HAJA COMPAIXÃO!
Brasilino Godinho
(27 de Julho de 2015)
Passos
Coelho, talvez melhor baptizado sob a identidade de Coelho dos Passos – estes,
saltitantes e incertos, das marchas desordenadas em pleno campo pantanoso
vislumbrado in illo tempore pelo seu homólogo Oliveira Guterres - deu um salto
acrobático no Oceano Atlântico, por entre as nuvens obscuras daquilo que nos
quer convencer como sendo o seu libertador nirvana e surgiu no Chão da Lagoa,
na Ilha da Madeira como um paraquedista extraterrestre acabado de chegar de uma
longa e cansativa viagem desde uma ignota galáxia perdida algures no Universo.
Decerto,
que cansado e meio atordoado, quiçá enjoado, uma vez convocado a botar discurso
fez das tripas coração (citou mesmo esta expressão) e disse nada mais, nem
menos, que pretendia “dar uma alma nova a
Portugal”.
O
pessoal que participava na festarola do PSD madeirense terá ficado a ver navios
passando ao largo da imensidão oceânica, sem perceber patavina da ideia do
grão-chefe da tribo governamental. Bem vistas as coisas e as loisas a que a
criatura nos tem habituado e atendendo ao circunstancialismo da sua viagem aqui
descrito, é natural que a subtileza da mensagem, de difícil fixação no bestunto
do vulgar indígena, se tenha evolado rapidamente impelida pelo vento.
No
entanto, ficaram os registos dos órgãos de comunicação social O que deu azo à
divulgação do facto e que induz a necessidade de nos determos sobre o
hipotético alcance da ideia coelhal.
Desde
logo, há nela um aspecto aterrador: o da ameaça da “alma
nova para Portugal”. E vinda de quem ameaçou e cumpriu com invulgar
determinação e por acinte, demasiado afrontoso, empobrecer o país e a maioria
dos portugueses, só pode significar que não vindo por aí mais do mesmo – o que
já seria dramático – virá, sim, com todos os supremos requintes da malvadez,
uma maior carga destrutiva que, mais sofisticada e aumentada, acarretará um
calamitoso agravamento da desgraça nacional.
Anote-se
ainda que a dita “alma nova de Portugal” seria
provinda daqueloutra alma de natureza coelhal que é sobejamente conhecida como
carcomida por muitos desvarios, desgastada, autoritária, insensível,
permanentemente pairando na orla germânica e inteiramente determinada pela
obcecação da austeridade e da correlativa pobreza; por sinal, ampliada para
muito além daqueloutra famosa franciscana.
Certamente
que, de uma alma tão limitada, primária, fragilizada e sobremodo desvalorizada,
tudo do mais terrível se pode esperar.
Por
isso, cultivamos a esperança de que o povo não caia na esparrela de no p.f. dia
4 de Outubro ceder aos cantos de sereia que começam a ouvir-se nos chãos das
lagoas, no cavaquistão e noutros espaços pantanosos da terra portuguesa.
Mais
se deseja que o Zé-Povinho não seja suicida ao facultar o apoio, para tão
tenebroso desígnio, solicitado por Passos Coelho na intervenção que efectuou na
Madeira.
Foto:
Diariodigital.sapo.pt
Passos
Coelho, fotografado ontem no Chão da Lagoa. Reza antes de discursar. E antecipa
a imploração da misericórdia divina para as maldades que estão implícitas na
ideia da alma nova de Portugal;
a qual vai apresentar na intervenção discursiva que
está prestes a iniciar.
Haja
compaixão do Povo para consigo próprio. O bom e imperioso passo de
sobrevivência de Portugal e de milhões de portugueses será o de não seguir um
qualquer dos medonhos passos de Pedro Passos Coelho.
Apontamento
de curiosidade: Está intrigando muita gente o fervor religioso de
Pedro Passos Coelho e dos seus companheiros de governação, que se vem
acentuando à medida que se aproximam as eleições e com crescente visibilidade
pública.
Nada de estranhar, porquanto pecadores
natos e aproximando-se a hora do aperto eleitoral, querem impressionar os
eleitores católicos e convencê-los dos seus arrependimentos tardios.
Até por este insólito expediente o
Zé-Povinho deve pôr-se a pau… e não ir na fita da representação de altruístas praticantes
religiosos; como se nas suas actividades governativas estivessem seguindo os
ensinamentos do Papa Francisco.
Fim
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