O
que, dramaticamente, decorre das "cegueiras"
da
alemã Merkel e do português Coelho
Por
Brasilino Godinho
Transcrevemos,
a partir da Lusa e do Económico, os elementos do mui elucidativo
texto do York York Times
New
York Times
"Remédio da austeridade está matar o doente europeu"
Económico
com Lusa
15/04/13 11:34
15/04/13 11:34
O Conselho Editorial do
norte-americano New York Times escreve hoje que a "medicina
amarga" da austeridade está a matar o doente, usando o exemplo
de Portugal para defender a emissão de títulos de dívida apoiados
pela zona euro.
"Há mais de dois anos que os
líderes europeus têm imposto um 'cocktail' de austeridade
orçamental e de reformas estruturais em países debilitados como
Portugal, Espanha e Itália, prometendo que isso será o tónico para
curar as maleitas económicas e financeiras, mas todas as provas
mostram que estes remédios amargos estão a matar o paciente",
escreve o Conselho Editorial do jornal norte-americano New York
Times, um dos mais vendidos nos Estados Unidos da América.
O artigo de opinião explica que o
principal problema de as medidas de austeridade não estarem já a
ter o efeito pretendido - crescimento económico - é, para além do
aumento do desemprego, a criação de um descontentamento popular que
favorece grupos como o Movimento Cinco Estrelas, em Itália.
"O verdadeiro perigo para a
Europa é que movimentos como esse aumentem e que os eleitores e os
decisores vejam cada vez menos vantagens em permanecer no euro. Se os
países começam a sair da moeda única, isso causaria pânico
generalizado no Continente e milhares de milhões de dólares em
perdas para os governos, os bancos e os investidores na Alemanha e
noutros países ricos europeus, já para não falar no resto do
mundo", escreve o jornal, sublinhando que "se os líderes
europeus deixaram essas forças políticas ganharem força, toda a
gente no Continente, e não apenas os portugueses ou os italianos,
ficarão pior".
Numa parte dedicada exclusivamente
a Portugal, o jornal escreve que "o Governo de Passos Coelho
cortou a despesa e aumentou os impostos, tanto que o défice
orçamental caiu cerca de um terço entre 2010 e 2012" e
acrescenta que o resultado destas e de outras reformas é que o
desemprego subiu para os 18%. Assim, "os economistas dizem que
Portugal vai provavelmente ter um défice orçamental, este ano,
maior que o acordado [com a 'troika'] (...) porque as políticas
nacionais, sem surpresa, causaram uma recessão mais profunda que o
previsto".
O artigo defende, por isso, que
líderes como a chanceler Angela Merkel parem de insistir na
austeridade e "ajudem a aumentar a procura, por exemplo,
permitindo que os países mais frágeis possam emitir dívida pública
apoiada pela zona euro", o que, no entender deste Conselho
Editorial composto por editores e antigos directores, e que responde
directamente ao presidente do grupo detentor do New York Times,
ajudaria os países a sair da "espiral recessiva".
"Os decisores políticos em
Portugal e em Itália teriam a vida facilitada na defesa da
necessidade de reformas se não tivessem de, ao mesmo tempo, cortar
programas e apoios sociais", diz o texto, que argumenta que "um
crescimento económico mais rápido e um desemprego mais baixo
criariam os recursos que podiam ser usados, mais tarde, para cortar a
dúvida e reduzir o défice".
(Nota: Algumas alterações gráficas foram introduzidas por
Brasilino Godinho)
0 Comentários:
Enviar um comentário
<< Página Principal