Há 2 anos
113. APONTAMENTO DE
BRASILINO GODINHO
06 de Março de 2018
CARAMBA!
SÓ AGORA SE INTERESSARAM
POR TÃO GRANDE PROBLEMA
01. Precedendo a terrível Guerra
Civil de Espanha (1936-1939), no ano de 1939 eclodiu a devastadora Segunda
Grande Guerra Mundial que terminou em 1945 com a capitulação da Alemanha (III Reich
nazi).
Nessa guerra mundial Portugal
esteve afastado. Mas os efeitos sentiram-se profundamente. Foi um período de
grandes tormentos e de muitas privações. Os portugueses do tempo corrente nem
imaginam o negro quadro da situação então vigente. Basta dizer que quem tenha
nascido em 1945 terá hoje 73 anos, vivendo na ignorância do que realmente se
passou. Tudo o que agora se diz ou escreve é recolhido dos registos e
documentos que estão depositados em arquivos, na imprensa da época e na
literatura.
Porém uma coisa é o que consta
descrito e permitido pela censura do regime do Estado Novo e outra coisa mais
objectiva é a evocação que está ao alcance de quem foi testemunha ocular e
sentiu na pele e na alma todas as vicissitudes que atingiram o povo português.
Sou cidadão octogenário que usufrui da prerrogativa de ter sido testemunha
atenta e sofredora desse tenebroso período.
02. Isto escrito como introdução
ao que se segue de comentários sobre a anunciada conclusão do estudo efectuado
pela Universidade Nova de Lisboa relativamente à problemática das deficientes
condições em que viveram os idosos no transacto ano de 2017.
Durante o ano de 2017, 1 em cada
10 portugueses não aviaram receitas médicas nas farmácias por não terem
dinheiro para as pagar. Também dois milhões de portugueses não compareceram às
consultas médicas.
Repare-se que isto é agora
apurado em tempo de melhoria das condições de vida introduzidas pela política
de banimento da austeridade da governação anterior. Imagine-se o que não foi de
trágico em plena época de exaltada austeridade. Tenha-se presente que as
enormes carências sentidas pelos velhos fatalmente lhes abreviaram os meses de
vida.
Enquanto durou o mandato de
Passos Coelho e através de crónicas, muito chamámos a atenção para a abrangência
do morticínio resultante das medidas restritivas, bastante ofensivas da dignidade
dos idosos e tremendamente impeditivas da sobrevivência dos mesmos, visto que
lhes abreviavam as mortes.
Tendo em consideração a gravidade
- neste domínio de desprotecção dos idosos - da situação nos anos do governo
chefiado por Passos Coelho, que terá tido uma expressão horrorosa de muitos
sofrimentos e mortes; a qual, nem teve semelhança na época de 1939-1945;
importa anotar que é estranho que só agora, numa altura em que são melhores as
condições de vida, se tenham lembrado de elaborar um estudo estatístico que já
se tornara necessário no tempo da legislatura antecedente.
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