Agua mole
em pedra dura, tanto dá até que fura...
FINALMENTE!
NÃO
ESTAMOS SÓS A PREGAR NO DESERTO...
Uma temerária suposição de Brasilino
Godinho
Já perdemos a
conta do número de crónicas em que temos chamado a atenção dos portugueses para
a política de extermínio que o actual governo vem prosseguindo nos dois anos
que leva de exercício. A sensação apercebida é a de que estamos pregando no
deserto.
Mas agora,
finalmente, uma senhora D. Maria, de sua distinta graça, talvez porque vinda de
um espaço sagrado (Belém) e a condizer com seu fácies angélico e voz de
querubim pairando em celestiais galáxias, surgiu na televisão a reconhecer as
práticas mortíferas que estão à vista de quem esteja com os olhos bem abertos e
sem teias de aranha na mioleira...
Uma vez que
assim aconteceu, parece (sublinhamos: parece...) que a partir da noite
de ontem e de uns momentos de debate televisivo, ficámos prosseguindo no
território desértico, sobranceiro à sombria área pantanosa da pasmaceira
nacional, desta vez, na suave e animadora companhia de uma criatura feminina
que enternece o mais sisudo cidadão - o que para nós é sempre agradável,
atendendo à natural tendência para a contínua adoração face ao belo sexo que
nos é intrínseca.
Pois, leitores,
dêem-se à benéfica ousadia de acreditar no acontecimento. Que a crer na notícia
posta a circular na Internet, ocorreu na indicada circunstância e que se impõe
ser facto registado e enaltecido: a deputada Maria de Belém pôs a delicada boca
no trombone, não se feriu, nem desafinou, com enorme estridência, o tom; simplesmente, com a candura habitual
disse o seguinte:
"O que esta liderança da UE, em cumplicidade com
a grande banca especuladora e suas troikas estão a fazer aos cidadãos dos
países em dificuldades começa a configurar uma nova forma de extermínio,
através do empobrecimento e da anulação dos cuidados de saúde, sobretudo para
os mais velhos. Os responsáveis por estas decisões deviam começar a pensar que
um dia, no futuro, poderão ter que responder por elas num tribunal penal internacional".
Todavia, quatro elementares coisas escaparam à
observação da Dr.ª Maria de Belém:
- A primeira, é que não mencionou os governantes
portugueses; os quais, sem qualquer margem para dúvidas, se situam na frente da
galeria dos maiores agentes executores do mencionado morticínio. Esta omissão é
de extrema gravidade e releva uma deplorável atitude de branqueamento das
responsabilidades dos mesmos.
- A segunda, é que a prática criminosa não começa a
configurar - já está configurada e muito documentada em decorrência de
bastantes casos fatais ocorridos em Portugal. Estamos a referir-mo-nos ao
aniquilamento de pessoas e famílias.
A terceira, é que eles, os criminosos, nem são
possuidores do pensamentos de receio quanto ao futuro e às hipóteses de julgamentos,
porque estão confiantes no poder e influência que ostentam com o maior
despudor. Além de que tal tempo nunca chegará, pois que as vítimas já cá não
estarão, neste vale de lágrimas, para se vingarem ou para os arrastar aos
tribunais ou aos raros pelourinhos que ainda existem dispersos na terra lusa...
Tal é a diabólica grandeza da razia programada pelo governo português.
A quarta, é que a Dr.ª Maria de Belém, misericordiosa,
reservada quanto baste, e dispensando-se
de presenciar (ou conhecer) as eventuais cenas chocantes ligadas às condenações
judiciais, não as antecipa para o tempo presente, antes as remete para
imprevistas datas de um futuro mais ou menos distante... Joga pelo seguro -
também incluindo o chefe de fila do PS...
E, supremo deslize: mostra-se complacente com os
implacáveis agressores que tanto e diversificadamente violentam o Zé-Povinho.
Este, é um paradigmático caso que obriga à anotação de
que a Dr.ª Maria Belém continua a ser muito ingénua, algo imprecisa e a
corresponder à imagem de piedosa criatura; por sinal, figuração bem impressa na
sua risonha fisionomia...
Melhor vista a situação decorrente do seu desempenho
televisivo, importa reconhecer que de pouco préstimo nos servirá a antevista
companhia da Dr.ª Maria de Belém no combate que urge travar em prol da
sobrevivência de inúmeros cidadãos portugueses.
E aqui, igualmente, pela nossa parte, considerando o
dever de abdicar da satisfação pelo desfrute da presença feminina ao nosso
lado. Obrigação que se sobrepõe por força imperativa de um bem superior; qual
seja, o concernente à vida humana.
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