107. APONTAMENTO DE
BRASILINO GODINHO
02 de Março de 2018
UM FENÓMENO CONFRANGEDOR
MUITO RADICADO EM PORTUGAL
No que toca ao assunto que ora
vou tratar neste apontamento não cuido de conhecer ao pormenor o que, de
idêntico, se passa na estranja.
Estou, sim, interessado em me
debruçar sobre o fenómeno de natureza psicológica e configuração anatómica que
se apercebe existir em evolução de assustadora amplitude no parque zoológico
dos animais racionais que é o rectângulo continental e seus lugares adjacentes
de além Atlântico, designado por Portugal.
Entre as variadas e singulares espécies
humanas que coabitam no também chamado jardim à beira-mar plantado e mal
conservado ao longo do último século (para me cingir ao tempo que tem sido o da
minha octogenária existência) destaca-se, ingloriamente, aquela em que,
desprovida de símbolo emblemático, mais se enraíza o fenómeno.
E o fenómeno mesmo observado à
vista desarmada, sem recurso a lentes de ampliar as terríficas imagens que
tanto atemorizam as boas almas dos cidadãos de bons e atraentes costumes, caracteriza-se
por anomalias funcionais e orgânicas, inseridas no âmbito da psicobiologia, que
passam despercebidas ou ignoradas aos indígenas que se situam nos sectores mais
acomodatícios da sociedade portuguesa dos fartos consumos e das míseras
subsistências mais ou menos sistémicas.
Para não alongar demasiado a
narração do fenómeno há que simplificá-la e definir-lhe em leves traços as
cambiantes mais significativas.
Nos indivíduos dos dois géneros
já enfermos da citada patologia dá-se reparo que:
- não terão miolos ou que os
mesmos estão em mau estado de conservação, visto que não dão uma para a caixa;
- alguns indivíduos, têm mais
olhos que barriga e vivem exclusivamente para se empachar com lautos manjares e
barrigas de freiras;
- outros, serem ceguetas de todo
e não verem um palmo à frente do nariz;
- muitos, geralmente, põem o
carro à frente dos bois;
- bastantes, cantam o fado
choradinho a toda a hora;
- uns tantos, partem e repartem
as iguarias e, desavergonhadamente, para eles guardam as melhores partes;
- inúmeros, são de pronto
enganados por especialistas do mal comum que, habilmente, com passas e bolos os
enganam - tolos que eles são, sem disso tomarem consciência.
A dimensão do fenómeno, em
Portugal, sucintamente descrito é a tradução do estado de decadência envolvente
da nação portuguesa. E deve ser objecto de reflexão sobre o estado da saúde
mental, a falta de profilaxia e a inexistente prática de higiene mental, em que
se encontra a portuguesa sociedade de consumo.
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