IMPORTANTE MENSAGEM DO REITOR
DA UNIVERSIDADE DE AVEIRO SOBRE
O PRÓXIMO ANO LECTIVO
Mensagem do Reitor à
Comunidade
O próximo ano letivo
O ano letivo que está prestes a terminar exigiu muito
de nós. Perante uma crise de dimensão sem precedentes, a UA demonstrou
criatividade, resiliência e solidariedade. Estudantes, bolseiros, docentes, investigadores
e pessoal técnico, administrativo e de gestão adaptaram-se rapidamente às
circunstâncias, mantendo o olhar no futuro. A UA esteve à altura do desafio.
Quando se formou o Grupo de Acompanhamento COVID-19, a 27 de fevereiro, não
imaginávamos ainda a rapidez com que a situação evoluiria. O Plano de Prevenção
e atuação da UA face à COVID-19 foi publicado dias depois, e atualizado desde
então. Para minimizar o risco de transmissão da doença, foram suspensos eventos
e deslocações, e mais tarde a atividade letiva, desportiva e de júris. No dia
12 de março, foram emitidas orientações relativas à redução do trabalho
presencial na UA e a novas formas de atendimento ao público.
A 13 de março, na sequência das decisões do Conselho de Ministros, foram
suspensas as atividades letivas presenciais e júris até 9 de abril,
promovendo-se o uso de meios tecnológicos a distância. Alargou-se o regime de
teletrabalho a todos a quem era aplicável. No mesmo dia, divulgaram-se
orientações específicas sobre teletrabalho e publicou-se o primeiro conjunto de
perguntas frequentes sobre o tema.
Foi também a 13 de março que recebemos o primeiro pedido de apoio de uma
entidade externa. Ao longo da crise, tais pedidos multiplicar-se-iam. As
interações com as unidades de saúde da região, e em particular o CHBV, foram
intensas e gratificantes. A nossa comunidade respondeu de forma solidária,
pronta e determinada, demonstrando a sua natureza profundamente humana.
No dia 16 de março realizaram-se as primeiras reuniões por videoconferência
do Conselho de Gestão, com assinatura digital, e do Conselho de Diretores. O
Conselho Pedagógico pronunciou-se a 19 de março sobre as novas formas de
funcionamento letivo e quadro regulamentar. Mas, para não deixar ninguém para
trás, não bastavam normativos: era necessário apoiar docentes e estudantes.
Formou-se um grupo técnico-científico para o ensino a distância, criou-se uma
comunidade de partilha de práticas e iniciaram-se várias ações de formação. A
UA negociou com um operador de telecomunicações uma solução para os estudantes
com dificuldades de acesso à internet, e emprestou computadores àqueles que o
solicitaram.
Foi notável a forma como docentes e estudantes procuraram vencer
dificuldades para manter o seu compromisso de ensinar e aprender. Foi um
esforço coletivo singular, do qual a nossa comunidade se pode justamente
orgulhar.
A 23 de março foram anunciadas normas para a prestação de provas públicas,
e as provas e júris de concursos na UA passaram a ser realizadas a distância. A
18 de abril, após apreciação pelo Conselho Pedagógico e Diretores das Unidades
Orgânicas, e tendo sido ouvido o Presidente da AAUAv, determinou-se a
continuidade da atividade letiva a distância até ao final do semestre, com as
exceções identificadas em março (nas áreas do ensino clínico, música,
engenharia, etc.), e que seriam retomadas presencialmente mais tarde.
A 24 de abril adquiriram-se máscaras e outros equipamentos de proteção e
retomaram-se os estágios curriculares, com as devidas precauções. No início de
maio, foi divulgado o Plano de Prevenção e Atuação para o Levantamento
Progressivo das Medidas de Contenção. Iniciámos testes à COVID-19 a cerca de
2000 bolseiros, docentes, estudantes, investigadores e pessoal técnico,
administrativo e de gestão. Os testes foram realizados no DCM, por voluntários
a quem muito devemos. A partir de 20 de maio, esses 2000 membros da comunidade
académica estavam prontos a voltar à atividade presencial, em segurança.
Vieram juntar-se a muitos trabalhadores da UA e de empresas externas que
estiveram sempre presentes. É o caso dos serviços de segurança e limpeza, que
até intensificaram a sua atividade; dos Serviços de Ação Social, que mantiveram
a funcionar cantinas e residências, de forma exemplar; e dos Serviços de Gestão
Técnica, que asseguraram a manutenção de bens e equipamentos, o acompanhamento
de empreitadas em execução e tarefas essenciais do dia-a-dia.
O novo ano letivo ficará marcado, esperamos, pelo
regresso gradual à normalidade. Em consonância com as indicações do Conselho
Pedagógico e com a posição dos Diretores das Unidades Orgânicas, com quem o
assunto tem sido discutido desde maio, e tendo ouvido também o Presidente da
AAUAv, a atividade letiva na Universidade de Aveiro será, a partir de setembro,
sobretudo presencial.
A segurança de todos será a primeira prioridade. Para reduzir a pressão
sobre os espaços combinaremos a vertente presencial, maioritária, com algumas
componentes a distância. Os estudantes de primeiro ano serão alvo de especial
atenção, considerando a importância da dimensão presencial no seu primeiro
contacto com a UA.
As turmas serão menores e os horários alargados no tempo, incluindo por
exemplo as tardes de quarta-feira. Começaremos mais cedo ou terminaremos mais
tarde, mas evitaremos recorrer aos sábados, exceto em cursos em que esse
horário já existia. Para evitar aglomerações no acesso aos transportes,
refeitórios, bibliotecas e outros serviços, os horários não iniciarão nem
terminarão todos à mesma hora.
Continuar-se-á a proceder à limpeza e desinfeção dos objetos e espaços
comuns. O uso de máscara será obrigatório em toda a UA. Graças aos Serviços de
Gestão Técnica, já estão em funcionamento percursos separados de entrada e
saída, com sinalética apropriada, foram instalados tapetes desinfetantes e reforçados
os dispensadores de gel. Foram colocados túneis de desinfeção em locais
críticos e tomadas precauções para assegurar o distanciamento físico e reduzir
a taxa de ocupação dos espaços.
Destinaremos a aulas certas salas que não eram usadas para esse fim. As
salas de aulas que levantam dúvidas quanto ao risco de infeção (devido à
ventilação, revestimento ou outras razões) serão intervencionadas.
Nos refeitórios e bares, continuar-se-á a manter o distanciamento entre
mesas e lugares, de acordo com as normas de segurança. Nas residências, todos
os quartos serão individuais, com cuidados adicionais de higiene e desinfeção.
A UA recorreu aos serviços de uma empresa internacional especializada para
avaliar de forma independente os nossos procedimentos e aferir a sua
adequabilidade. O processo inclui inspeções de verificação, ensaios de carga
biológica e marcação fluorescente em superfícies de toque frequente. As
verificações continuarão ao longo do tempo, de forma a recolher amostras
significativas e aumentar a certeza nos resultados, que conduzirá à aplicação
de selos de segurança COVID-19.
A relevância da dimensão presencial justifica o investimento que a UA está
a fazer na reorganização das atividades letivas, extracurriculares e dos seus
próprios espaços, para que já em setembro, na época especial de avaliação, e a
6 de outubro, no regresso às atividades letivas, beneficiemos da interação
social, do ambiente dos campi, laboratórios e salas, em segurança. Sabemos que
a vivência académica que resulta do convívio, da participação em atividades
culturais, desportivas e no movimento associativo são essenciais para promover
a aquisição e desenvolvimento de competências transversais por parte dos nossos
estudantes.
Com ou sem COVID-19, continuaremos a investir na formação e inovação
curricular e pedagógica. Estão previstas para setembro várias ações de suporte
à preparação do ano letivo, incluindo as da Equipa de Apoio à Inovação
Curricular e Pedagógica, recentemente constituída.
É impossível prever com precisão a evolução da pandemia. Não sei o que o
futuro nos reserva; mas sei que, independentemente da dimensão do desafio com
que formos confrontados, a nossa comunidade saberá dar-lhe resposta.
Conto com todos para tal, com absoluta confiança.
Desejo-vos boas férias e boa saúde.
Paulo Jorge Ferreira
Reitor da Universidade de Aveiro
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