Informação aos leitores
Em continuidade da
transcrição que se segue, publicaremos nosso MOSAICO 05. Para melhor apreensão
da matéria contemplada no mesmo, será conveniente anteceder a sua leitura do
conhecimento do que está escrito no sítio da Renascença, sob o título de Passos contradiz Gaspar.
Sítio da RENASCENÇA
Com a devida vénia, transcrevemos a notícia nele inserida no dia
22-03-2013.
(Tipos
de letras, sublinhados, coloridos e dois pontos de interrogação justapostos à
palavra garantiu, foram introduzidos por Brasilino
Godinho)
Passos contradiz Gaspar.
Problema do programa da troika é na "calibragem"…
O problema de calibragem
Ministro das Finanças afirmou na
terça-feira que o programa assinado com a "troika" não foi bem
desenhado, o que "impediu a concretização plena dos
montantes de ajustamento orçamental que estavam previstos".
22-03-2013 13:43
Passos Coelho considera que o
programa de ajustamento financeiro para Portugal não está "mal desenhado", como
afirmou o ministro das Finanças. Para o chefe de Governo, o problema é de "calibragem". O
primeiro-ministro corrigiu as palavras de Vítor Gaspar esta sexta-feira, no
Parlamento.
"Não há nenhum problema no desenho no programa de assistência, que respeita três pilares: reforma estrutural do Estado, estabilização do sistema financeiro e controlo das contas públicas", começou por defender Passos Coelho. "O que provavelmente aconteceu – e não é de agora, mas desde 2011 – é que na calibração do programa, nas metas fixadas, havia uma base de partida que não estava ajustada", sustentou o chefe de Governo, em resposta a uma interpelação do secretário-geral do PCP.
Na terça-feira, o ministro das Finanças criticou o desenho do programa. "Em 2011, não obstante um esforço bastante considerável de controlo orçamental e medidas orçamentais que não estavam previstas no programa original, a forma como estava desenhado o programa impediu a concretização plena dos montantes de ajustamento orçamental que estavam previstos."
A 19 de Novembro de 2012, o mesmo Vítor Gaspar apresentou uma leitura algo diferente. "Se me pergunta se eu teria feito ou proposto algo de diferente durante este período, certamente que sim. No entanto, parece-me que o diagnóstico deste programa de ajustamento está correcto e, consequentemente, é um programa de ajustamento bem adaptado a Portugal", referiu Vítor Gaspar na conferência de imprensa de apresentação de resultados da sexta avaliação da "troika".
Esta sexta-feira, e depois do ministro das Finanças ter dito que o programa passou de "bem adaptado" a mal desenhado, Passos Coelho defendeu que o problema é na calibragem.
"Arma de destruição maciça"
Jerónimo de Sousa quis saber o que afinal falhou no programa e interpelou Passos Coelho a este propósito. "Continua a persistência na ideia de que estamos no bom caminho, mesmo depois daquela desgraçada avaliação da 'troika'. [Mas temos] mais desemprego, recessão, pobreza, injustiças, menos apoio social do Estado... Afinal, o que falhou? CDS e PSD dizem que foi o desenho da 'troika', o PS diz que é uma questão de forma e de incompetência. Não será antes questão de substância?", questionou Jerónimo de Sousa.
Na opinião do líder comunista, a política seguida pelo Governo é uma "arma de destruição maciça". "Há um problema de comunicação, não entre nós, mas entre si e a realidade nacional. O desemprego não é um problema, é uma tragédia. A recessão está a pôr o país a andar para trás, é dramático. Nem uma medida se perspectiva para um futuro melhor para Portugal e os portugueses. Há uma alternativa a este rumo de desastre - a demissão deste Governo", disse ainda o líder do PCP, anunciando o voto favorável à moção de censura que o PS vai apresentar contra o Governo.
Já Passos Coelho garantiu(?) estar "atento ao que se passa no país, designadamente o desemprego" e "a trabalhar para alterar a situação". Jerónimo não gostou da resposta. "Põe esse ar ternurento, como quem está preocupado com o desemprego, mas prepara-se para despedir milhares de trabalhadores da função pública", referiu o líder do PCP.
O primeiro-ministro garantiu(?) que o objectivo não é o despedimento, sustentando que é por isso que estão em curso conversações com os sindicatos.
"Não há nenhum problema no desenho no programa de assistência, que respeita três pilares: reforma estrutural do Estado, estabilização do sistema financeiro e controlo das contas públicas", começou por defender Passos Coelho. "O que provavelmente aconteceu – e não é de agora, mas desde 2011 – é que na calibração do programa, nas metas fixadas, havia uma base de partida que não estava ajustada", sustentou o chefe de Governo, em resposta a uma interpelação do secretário-geral do PCP.
Na terça-feira, o ministro das Finanças criticou o desenho do programa. "Em 2011, não obstante um esforço bastante considerável de controlo orçamental e medidas orçamentais que não estavam previstas no programa original, a forma como estava desenhado o programa impediu a concretização plena dos montantes de ajustamento orçamental que estavam previstos."
A 19 de Novembro de 2012, o mesmo Vítor Gaspar apresentou uma leitura algo diferente. "Se me pergunta se eu teria feito ou proposto algo de diferente durante este período, certamente que sim. No entanto, parece-me que o diagnóstico deste programa de ajustamento está correcto e, consequentemente, é um programa de ajustamento bem adaptado a Portugal", referiu Vítor Gaspar na conferência de imprensa de apresentação de resultados da sexta avaliação da "troika".
Esta sexta-feira, e depois do ministro das Finanças ter dito que o programa passou de "bem adaptado" a mal desenhado, Passos Coelho defendeu que o problema é na calibragem.
"Arma de destruição maciça"
Jerónimo de Sousa quis saber o que afinal falhou no programa e interpelou Passos Coelho a este propósito. "Continua a persistência na ideia de que estamos no bom caminho, mesmo depois daquela desgraçada avaliação da 'troika'. [Mas temos] mais desemprego, recessão, pobreza, injustiças, menos apoio social do Estado... Afinal, o que falhou? CDS e PSD dizem que foi o desenho da 'troika', o PS diz que é uma questão de forma e de incompetência. Não será antes questão de substância?", questionou Jerónimo de Sousa.
Na opinião do líder comunista, a política seguida pelo Governo é uma "arma de destruição maciça". "Há um problema de comunicação, não entre nós, mas entre si e a realidade nacional. O desemprego não é um problema, é uma tragédia. A recessão está a pôr o país a andar para trás, é dramático. Nem uma medida se perspectiva para um futuro melhor para Portugal e os portugueses. Há uma alternativa a este rumo de desastre - a demissão deste Governo", disse ainda o líder do PCP, anunciando o voto favorável à moção de censura que o PS vai apresentar contra o Governo.
Já Passos Coelho garantiu(?) estar "atento ao que se passa no país, designadamente o desemprego" e "a trabalhar para alterar a situação". Jerónimo não gostou da resposta. "Põe esse ar ternurento, como quem está preocupado com o desemprego, mas prepara-se para despedir milhares de trabalhadores da função pública", referiu o líder do PCP.
O primeiro-ministro garantiu(?) que o objectivo não é o despedimento, sustentando que é por isso que estão em curso conversações com os sindicatos.
Comentário
de Brasilino Godinho:
Assim, de
forma muito elucidativa, os leitores confirmarão a bagunça que está instalada
no seio da desavinda família de conveniência política chefiada por Passos
Coelho e das contradições que se vão cultivando entre ele e os seus
arregimentados parentes, companheiros, ajudantes de campo e lacaios de serviço
propagandístico.
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