ESTADO DE DEGRAÇÃO
DA PONTE 25 DE ABRIL
Brasilino
Godinho
A notícia hoje dada pela revista
VISÃO sobre a existência de um relatório do LNEC (Laboratório Nacional de
Engenharia Civil) que refere haver fissuras - em fase de alongamento - nas longarinas
e travessas metálicas da Ponte 25 de Abril que podem afectar gravemente a
estabilidade de toda a estrutura, reveste-se de extrema gravidade.
À hora do almoço, no serviço
noticioso de uma estação televisiva que não identifiquei, o engenheiro Tiago Abecassis,
especialista em estruturas, evidenciando cuidado em não provocar alarmismos,
deu explicações elucidativas sobre a natureza e perigosidade das fissuras que,
sem dúvida, afectam a solidez da estrutura metálica daquela obra de arte.
Deve o público ser informado de
que a situação é grave. Creio que o estado de risco da ponte é de molde a
considerar-se que, se num tempo de normais condições climatéricas e de tráfego ele
é preocupante, maior será o perigo de derrocada se, repentinamente, houver um
abalo sísmico de magnitude igual ou superior a 7, numa escala de 1 a 10 de Richter.
Anoto que isto não foi dito pelo engenheiro Abecassis e é nesta peça mencionado
sob minha inteira responsabilidade.
Esta anormal estado de degradação
da Ponte 25 de Abril que começou a ser notado há três anos e que se vem
agravando, traz-me a lembrança do que foi o desleixo ministerial do sector das
obras públicas relativamente à tragédia da derrocada da Ponte de Entre-os-Rios,
no Concelho de Castelo de Paiva e não se ter apurado a quem atribuir a culpa da
infausta ocorrência.
Julgo oportuno trazer a
ocorrência de tal tragédia e as respectivas consequências à colação.
A seguir, neste espaço, insiro a
mensagem enviada à Comunicação Social a 03 de Janeiro de 2007 e a crónica que
publiquei em 05 de Novembro de 2006 sobre a Culpa que, não morrendo solteira,
ainda vive em condição de divorciada…
MENSAGEM ENVIADA À COMUNICAÇÃO SOCIAL
Aveiro, 03 de Janeiro de 2007
Estimadas senhoras,
Caros senhores,
Neste dealbar de 2007 e prestando a devida vénia a
Vossências, distintas damas e grandes senhores da Comunicação Social, ilustres
individualidades da vossa mui credenciada linhagem político-social, que sois,
inegavelmente, almas de eleição sempre zelosas do Bem Comum, muito bem
acolhidas e extremosamente mimadas nas televisões e melhor publicitadas nas
revistas cor-de-rosa dos bons e desencontrados costumes da alfacinha capital,
Lisboa - cidade de todos os nossos maiores encantos e dos grandes desenganos
que afligem os indígenas, em cujo número me incluo - venho junto de vós meter
uma fortíssima cunha no sentido de, nos periódicos e nas redes televisivas,
RTP, SIC e TVI, que dirigem ou influenciam, conseguirem despertar a atenção
para o crucial problema que afecta a paz de espírito a que, legitimamente, têm
direito as ilustres pessoas, ex-ministros Dr. Jorge Coelho, Engº. João Cravinho
e Engº. Ferreira do Amaral.
O problema cinge-se ao apuramento de responsabilidades pela
queda da Ponte de Entre-os-Rios, no concelho de Castelo de Paiva.
Aliás, se Vosselências trouxerem o assunto à baila
facilmente concluirão que, para além de manifestarem apreço, compreensão e
respeito pelos sentimentos de angústia que, decerto, estão inculcados nas
mentes dos citados políticos (antigos governantes) – igualmente, estarão a
remirem-se dos pecados implícitos nos vossos detestáveis hábitos de fazerem
muito alarido nas datas das tragédias para venderem papel ou aumentar
audiências e depois, rapidamente, se “esquecerem” das mesmas e das suas
terríveis consequências…
Por isso, em prol da Justiça, do Bem Comum e em desagravo
das famílias das vítimas atingidas pelo infausto acontecimento, façam a mercê
de uma forcinha para manter viva a chama bruxuleante da lembrança da tragédia e
da urgência em ser aplicada a Justiça. Vale?...
E para nem dar azo a falatórios que ponham em xeque a
vontade do signatário em colaborar na meritória tarefa, permito-me juntar uma
crónica sobre o assunto que, certamente, vos ajudará a recuperar a memória das
lamentáveis ocorrências relacionadas com o acidente de Entre-os-Rios.
Agradecendo o bom acolhimento que se dignarem prestar a
esta mensagem, apresento-vos os melhores cumprimentos.
Brasilino Godinho
P.S. Esta mensagem também será
endereçada a grande número de pessoas que, não tendo qualquer ligação aos
órgãos de comunicação social, já evidenciaram interesse pelos graves problemas
e más situações que afectam a sociedade portuguesa. O caso focado concita as
preocupações dos cidadãos mais atentos à realidade nacional. De modo especial,
as gentes do concelho de Castelo de Paiva e do distrito de Aveiro. O que
justifica o propósito de ser atingida a maior divulgação para esta iniciativa.
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