Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

terça-feira, dezembro 03, 2019


329. Apontamento
Brasilino Godinho
03/Dezembro/2019

FANTASMA DA REGIONALIZAÇÃO
SOB IMPULSO DE MACHADADAS…

No Congresso dos Municípios Portugueses que, neste fim-de- semana, se realizou em Vila Real algumas vozes se fizeram ouvir tecendo loas à Regionalização Portuguesa.
Entre elas e como vai sendo hábito nestas ocasiões, uma sobressaiu: a do Dr. Manuel Machado, presidente da nacional associação de municípios e presidente da Câmara Municipal de Coimbra.
O presidente da Câmara Municipal de Coimbra, desta vez, deu a impressão que queria ser objectivo e arrasador no argumentário que apresentava em defesa da sua dama de estimação: Regionalização Portuguesa; talvez pensando abrir promissor caminho a um futuro enlace matrimonial de conveniência própria, e após, ela, sua querida, ser entronizada na cidadela do Estado - o que, segundo previsões bem orquestradas, poderia acontecer no próximo ano logo que, daqui a meses, o presidente municipal Machado (de sua excelsa graça) cessasse o seu actual mandato autárquico.  
Diga-se que seria interessante assistir-se ao salto acrobático de sua excelência - de presidente municipal, para presidente regional - com a surpreendente originalidade e a indefectível fama de ser precursor nessa nova e inovada prática político/desportiva.
Porém, não menos interessante foi a paradigmática justificação apresentada pelo autarca Machado, relativamente à defesa da entrada triunfal da Regionalização na estrutura estatal.
Presidente Machado, como se estivesse dando uma violenta e desconforme machadada no bestunto de atrevido opositor e sem papas na língua ou tremuras na voz, disse:
“Hoje, para mudar uma lâmpada no Mosteiro de Alcobaça é preciso pedir autorização ao ministério em Lisboa” (Pela mesma ordem de razões, com a regionalização haveria que pedir-se ao governo regional de Coimbra, talvez mesmo ao Dr. Manuel Machado…).
Pasme-se! Por que, simplesmente, fantástico!
Observando que:
Presidente Machado instalado em Coimbra e sem precisar de recorrer à Regionalização, sabe, de ciência incerta, quiçá presumida, o que se passa no Mosteiro de Alcobaça, situado a dezenas de quilómetros da cidade do Mondego e sito na vila de Alcobaça, distrito de Leiria.
Todavia, sua excelência, parece que não enxerga a diferença entre mudar e trocar uma lâmpada e num lugar especial como é o Mosteiro de Alcobaça.
Mudar uma lâmpada não é o mesmo que trocar uma lâmpada. Trocar é simplesmente substituir uma por outra. Mudar uma lâmpada é transpô-la para outra posição. E fazer isso num mosteiro, numa exposição ou num museu, pode envolver complexas implicações funcionais, estéticas e artísticas, decorrentes de alteração de circunstâncias de localização e de funcionamento da lâmpada e de seu suporte; as quais, devem ser atendidas, estudadas e resolvidas, por técnicos especializados sediados em sede ministerial da tutela do Mosteiro de Alcobaça. E não instalados no referido mosteiro.
Daí, que o autarca Machado como se estivesse lançando uma fragorosa machadada no vácuo das certeiras ideias, perdendo o equilíbrio, tenha metido o pé na poça do desengano, precisamente na historieta da lâmpada do Mosteiro de Alcobaça; a qual, se lhe afigurava ser demonstração credível e vigorosa das potencialidades inatas da sua adorada amiga Regionalização Portuguesa.
Mas no referido congresso parecia que se estava em festival de machados e outra “machadada” ocorreu, por sinal, também desferida por homónimo de Coimbra – até indica haver em Coimbra um depósito de Machados… bem acomodados em discreta loja.
Neste caso, a “machadada” representou-se na declaração de que a Regionalização será “encarada como a oportunidade para a modernização do Estado português”.
Nela incluída a recomendação de “alguns alertas para a maneira como deve ser conduzido (leia-se: cozinhado o caldo e o suculento prato da Regionalização) o processo”.
No que concerne à hipótese de a regionalização portuguesa vir a ser “oportunidade para a modernização do Estado português” há que ser realista, não alinhar em cantiga de amigos (da onça) e parafraseá-la:
- Ela, Regionalização, dotada de índole pecaminosa, deve ser encarada como a melhor oportunidade para modernizar o Estado português com mais tachos e panelões e para desenvolver as unidades produtoras das inigualáveis licenciaturas arrelvadas e socráticas, que são as universidades de verão e outras de “vãos de escadas”, credenciadas pelos partidos”, sitas em Lisboa – o que poderá ser factor decisivo para muito fazer tristes figuras para inglês ver e mais brilho acumular nas governações que se seguirem rumo ao abismo figurado na Boca do Inferno, cerca de Cascais, no fim da “Linha”.