Pedro Passos Coelho
duma cajadada mata 4 coelhos…
Um registo de: Brasilino
Godinho
01. Ontem, segunda-feira, 27 de Julho de
2015, a Lusa, o Diário de Notícias, o Facebook e a Internet, deram informações
noticiosas sobre a viagem - apresentada como oficial - de Pedro Passos Coelho
aos Açores, na condição de chefe do governo e na qualidade de chefe do PSD
(Partido Social-Democrático) que, ostensivamente, associou ao cargo
governamental. Até, sobremodo, juntando o formal útil governativo, ao agradável
partidário eleiçoeiro (claro que circunscrito ao PSD).
02. Para se dar referência e
caracterização promíscua à jornada de Pedro Passos Coelho nos Açores, não é
preciso alongarmo-nos em transcrições, relatos ou comentários.
Basta citar sucintamente alguns elucidativos
factos narrados pelos órgãos de comunicação social referidos no início deste
texto.
Ei-los:
Pedro Passos Coelho chega ao aeroporto
de Ponta Delgada na noite de domingo, dia 26 de Julho, onde é recebido pelo
chefe do Governo Regional dos Açores, Vasco Alves Cordeiro.
Foto: Tiago Petinga/Lusa
Passos Coelho e Vasco Cordeiro à chegada
do primeiro a Ponta Delgada.
Uma foto
sugestiva. Pois que Passos apresenta-se com as mãos a abanar, enquanto Vasco
mostra ser Cordeiro manso, embora com olhar de desconfiado… Não obstante, o
Coelho dá a ideia de estar convencido de que vai levar a carta a um tal Garcia alaranjado…
Na manhã de segunda-feira Passos Coelho teve
um pequeno-almoço de trabalho com o chefe do governo açoriano.
Depois, almoça com militantes e
simpatizantes do PSD na sede da Associação Agrícola da Ribeira Grande. Alguns
jornalistas não se dispensaram de anotar que, nesse acontecimento gastronómico,
Pedro Passos Coelho esteve presente na qualidade de líder do PSD.
Foto: Paulo Sampaio
Passos Coelho fotografado em Ponta
Delgada. Parece que está cogitando sobre a mortandade
coelhal causada pela sua cajadada. Ou, simplesmente, pensando na morte da bezerra? O que nem seria de
estranhar numa terra de vacas leiteiras muito férteis…
No descritivo do programa oficial da
visita de Pedro Passos Coelho é inserida esta expressiva nota: “é a primeira
deslocação oficial de Pedro Passos Coelho à Região Autónoma dos Açores enquanto
primeiro-ministro”.
Todavia, pelo que vai transparecendo da
narrativa de viagem do primeiro-ministro aos Açores, vai-se radicando no
público a imagem da triste figura que o presumido chefe do governo Pedro Passos
Coelho faz de ajudante de campo, subserviente, discípulo e subalterno do obstinado
chefe do Partido Social Democrata (PSD), Pedro Passos Coelho. Uma lástima!
03. Anatomizando os 4 coelhos atingidos pela cajadada certeira de Pedro Passos Coelho
expomos os seguintes elementos:
1.º
coelho: Passos Coelho, num mesmo tempo de 4 dias, trata com
proveito de atingir 4 coelhos que
tirou da cartola logo de seguida à festa de Chão da Lagoa, na ilha da Madeira.
2.º
coelho: Passos Coelho, provavelmente, tira proveito pessoal de
ajudas de custo e subsídios de marcha da viagem e estadia oficial nos Açores,
na qualidade de primeiro-ministro e em exercício de funções. O que não
aconteceria se fizesse a visita na simples condição de chefe do partido PSD;
visto que as despesas estariam a cargo do partido ou dele próprio.
3.º
coelho: Passos Coelho ostentando a qualidade de líder do PSD
(Partido Social Democrático) aproveita a viagem oficial para acumular a dupla
condição de chefe do governo e de chefe do partido. E com previsível maior
impacto mediático para fazer propaganda eleitoral, no manifesto propósito de
extrair proveito de votações favoráveis nas próximas eleições de 4 de Outubro
de 2015.
4.º
coelho: Passos Coelho procura passar a mensagem de que com a
sua estadia nos Açores serão alcançados proveitos governamental e
político/administrativo decorrentes dos contactos oficiais com as autoridades
do arquipélago açoriano.
E, com tal quadro apresentado aos
eleitores açorianos, dir-se-ia que seria o 4.º
coelho o mais anafado e lustroso dos roedores visados durante a sua eleitoral
passagem venatória pelo Arquipélago dos Açores.
Quatro mamíferos roedores, quais
configurados aproveitamentos feitos, simultaneamente, em quatro das maiores
ilhas açorianas (S. Miguel, Terceira, Faial e Pico) desde a noite de domingo,
26 de Julho de 2015 até a manhã de quarta-feira, 29 de Julho de 2015.
Conclusão lógica: Não há memória de um
coelho de humana configuração anatómica matar
4 coelhos de uma cajadada. É um feito notável a merecer averbamento no Guinness
Book…
Porém, tem cabimento a formulação de
inocentes perguntas sobre a inquietante questão da promiscuidade expressa no
envolvimento e confusão entre governo e partido e na utilização do horário
oficial em actividades partidárias.
As perguntas são as seguintes:
1) A mortandade
coelhal aqui descrita não impõe um controle das ajudas-de-custo e dos subsídios-de-marcha
auferidos pelo chefe do governo, por parte do Tribunal de Contas? Umas e outros
estão isentos do visto do mesmo tribunal?
2) A mortandade
coelhal não despertará uma investigação da Procuradoria-Geral da República?
Fim
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