DESDRAMATIZAR
É
A IDEIA FIXA DE MARCELO
Brasilino
Godinho
04-01-2016
Se, por um lado, as opiniões marcelinas
estão em mutação contínua, por outro, a ideia de desdramatizar é a decisiva
constante da vida de candidato Marcelo.
Marcelo começou a desdramatizar quando,
em revelação de sujeito perspicaz, com apurados sentidos de oportunidade e
precaução, se transferiu de armas e bagagens familiares e ideológicas dos
espaços do salazarismo/marcelismo, para o campo onde emergiu o ambiente
democrático que, em 1973, já se descortinava no horizonte.
A partir dessa época, Marcelo tem
desenvolvido uma intensa actividade de desdramatização dos seus ziguezagues
posicionais e dos disfarçados apoios que foi dando às políticas dos governos de
matriz ideológica do seu partido (PDS) e ao ex-primeiro ministro Cavaco Silva e
actual presidente da República Cavaco Silva.
Assinale-se: persistente actividade de desdramatização
do complacente e dedicado companheiro fixe do clã alaranjado, Marcelo Rebelo de
Sousa, que o credita como o maior especialista português de tal metodologia e o
mais persistente, esforçado, audaz e expedito artista, nesse complexo labor
operativo.
Ainda há dias Marcelo, em debate com
Henrique Neto, desdramatizou (algo contrafeito) quando foi confrontado com a
famosa carta bajuladora a Oliveira Salazar e com aqueloutra, contendo repulsiva
informação, por de mais desabonadora de si próprio, dirigida a Marcelo Caetano na
qual denunciava a realização do Congresso da Oposição Democrático em Aveiro.
Para não nos alongarmos em relatos
circunstanciais, embora dando consistência ao presente registo, basta referir o
teor da pág. 26, do livro A QUINTA
LUSITANA, que insere a narrativa simplificada da sucessão de posições
díspares que Marcelo assumiu, ao longo de dezenas de anos, relativamente a
Cavaco Silva.
Está ali patente em toda a grandeza e
esplendor o cata-vento marcelino.
Como observou Correia de Campos,
segundo o jornal i, de hoje: “Todos
sabem que Marcelo muda de opinião, como quem muda de camisa”.
Não é preciso pôr mais na cartilha de
rejeição da escolha do candidato Marcelo para a Presidência da República.
Na altaneira componente do Estado não
pode ser instalado um cata-vento por muito vistoso que seja o seu envoltório
monárquico e atraente a cor laranja que lhe está pintada na superfície.
Foto
expressiva. Nela, Marcelo, ipso facto demonstra que tal ideia lhe é fixa na
mente. Por sinal, desde 1973. Porém, mais uma vez recorre a um subtil artifício
de linguagem, quando antepõe a expressão: “Se for eleito”.
Importa
corrigir Marcelo. A ideia está latente no seu espírito. Logo, pronta a ser
aplicada em qualquer momento e circunstância. Assim tem sido desde 1973.
O
que lhe há servido às maravilhas…
E
desservido amarguradamente milhões de portugueses.
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