Estimadas senhoras,
Caros senhores,
Junto as SARAIVADAS de 02 de Fevereiro de 2008.
Estas, referem-se a uma ideia fixa de Saraiva. E ao facto insólito de Saraiva estar às voltas com o tempo que, malvado, “não se deixa agarrar”… e “não o deixa descansar”..
Os melhores cumprimentos.
Brasilino Godinho
SARAIVADAS…
Ou as confissões do Arq.º Saraiva…
Brasilino Godinho
http://quintalusitana.blogspot.com
Tema I: SARAIVA E A SUA IDEIA FIXA DE ESTIMAÇÃO…
É difícil de entender a personalidade de José António Saraiva. Dá a impressão que a criatura parou no tempo. Estará bloqueada? Há anos que fixou uma ideia estapafúrdia e não há maneira de se desprender dela. Até parece casmurrice. Ou ignota coisada, indizível, de diferente textura? O que será?
A disparatada ideia vem dos tempos de Cavaco Silva quando este se obstinava em conservar a formosa Leonor Beleza como ministra da Saúde, apesar das mortes de hemofílicos, da contestação dos médicos e das reclamações de vários sectores da sociedade. Manteve-a no mandato de Durão Barroso. Agora, aí reaparece ela a propósito da pequeníssima remodelação governamental e em relação com o chefe socialista Sócrates.
O arquitecto-jornalista José António Saraiva, denunciando uma irreprimível admiração - quiçá, veneração - por qualquer demagogo prepotente e obstinado, com tiques de personalidade forte, tipo ditador, persiste em considerar que os ministros não devem ser arredados das suas funções, sempre que forem vivamente confrontados com a reprovação geral das suas actividades. Na visão de autoritarismo, peculiar de Saraiva, simploriamente confundida com determinação e firmeza, os chefes dos governos devem aguentá-los custe o que custar. O arquitecto-jornalista julga que, sobretudo, importa prevalecer a teimosia, a obstinação e as equívocas reformas, mesmo que estas se revelem desajustadas, mal exercidas e com gravosos resultados para os cidadãos. Ajuíza muito mal. Valor supremo mui caro a Saraiva: o representado pela imagem de força da autoridade do CHEFE, mesmo que ela esteja embaciada pela imoralidade e prepotência.
Quer isto dizer que José António Saraiva pouca importância atribui ao facto de a governação ser autista, desorganizada e incompetente; às vezes, até causadora de sofrimentos e mortes; como sucedeu, nos últimos tempos, no sector da Saúde. E aqui, precisamente, Saraiva está preocupadíssimo com o hipotético abrandamento das reformas que estavam em mau curso. No espírito do jornalista ora exposto, continuadamente, ao calor “solar”, outro aspecto relevante a ter em conta será que “entretanto, José Sócrates vai perder com a saída de Correia de Campos” porque… ele seria “uma espécie de clone de Sócrates, em versão aumentada”. Por isso “sem ele o Executivo de Sócrates torna-se mais igual aos outros”. O que será uma chatice! Quem diria? Di-lo Saraiva, que muito se aflige e contempla na hipótese de “as reformas na Saúde ficaram feridas de morte”.
Pois é: talvez feridas de morte as reformas; enquanto crianças e idosos caem mortos por gravíssimas faltas de atendimento médico e de indispensáveis acompanhamentos de cuidados de saúde.
Mas estas facetas da tremenda crise existente na área da saúde e das funestas consequências da política autista de Correia de Campos, não suscitam a atenção e as preocupações do articulista Saraiva.
Mais uma vez e mantendo a sua linha de rumo editorial o “insolado” arquitecto-jornalista prefere entreter-se com os aspectos superficiais das questões e com o folclore que, geralmente, lhes está associado; como aconteceu com a recente substituição de alguns ministros. Por outras palavras: é evidente que José António Saraiva não se revela capaz de aprofundar os assuntos e de se ater à essência dos problemas. É pena. E prejuízo para os resultados dos debates úteis. Igualmente para os desejáveis efeitos de esclarecimento recolhidos junto dos seus leitores.
Tema II: SARAIVA ENREDADO NO TEMPO…
Sob o título jactancioso “Nunca me faltou o tempo” José António Saraiva publicou uma crónica em que mostra que anda bastante enredado com o tempo.
Antes de mais, convenceu-se que “o tempo não se deixa agarrar” – o que sendo uma verificação fantástica e inédita na área sensorial acessível aos seres humanos, é coisa frustrante para ele e muita gente…
A crónica tem muito interesse pela revelação de uma descoberta de Saraiva. “É de bom tom um indivíduo dizer que lhe falta o tempo: mostra que é importante, que o seu tempo é precioso”. Assim explicitada uma norma de conduta que, certamente, vai ter o conveniente aproveitamento pelos nossos governantes… E como destes ele é conselheiro dilecto… auguram-se excelentes resultados.
De notar as considerações de Saraiva sobre o tempo em sede de aplicação pessoal. Assim ficámos sabendo que se nunca lhe faltou o tempo, “nos últimos anos, porém, alguma coisa mudou. Dou comigo a sentir que me falta o tempo”. Mais preveniu, noutro trecho do escrito, que “começo a pensar que me falta o tempo”. E, quase a rematar a crónica, volta à carga: “Falta-me, de facto, o tempo”. Declaração que se credita como enternecedora confissão de impotência operativa… Pelo menos, impressiona…
Assinalável que entre o sentir, começar a pensar e, finalmente, admitir que lhe falta o tempo excepcionalmente, desta vez, no atribulado percurso de tempo que vai de um extremo ao outro, não terá dispendido bastante do dito.
Visto e considerado, para quem nunca teve falta de tempo é intrigante que, nos últimos anos, dei consigo a sentir a falta dele. Para agravar a situação começou a pensar que lhe falta o tempo. E no remate do descritivo de sentir e pensar em crescendo sobre o tempo, acumula e chega à terrível confirmação: de facto, o tempo falta-me. Um problema complicadíssimo para Saraiva. Que discreto leitor do texto de Saraiva apercebe quando depara com a fatídica referência: “Começo a pensar(…)”.
É dado adquirido: todos sabemos que quando José António Saraiva, “a maior cabeça pensante de Portugal”, começa a pensar… sucede desastre. Caso para prevenir a malta: Fujam! Vem aí borrasca… Deus nos acuda! Salve-se quem puder…
Na perspectiva dos interesses de primeiro grau de Saraiva maior desgraça se perfila no horizonte pois sente que, no seu caso, são os livros que se perdem na voragem dos tempos… enquanto ele matuta: de facto, estou sem tempo. E assim lá vai à vela, ladeando a “jangada de pedra” de Saramago e prestes a naufragar, o Prémio Nobel da Literatura… que vinha a caminho da Rua de S. Nicolau, n.º 120, Lisboa, metido numa cestinha forrada a linda toalha de renda, pendurada no bico de uma esbelta cegonha escandinava que esvoaçava num espaço iluminado pela luz da Lua; a qual, como se sabe, põe qualificada gente de cabeça à roda, a sonhar romanticamente…
Chatices sobre chatices…
Tudo por causa do famigerado tempo não se deixar agarrar pelo arquitecto-jornalista. Com a agravante de, também, nem o deixar descansado…
Enfim, sobra penitência para os leitores da criatura e para nós…
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