Imperativo
moral:
SAUDAR A
GRÉCIA!
Brasilino Godinho
A Grécia foi, na Antiguidade, o berço da civilização
ocidental e da democracia.
Agora, é um exemplo para a cidade e para o mundo.
No domingo transacto, (dia 05 de
Julho de 2015) com a vitória do NÃO
no referendo sobre a aceitação ou rejeição de mais gravosas medidas de
austeridade, os gregos deram a prova de que são corajosos e preferem (se for
caso disso) sucumbir de cabeça erguida do que manterem-se humilhados, ofendidos,
rastejantes e submissos aos obscuros poderes que têm como instrumentos
emblemáticos o Euro-Grupo, a Comissão Europeia e o Fundo Monetário
Internacional (FMI).
A nação grega deu uma lição de
Democracia à Europa e ao Mundo.
Lição que foi precedida de
ocultação de um relatório do FMI sobre as reais componentes da crise grega e de
uma escandalosa campanha de chantagens, de deturpação de factos, de montagens fotográficas,
de falsas acusações e de calúnias, por parte das atrás mencionadas
instituições, dos grupos políticos locais e até de alguns dirigentes
governativos, jornalistas e comentadores portugueses ligados a poderosos
interesses instalados no campo político e nos órgãos de comunicação social;
visando amedrontar, iludir e confundir o eleitorado grego.
Vai se tornando cada vez mais
insuportável e asqueroso o discurso
de que o regime de austeridade imposto a Portugal foi um grande sucesso; pondo
este em contraposição com a decorrente tragédia grega.
De facto - que não de direito,
nem de decência, muito menos de honestidade intelectual, de seriedade e
tão-pouco de qualquer vínculo de natureza humanitária - a incrível e aberrante
austeridade foi um grande êxito.
Este, encarado pelo ângulo da doutrina ultra-radical adoptada por Pedro Passos
Coelho, Paulo Portas e Comp.ª L.ª, na administração da empresa comercial em que
se transformou o governo actual, tendo em vista gerir e explorar a ‘Quinta Lusitana’.
Êxito da rapaziada governante,
agindo sob orientação do grande-chefe Pedro Passos Coelho, coadjuvado pelo seu
ajudante-de-campo Paulo Portas, com a preciosa colaboração da prendada D. Maria
Luís Albuquerque, habilidosa ministra das Finanças. Afinal, um festejado sucesso conseguido com a
imposição de muito gravosas medidas que causaram (e causam) miséria, fome e até
mortalidade de incontáveis milhares de portugueses. E que deram azo à destruição
da classe média e à calamitosa formação de inúmeros ‘descamisados’ portugueses que vegetam por aí nas sombrias ruas da
amargura; quais antecâmaras da morte, a fazerem lembrar outras que existiram em
diversos lugares da Europa.
Também não esqueçamos que Passos
Coelho, atingido o Poder, afirmou como prioridade da sua política prosseguir o
empobrecimento dos portugueses (decerto que, desde logo, dele se excluía ele
próprio, os seus amigos, companheiros e lacaios e a fina flor da melhor sociedade dos poderosos deste
país). E foi dito e feito!
As senhoras, alemã Angela Merkel;
francesa Christine Lagarde; portuguesa Maria Luís Albuquerque; os senhores, alemão
Wolfgang Schauble e os portugueses Durão Barroso, Cavaco Silva, Passos Coelho, Paulo
Portas, quando nos alvejam com as feias e horrendas armas publicitárias
municiadas dos obuses configurados nos obscenos dislates do extraordinário sucesso das políticas
impostas pelo triunvirato (designado por troika) e mais aumentadas pelo governo,
com vista ao alcance de um renovado estádio sociopolítico português, utilizam
uma linguagem que nos faz lembrar aqueloutra de Adolf Hitler quando, eufórico,
se contemplava no grande êxito da campanha nazi de extermínio dos judeus e de
outra minorias étnicas, com vista à recuperação da pureza da raça ariana e ao
fortalecimento do III Reich.
Num e noutro caso, sobressai a
directiva de aniquilar vidas humanas como prévia e necessária condição de alcançar
uma breve/futura, mui facilitada e risonha vida para os seleccionados
sobreviventes das tenebrosas guerras anti-sociais metodicamente conduzidas por
gente sem sensibilidade, sem moral, sem carácter, sem ética, sem classe e sem
vergonha.
Por ser esta a realidade,
tenhamos consciência que a partir de agora os gregos vão continuar percorrendo um
doloroso calvário e ficam predestinados a suportar várias e diversificadas
manobras tendentes a pô-los de rastos perante os novos carrascos que estão
sediados em Berlim e Bruxelas e seus homens-de-mão instalados em Lisboa, Madrid
e noutros países europeus.
Para já fica o bom exemplo da
dignidade do povo grego.
Povo que na esteira do seu
passado glorioso está enfrentando os tiranos que se apoderaram da Europa e a vão
destruindo com sombria persistência. Assim, igualmente, a Grécia prestando um
relevante contributo para a prevalência dos valores democráticos no continente
europeu.
Quiçá, a Grécia abrindo alvorada
de esperança na libertação da Europa; a qual, está tardando demasiado.
Importa anotar o sinal da
evolução operada na caracterização dos tiranos europeus: os do nosso tempo, não invadem nem ocupam militarmente os países.
Os tiranos de hoje não recorrem às forças armadas para ocuparem e se
apropriarem das riquezas dos territórios dos vários Estados. Fazem-no com maior
precisão e muito mais barato, sem dispêndio de avultadas verbas com armamento
bélico. Outras são as suas armas. Muito sofisticadas e com recursos a
expedientes de múltiplas naturezas. Principalmente, exercem a tirania e impõem a
sujeição das populações através de instrumentos financeiros e medidas
económicas, que arrastam a miséria, a fome e o morticínio de milhões de
indivíduos e o colapso das economias nacionais.
Para alcançarem os efeitos
malignos, os ditos manipuladores dos obscuros e tenebrosos poderes, nem
precisam de se expor publicamente. Instalados numa suite de hotel ou em luxuoso
gabinete de residência ou de escritório, sentados frente a um computador, usando
teleconferência ou telefone, conferenciam entre pares e dão as suas instruções
que determinam a decadência das nações, a subversão dos estados, e o sofrimento
e desespero de milhões de indivíduos.
Adolf Hitler foi um frustrado. Mas
está vingado.
Angela Merkel é já a felizarda e
promissora imperatriz alemã da dominada e explorada pátria continental
europeia. A qual, está caindo no papo da grande Alemanha Imperial. Ou seja: o
IV REICH.
Um êxito alcançado, sem um tiro
de canhão. Feito extraordinário da pequena-grande Angela.
Estes, são os tiranos europeus
que têm conduzido ao caos existente.
Daí, que seja imperativo: SAUDAR
A GRÉCIA!
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