48. APONTAMENTO DE
BRASILINO GODINHO
14. de Dezembro de 2017
14. de Dezembro de 2017
FENÓMENOS E DESPAUTÉRIOS
1. Portugal está sendo alvo de
uma praga ditada por malvada feiticeira. A praga dos fenómenos ou das obscenas histórias
da carochinha muito mal contadas. O país queda-se atónito e não sabe que voltas
dar à sua malfadada vida quotidiana.
Quase todos os dias a população
logo que sai à rua apanha de chofre com as notícias de mais fenómenos: de
assaltos, de homicídios, de desfalques nas empresas, falências de bancos, falcatruas
de políticos, crimes de pedofilia, violência doméstica e a meio da manhã com os
programas televisivos em que se discute ao pormenor as últimas ocorrências de
natureza criminal. As quais, por vezes, são bastante escandalosas. O que é
sintoma alarmante de degradação moral e imaturidade cívica da sociedade
portuguesa.
Por exemplo, o caso da Raríssima.
Até ao passado domingo o público
desconhecia a sua existência. Pelo visto era assim a modos de uma coisa mantida
numa redoma situada em estufa fora do alcance do olhar do contribuinte mais
atento aos maus usos dos dinheiros públicos que se vão fazendo por todo o país,
com a impunidade dos prevaricadores.
Era uma instituição cujo fim
assistencial se recomendaria até ao menino Jesus. Mas faltou a vigilância das
entidades que se costumam designar por competentes. E lá diz o ditado: a
ocasião faz o ladrão.
2. No precedente, aludimos a
fenómenos que trazem em sobressalto e estado de pesadelo os cidadãos.
Para desanuviar os espíritos mais
inquietados, vamos referir um outro caso invulgar: o fenómeno
institucionalizado em Belém, à beira-Tejo, que tem expressão factual nas
deambulações diárias do presidente Marcelo, sempre acompanhadas pelos jornalistas
e câmaras das televisões que nunca o perdem de vista; mesmo quando dá uma
beijoca mais atrevida na moça que, desprevenida e confiante se lhe chega
próximo; ou quando se extasia sorridente dando um abraço mais apertado numa
velhinha quase a deixando sucumbida…
Uma interrogação se deve
formular: Porquê e para quê o permanente espectáculo diário do presidente
passeando, visitando instituições, alimentando-se na tasca da esquina, engraxando
os sapatos na via pública, sendo barbeado à porta da barbearia, banhando-se no
mar, sem nunca se afastar das televisões e dos jornalistas?
Presidente, sem qualquer
contenção mediática dá a ideia de um actor de espectáculos de rua, que mesmo em
acções de benemerência parece estar a fazer medíocre representação teatral para
a galeria de um teatro popular.
Alguém recomende: Presidente Marcelo não será tempo de
proporcionar uma folga aos jornalistas e ao pessoal das fotos e das televisões,
para eles descansarem um pouco e recuperarem ânimo e forças para os cansativos
trabalhos que os esperam, concernentes ao frenesim das movimentações diurnas e
nocturnas de Vossa Excelência?
Também, Presidente, haja pena dos
telespectadores que já mostram cansaço e algum enjoo de tanta insistência
televisiva e jornalística.
De uns e doutros, tenha dó,
Presidente!
A moça aproximou-se
demasiado… e zás!
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