Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

segunda-feira, agosto 08, 2022

 

DOCUMENTO EXCEPCIONAL

BASTANTE ELUCIDATIVO

E MUITO IMPORTANTE…

Autor: Brasilino Godinho

01 - O Palácio de S. Bento é uma referência nacional. Pela arquitectura. Por ser sede do poder legislativo com a inerente carga simbólica dele irradiante. Também por ser lugar onde vivem e medram diversas espécies animais e vegetais. Pelas aplicações funcionais e utilizações cénicas adstritas às actividades dos ocupantes das magníficas instalações. Por tudo isto, que é muito a considerar quando se observa, o Palácio tem de ser apreciado em todos os seus aspectos exteriores patentes à vista desarmada e em todas as várias facetas e particularidades da fervilhante vida interna da instituição. Pois então vamos dar uma certa e ajustada “vista de olhos” pelo Palácio de S. Bento.

02 - Está generalizada a impressão/certeza de que no Palácio de S. Bento, em Lisboa, funciona uma imprestável assembleia de cidadãos de primeira escolha partidária - correspondente a medíocres e segundas ou terceiras escolhas feitas por gente qualificada, se outro mais correcto fosse o processo de selecionar os candidatos - que se reúne, dia após dia, para discutir os assuntos correntes da administração pública e do quotidiano da sociedade portuguesa relacionados com os interesses dos cidadãos, num sentido de Bem Comum. A esse colectivo que goza da boa fama, nos dias que correm, de ser pouco virtuoso, e avesso à moral, convencionou-se designar por Assembleia da República. Aos indivíduos dos dois sexos instalados na bela mansão couberam as denominações de deputados e parlamentares.

Como é do domínio público os deputados desenvolvem trabalhos estafantes nas comissões. Nalguns dias reúnem-se em plenário para desacerto generalizado e para um ou outro residente mais expedito no uso da palavra proferir discurso de circunstância e para outros se defrontarem em debates bastante controversos e, frequentemente, se agredirem com extrema violência oral.

Nas datas festivas em que “o rei faz anos” e noutras especiais circunstâncias de boa predisposição e referência do calendário legislativo, os senhores e as damas discutem leis e as aprovam com maior ou menor expressão dos votos favoráveis.

Uma coisa sobressai no hemiciclo: os parlamentares, talvez por consequência das filiações em fraternidades desavindas, somente unidas pelo poderosíssimo vínculo remuneratório e confortável assento na mesa do Orçamento, não se entendem entre si e apresentam-se sempre com caras de pau, permanentemente desconfiados uns dos outros. Ali é desconhecido o factor transparência – o que dá azo a frequentes equívocos com deslocações, ajudas de custo, subsídios de marcha.

Por essas razões conhecidas e aqueloutros estranhos motivos (estes, ignorados pela malta), os desconsolados e inquietos residentes estão divididos em grupos. Cada grupo, qual banda filarmónica, toca a música da pauta do cântico preferido, conforme os sinais da batuta do respectivo maestro. Daí resulta que naquelas sessões plenárias o espectáculo musical se confunde. Tudo se baralha. Ninguém se entende. A desafinação é completa. Às vezes, a chinfrineira é infernal.

Além da vertente musical da Assembleia dos convencionados/avençados repúblicos, merecem destaque as representações teatrais e circenses que nela se efectuam com maior ou menor relevo mediático. É opinião geral que relativamente ao Teatro confrange a fraca qualidade do reportório levado à cena. Dos artistas, dir-se-á que nem vale a pena tecer grandes comentários. Às interpretações faltam arte, brilho e, geralmente, seriedade. No que concerne ao circo político nota-se algum apuro, perseverança e certos efeitos decorativos e folclóricos nas actuações dos trapezistas, dos animadores de cenas e dos verdadeiros artistas na arte da palhaçada.

Desta sorte, no Palácio de S. Bento, transparece e nele se reconhece o merecimento que decorre da publicitada e exaltada qualidade exibicionista dos espectáculos multiculturais que lá são realizados e, muitas vezes, transmitidos pelas televisões durante largos períodos de contínua emissão.

03 - O Palácio de S. Bento para além de ser local de intensas actividades relacionadas com certas e desacertadas músicas e diversificados coros; também é palco de frenéticas demonstrações ligadas ao circo político.

Para além desse relevante aspecto, ele conserva particularidades invulgares.

No seu jardim coexistem: flores e frutos (rosas de desencanto, laranjas azedas com pouco sumo, cravos vermelhos murchos, papoilas descoloridas, miosótis de pálido brilho com origem nos bairros chiques de Lisboa e Cascais, conhecidos como “orelhas de rato”, “não me esqueças”, “copinhos de leite”, “amigos da onça”) à mistura com plantas herbáceas como os alhos-porros, os nabos e as nabiças. Dispersos, numa santa desarmonia, movimentam-se alguns tubarões, pardais-dos-telhados, pardais-mansos, melros, papagaios desbocados, macacos atrevidos, cotovias palradoras e raros peixes de águas profundas. Existe a suspeita de umas tantas sanguessugas se acomodarem escondidas nos selectos compartimentos do palácio. De vez em quando correm rumores de terem sido pressentidas as presenças de incómodas ratazanas de sacristia.

 

Da espécie dos seres racionais é por demais notada a ostensiva actividade dos chamados obreiros livres, sempre ocupados nas específicas fainas, sem dispensa dos coloridos aventais e correlativas ferramentas, como são os esquadros e os compassos. Igualmente assinalável a participação de angélicas criaturas dadas à contemplação, aos exercícios espirituais e aos santos deveres de apostolado, segundo os preceitos da conhecida prelatura Opus Dei, de raiz espanhola.

 

04 - Apesar de os usufrutuários do Palácio de S. Bento serem pessoas de especial, facilitado e reservado, recrutamento e de recomendada discrição socioprofissional, nas demonstrações da nobre e mal-arte da rasteira política à portuguesa, de quando-em-quando levantam-se clamores contra os deputados. Indivíduos sem tento na língua, classificam-nos de preguiçosos, incompetentes, oportunistas. Que só se preocupam em muito arrecadar proventos e mordomias.

Assim atingidos na sua respeitável honorabilidade os parlamentares ficam aborrecidos e transtornados. Barafustam. Reclamam outro tratamento. Ameaçam.

E quando o fazem, sem dó, nem piedade, não se ficam por meias medidas. Vão fundo e entram a matar.

Nessas ocasiões a malta fica pasmada. Quiçá inquieta. Porventura, aflita com a perspectiva de se concretizar a agressividade apontada como iminente.

Que ameaçam os parlamentares? Que a continuarem os ataques aos deputados qualquer dia ninguém decente, competente e… repetente, se oferece para ingressar na carreira de deputado ou manter o assento na Assembleia.

Facilmente, nessas dramáticas ocasiões, se notam as ondas de terror, de pânico e de insegurança que perpassam Portugal.

De-repente, os cidadãos começam a deitar contas à vida. Que vai ser de nós? Não podemos dar-nos ao luxo de perdermos os nossos queridos representantes que possuem o saber de experiência feita, traduzido na máxima de que a melhor compreensão, a máxima distribuição, a suficiente benevolência e o maior aproveitamento, começam por ser, antes de mais, aplicados a eles mesmos. Mais: Como abdicar dos divertidos espectáculos que eles nos facultam generosamente?

 

Sim! Porque nem só do pão e do vil metal vivem as pessoas. Na verdade existem o futebol, o fado e Fátima para nos alentar o ânimo. Mas sem deputados não se concebe a vida na sociedade portuguesa. Eles são o sal, a pimenta, o petisco, a sobremesa, o néctar, o rebuçado, o sonho do belo futuro, a bizarrice, a distracção, o pitoresco, o encanto da vida dos portugueses mais desfavorecidos…

Aliás, como dizem os senhores e as damas residentes no Palácio de S. Bento, muitos têm de ser os sacrificados. Porém, haja o discernimento de poupar os parlamentares que, afinal, modestos e constritos, são extremamente simpáticos com a malta… Simpatia com simpatia se paga. Assim nós, isentos, resignados, indiscretos e um tudo-nada patéticos, os admitimos e, sobremodo, os apreciamos, com alguma ligeireza e anómala disposição. Igualmente, desgraciosamente, compreendemos as atitudes e os tiques dessa sacrificada gente palaciana do nosso pessoal desamor…

Bem colocada a questão, nestes termos e atendendo que não surgiram indicações para sair do fastidioso impasse ou, pelo menos, para tentar ultrapassar a crise desperta pela insólita advertência dos simpáticos e talentosos parlamentares, grandes obreiros das nossas desventuras em contínua progressão, vimos apresentar uma proposta que, estamos convencidos, poderá trazer algum alívio às mentes atormentadas dos residentes do Palácio de S. Bento.

Aqui vai ela!

05 - Sem demora e com activa participação das pessoas de melhor vontade e não menor fervor de consideração, respeito e veneração, seja criada a

APAD - ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA

DE AMIGOS DOS DEPUTADOS

Os seus membros voluntariamente assumiriam o compromisso de todos os dias acarinharem, venerarem e festejarem os deputados. Mais ainda: deveriam prestarem-lhes todos os apoios possíveis e imagináveis, com natural exclusão de um: o apoio moral. Compreende-se! Não enche barriga. E certamente que haveria bastantes parlamentares que se sentiriam profundamente ofendidos… nas suas emblemáticas imoralidades.

De modo que a partir de agora os “amigos” e “patrocinadores” dos deputados arregacem as mangas e metam as mãos à obra…

Claro! Tomem a vosso cargo a penosa, desgastante e ingrata tarefa, de criar e manter o Grupo, porque Brasilino Godinho já aqui está a comprometer a reputação pessoal e a dar o suficiente para o peditório. E mais não cede, nem propõe, tão-pouco diz… Chiça!!!