiva, deletéria, insinuante manipulação das mentes. E observar aos leitores distraídos ou confusos: Não se deixem ir na cantiga de “amigo da onça”. Assim a modos de, francamente, sem papas na língua, dizer-lhes: Não liguem a patacoadas! Olhem: O rei vai nu!

Tão simples quanto isto. Aos leitores indiferenciados se recomenda: Vejam e apreciem a miséria do quadro (BLOGUE) que se vos depara. Nele encontram profusamente expostos: o absurdo, a incongruência, o disparate, a palermice, o contra-senso e o ridículo - expressos de maneiras demasiado rasteiras e superficiais. Confrange! Ajuízem!

Felizmente e de bom augúrio que, à devida, correcta, avaliação, nem semanário, director, “marcelices” e seu produtor, se possam esquivar. E a esperança reverte a favor do Bem Comum. Mais: almeja-se a minimização dos estragos provocados pela desgraça cultural e a ressalva e preservação do valor inestimável da CULTURA.

Aqui chegados, transcrevemos algumas “preciosidades” do “BLOGUE” escritas pelo professor.

“AVALIAÇÃO Dos professores. Ministra está optimista, Deus queira que tenha razão”.

Nosso comentário: E se Deus não quiser que a ministra tenha razão? Em que situação ficam: Os professores? A ministra? O Prof. Seixa? E até nós que nos quedamos desasados sem a “preciosa” ideia alternativa do professor?

“TERTULIANO Apresentação de livro. A Oração. De Tertuliano. Primeiro escritor cristão em latim. Tradução de João Matos de Figueiredo. Ex-professor de meus filhos Nuno e Sofia, na escola dos Salesianos do Estoril. Um dever e um prazer”.

Nosso comentário: esta notinha é uma charada com algum carácter familiar. Um dever? Qual? Citar Tertuliano e a obra A Oração? Assinalar que foi o primeiro escritor cristão a utilizar o latim? Referir que o Figueiredo foi o tradutor? Anotar que este foi professor dos dois filhos do Prof. Seixa? Informar que os filhotes frequentaram a escola dos Salesianos? Neste rol de indicações qual será a que lhe impunha “um dever”? Ou, porventura, estava obrigado a “um dever” relativamente a todas, em conjunto? Vá lá perceber-se esta ambígua linguagem do professor

E “um prazer”… Esta notinha causa a maior perplexidade. Mas qual é o prazer do Prof. Seixa ao escrevê-la? Lembrar o Nuno e a Sofia? Agradecer ao professor Figueiredo alguma atenção especial tida para com o pai dos alunos Nuno e Sofia? Mistério indecifrável

“SPORTING A parte verde da minha família (filho e nora) faz questão de celebrar a vitória desta noite (27 de Janeiro de 2008), em Alvalade, sobre o FCPorto. A vermelha (irmão António e sobrinhos) serena, à espera”.

Nosso comentário: Esta semana teria sido perdida para os leitores do “BLOGUE” se o professor se tivesse esquecido de nos trazer a grande notícia de filho e nora terem celebrado a vitória do Sporting e aqueloutra de profundo significado sociológico de o irmão António e sobrinhos constituíram a parte vermelha da família. Mas verdadeiramente enternecedora é aquela subtil alusão de observador perspicaz: a tal parte estava serena, à espera. De quê? Pela nossa parte ficámos radiantes pela serenidade e disposição de espera das criaturas familiares do Prof. Seixa. Esta notinha deixa-nos na expectativa de, para a semana, sermos contemplados com o benefício de sabermos a grande coisa que o mano e os sobrinhos esperam que, eventualmente, seja motivo de nosso contentamentoQuem sabe se está a caminho a cegonha?...

Por último, os leitores reparem na seguinte deliciosa referência do professor.

“ANA JORGE Mulher e apoiante de Alegre. Conseguirá adormecer os protestos populares até Junho de 2009”?

Nossa observação: Ó professor o que interessa que os populares adormeçam os protestos até Junho de 2009?

Realmente importante é a sábia anotação que o Prof. Seixa fez quanto a Ana Jorge. O senhor anotou e muito bem que ela é Mulher. Nem consegue imaginar quanto lhe estamos agradecidos pela oportuna informação.

Uma excelente prevenção, não fosse o pagode julgar que ela seria homem. Bem-haja!

Porém, relendo, surge-nos a inquietante dúvida: queria o professor dizer-nos que Ana Jorge é esposa de Alegre? E a essa condição associa a qualidade e o adorno de apoiante?

Convenhamos: que a grandes e complexas confusões se prestam as indiscretas afirmações do conhecido Prof. Sousa.

Aos que nos lerem, deixomos a interrogação: Apreciaram as piramidais notinhas do professor?