BRASILINO
GODINHO
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Estimadas(os) leitoras(es),
Estimadas(os) leitoras(es),
Anexo uma minha crónica acerca da "suprema infelicidade" com que a maioria dos portugueses se defronta…
Vale a pena referir que anda por aí
esquiva a esperança de se ver luz na extremidade do túnel; até porque nem
desperta parece estar a atenção do "Grande Arquitecto do Universo"
para a gravidade da situação... Ademais,
esta divindade também não dá mostra de conhecer a existência da galeria
subterrânea do nosso infortúnio colectivo... Certamente, por estar ocupada com os seus grandes regalos
celestiais não lhe sobra tempo, disposição ou lembrança, para dispensar algum
cuidado aos indígenas lusitanos.
Assim se acumulam: a "suprema infelicidade" indigenata e a grande
desgraça
da divinal indiferença…
Com os melhores cumprimentos.
Brasilino Godinho
Em
tempo de compasso...
Suprema
infelicidade...
Não
suscita interesse nos mercados
a
ambicionada privatização…
Brasilino
Godinho
Portugal vive
um dos períodos mais tenebrosos da sua longa história que, em certos aspectos
demasiado negros, repõe o clima de medo, angústia, miséria, fome, privações e
desilusão, vigentes no tempo mais sombrio da ditadura do Estado Novo.
A nação
portuguesa encontra-se muito debilitada, bastante sofredora, subjugada a
interesses muito obscuros preponderantes no território nacional e sujeita a
outros, mui misteriosos, dispersos pelo estrangeiro.
Todo este
deplorável estádio existencial de país tutelado pelos mercados internacionais tem
alguma origem em fenómenos conjunturais ocorridos à escala mundial mas,
sobretudo, criou raízes por força daqueloutras políticas anómalas, perversas,
desconformes, insensatas, obstinadamente prosseguidas por sucessivos governos oportunistas
e incompetentes que mal geriram a Administração Pública e pior desgovernaram a
grei, em avultado prejuízo dos seus inegáveis direitos e legítimos interesses.
Por isso,
Portugal tem seguido muito enfermo nos últimos tempos. E a partir de 2011 mais
definhando e arrastando penosa vida de sofrimento insuportável; o qual, lhe é
causado por um governo fraco de espírito, débil de compleição física, nula
robustez, teimoso, prepotente, sem ânimo, nenhuma força, completamente alheado
da natureza, da especificidade e essência dos problemas, desprovido de
sensibilidade, fingindo desconhecer (para não os respeitar) os valores
democráticos da Liberdade da Igualdade e da Fraternidade, completamente
enredado na teia das suas contradições internas e das congénitas inabilidades persistentemente demonstradas, nas quais se
detectam incríveis falhas de conhecimentos, que dir-se-iam ser de primeira
necessidade e de fundamental aplicação no dia-a-dia de actividades de uma
entidade que é um vital órgão de soberania.
Acresce que o
actual governo sofre de uma “lepra” contagiosa que para além de o enfraquecer
também degrada o tecido social do espaço luso.
Daí, decorre que o “leproso” governo português
está gravemente doente. Certo! Sem margem para dúvidas! Enfermo de tão terrível
patologia, atribuível a uma espécie claramente definida no âmbito sanitário
nacional. Ela, horrenda enfermidade, também se pode caracterizar por simplificada
designação plural; ou seja, por dois tipos de febres: a temível febre da crónica
austeridade aguda; e a enfadonha febre, de prolongadas temperaturas abrasadoras,
das privatizações espúrias. Qual dos tipos o mais devastador? Venha o Diabo
fazer a maligna escolha.
Trata-se de uma repelente doença que se
vem manifestando com agressividade crescente sobre o tecido socioeconómico do
país. O governo assim profundamente afectado no físico e na mente, vive sob um
total desnorte que se traduz no seguinte quadro:
-
recorre
a vários e desconchavados expedientes para desencadear os mais contundentes
ataques de natureza mortífera a quantos arvorou em inimigos a abater, como
sejam: a generalidade dos funcionários públicos, os reformados e os cidadãos
mais carenciados ou desprotegidos, entre os quais se encontram os idosos de
parcos recursos;
-
providencia,
sem quebras de ritmos, nas aplicações de medidas avulsas bastante prejudiciais
à Economia, ao Ensino, à Saúde e ao pleno Emprego;
-
com
intensiva virulência investe sobre todos os indígenas mais desprotegidos da
sociedade, no sentido de os privar dos mais básicos meios de subsistência;
-
prossegue
uma demolidora política que conduz o país para um estado de calamidade social;
-
e,
nos últimos dias, num alarde de esquizofrenia, ameaça lançar-se sofregamente
sobre os inertes seres chamados fundos de pensões que, até relativamente há
pouco tempo, estavam a salvo de qualquer cobiça ou saque, gozando de tranquila
existência, em recatados aposentos de instituições tão importantes e
respeitáveis como o Banco de Portugal, a Caixa Geral de Aposentações, a
Segurança Social, etc..
Perante uma tão gravosa situação do País,
decorrente da doença tão maléfica e virulenta de que está possuído o governo
nacional e que é do conhecimento geral, não se vislumbra o médico, a terapêutica
e o antídoto, necessários e eficazes que erradiquem, de vez, o agente/corpo governamental,
auto-infeccioso, afastando-o definitivamente - a título profiláctico e
regenerador do meio ambiente - do seio da sociedade em que está inserido.
Porque possuído do gérmen doentio e,
também, porque ele mesmo gerar e alimentar em si mesmo a repugnante patologia,
regista-se o invulgar fenómeno de se ter despertado a ideia ambiciosa de que a
solução do complicado problema poderia estar na inédita privatização do próprio
governo, desde que qualquer entidade estrangeira se interessasse pelo estafermo
e o levasse para bem longe do território português. Chega a pensar-se que um
bom destino seria a China, dada a imensa distância em que se encontra de
Portugal.
Infelizmente, não há sinais de qualquer
interesse dos mercados americanos e asiáticos na aquisição do famigerado
colégio da desgovernação nacional. E dos chineses não veio, até agora, qualquer
sinal que animasse a malta...
É mais uma tremenda desgraça que assim
suceda…
Nota final. Num momento de tamanha
desventura nacional vale a pena introduzir uma hipótese que nos anime a todos,
quantos nos incluímos nos seleccionados perseguidos pela sanha governamental.
A excelente
solução para o pungente problema, aqui focado, seria a de, simplesmente, a NASA
adquirir o colégio governamental português, pela totalidade dos seus elementos
constituintes, e de imediato, sem delongas, transferi-lo para Marte onde se
fixaria para sempre como a primeira comunidade residente naquele longínquo
planeta…
Então, assunto
arrumado. E, decididamente, garantido que todos respiraríamos de alívio e já
estaria ao nosso alcance dormirmos tranquilamente, sem pesadelos…
Fim
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