LEMBRANDO FIGURAS ORNAMENTAIS E
SIMBÓLICAS
DAS REPÚBLICAS SEGUNDA E TERCEIRA DE
PORTUGAL
Texto
publicado a 21 de Março de 2015
APONTAMENTO
TELEGRÁFICO
DE BRASILINO GODINHO
Uma mui
oportuna chamada de atenção...
Quem sai ao
seu predecessor não degenera
Portugal
com uma longa história de muitos séculos, que engloba épocas de dinastias
monárquicas e de regimes republicanos, só teve dois chefes de Estado, de fina
estirpe, que desfrutaram do honroso tratamento de “venerandos” chefes de
Estado. Tal distinção coube a duas grandes/pequenas (passe a antinomia) figuras
da nossa requintada, soberba, classe política: Américo Tomás e Cavaco Silva.
Personalidades marcantes: uma, do velho Estado Novo de presidente do Conselho,
Oliveira Salazar; outra, do novel Estado Novo, versão da dupla formada pelo
presidente do Conselho, Passos Coelho e seu irrevogável adjunto, viajante
incansável, activo participante de excursões turísticas estatais e promotor de avultados
negócios internos e externos, Paulo Portas.
Isto
escrito e relembrado aos indígenas deste rincão plantado à beira-oceano, por
motivo do requerimento de recente data, em que era pedida a demissão do chefe
de governo, ter sido posto em arquivo ou talvez colocado no recipiente do lixo
da mansão presidencial.
Os
requerentes perderam tempo e não se aperceberam que o presidente Cavaco Silva
é, simplesmente, o venerando chefe do Estado. E nessa esplêndida condição está
ali (no Palácio de Belém), não para quaisquer curvas, expedientes bizarros ou
actos incómodos para sua excelência, mas para ser apropriadamente incensado
pela sua corte presidencial e por todo o mundo cavacal que nele se revê com deslumbre
e veneração. Não lhe sobra tempo e falta-lhe disposição para atender
solicitações que lhe ferem a presidencial sensibilidade.
Aliás,
em sintonia está Cavaco com a paradigmática herança espiritual e frescura política
de Tomás.
E
se Cavaco Silva não tem semelhanças físicas com o seu ex-homólogo Américo Tomás
possui um elevado pendor para o imitar em diversas circunstâncias;
nomeadamente, na fala com voz pausada, nas poses fotogénicas, nas visitas às fábricas,
nas idas aos orfanatos, nas viagens aos municípios e nas passeatas pelo país e
estrangeiro. Sobretudo, nota-se-lhe esmero nos discursos de fino recorte
literário em que sobreleva a superior elevação dos conteúdos filosóficos...
Todos estes atributos bem enfeitados com a sua proverbial certeza de que nunca
se engana...
Entretanto,
os indígenas continuam embalados nos enganos...
Afinal,
bem ponderada a situação dos nativos lusos, há que admitir que também nunca se
enganam, pois que estão permanentemente retidos, bloqueados, no comprometedor
campo do engano... Dir-se-ia que atingidos pela mórbida parvidade, sobremaneira
estonteante…
O
que completa o quadro da desgraça que tão dolorosamente está atingindo a nação
portuguesa.
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