120. APONTAMENTO DE
BRASILINO GODINHO
13 de Março de 2018
“BANHO DE ÉTICA” ?
MAS… COMO ASSIM?
Não ouvi Rui Rio usar a expressão
“Banho de Ética”. Mas tenho lido várias citações anotadas com o sentido de ela
se aplicar à classe política da nação que somos. Acredito que a ele lhe caiba a
autoria.
É uma expressão vazia, sem
substância. Não o felicito! Visto que a acho descabida e sem conotação prática
com a subentendida recuperação de credibilidade na política partidária dos usos
e costumes da terceira República.
Desde logo, trata-se de um
equívoco: um banho pressupõe que o sujeito entra no líquido ou solução de sais com
que se impregna e faz a limpeza corporal. Ora considerando o aspecto figurado
no “Banho de Ética” há que ter em conta que, por um lado, a Ética atravessa uma
crise existencial e não está à mão de semear para ser utilizada como barrela de
gente que dela tem ignorância, desprezo ou repúdio; por outro, não é matéria de
utilização que seja idêntica a verniz introdutório de fugaz brilho em loisas e coisos
demasiado cinzentos, opacos, e de mau ou repelente aspecto.
Ética de modo algum pode servir
de operação de cosmética a quem quer que seja. Ela é a ciência da moral que o
ser humano cultiva no foro íntimo das suas faculdades de alma e que rege todos
os aspectos da sua vida. Afinal, um código deontológico. E os códigos existem
com uma incontroversa finalidade: para serem cumpridos; jamais para servirem de
barrelas a sujidades de espécies várias.
Tal como a Moral, também a Ética
é incompatível com equívocos, situações dúbias e mal conformadas acções de
acentuado cunho de ilegalidade e denunciadoras da falta de carácter.
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