Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

terça-feira, fevereiro 19, 2013

Em tempo de compasso...

CURIOSIDADES ENRIQUECEDORAS
DO BESTUNTO DE INDÍGENA PORTUGUÊS...

Brasilino Godinho

Parte I. Curiosidades ocasionais

Face ao que se passou ontem no “Clube dos Pensadores”, do Porto, há que assinalar as seguintes curiosidades:
Primeira: Haver pensadores em Portugal...
Segunda: Existir um “clube de pensadores” na cidade do Porto.
Terceira: Que relativamente a esses “pensadores” não se conheçam as caras, as vozes e as produções filosóficas ou simplesmente as distintas manifestações dos seus pensamentos.
Quarta: Que o clube dos ditos tenha convidado um ministro para proferir uma palestra. Precisamente, algo que nunca se deve pedir aos nossos governantes, pois que são conhecidos por terem grandes dificuldades em usar o português e em articularem um discurso coerente, objectivo e verdadeiro.
Quinta: Que o ministro, sempre a rir, como que advertindo para não o tomarem a sério, proclamou que os portugueses devem “acreditar que em 2015 Portugal estará melhor que aquilo que está hoje”.
Sexta: Justamente por se saber como estamos hoje e se pressentir como estaremos pior amanhã, estranha-se que isto dito num “clube de pensadores” não tenha havido reacção discordante de nenhum dos pensantes ali pasmados - o que é susceptível de comprometer a justeza dos pensamentos que elaborem dentro e fora do clube...
Sétima: O ministro, assumindo o papel de atrevido pedinte, brincou: “Peçam-nos os resultados no fim do mandato”. Bonita brincadeira! Os “pensadores” assobiaram para o lado... Houve um (o presidente?) que muito gritou e gesticulou (mais uma curiosidade na atitude de um “pensador”). O que seria óbvio vir ao pensamento de um pensador era, de imediato, ripostar: E quantos estarão cá, neste malfadado recanto nacional, vivos ou em estado de sanidade mental, para vos fazer esse pedido?
Oitava: O ministro que anda há mais de um ano a propor a refundação do Estado veio agora dizer que “a questão não está na refundação, mas na redefinição das funções do Estado”. A criatura ministerial já que não admite redefinir-se a si mesma, assim permitindo a refundação do executivo, contenta-se em baralhar e dar de novo as desengraçadas cartas de um baralho viciado há demasiado tempo.
Nona: Em dada altura, esquecendo-se que estava num “clube de pensadores” o ministro resolveu mostrar os seus dotes de cantor. Quis acompanhar o coro que entoava “GRÂNDOLA, VILA MORENA”. Sorria, notoriamente contrafeito. Mostrava os dentes. De quando em quando subia o tom da voz esganiçada. Desafinava constantemente. Foi um desastre completo. Também confrangedor. Muito patético. O sujeito não tem futuro como artista das cantorias. Embora se lhe reconheça alguma aptidão para as exibições folclóricas. Aliás, no seu currículo está referenciado o exercício da importante função de presidente da assembleia geral de uma associação folclórica da região tomarense – o que teve marca indelével em badalada equivalência de apetências escolares... Algo gratificante em termos de sabedoria funcional no seio do governo que nos caiu em rifa eleitoral. Além de que lhe facultou projecção social no areal de Copacabana, no Rio de Janeiro e nas margens do grande lago de Brasília...
Décima: Pelo próprio ministro foi feita uma enternecedora confidência de natureza muito íntima que terá sido bem acolhida pelos membros do “clube de pensadores”: “sou uma pessoa íntegra”. De facto, tal expressão do pensamento da ministerial figura está em consonância e credita a escolha do clube. Este, mostrou-se muito inspirado e assertivo, porque num outro selecto clube (o governamental) composto de vários ministros e podendo optar por um ou outro dos vários que, afinal, figuram mal retratados na montra do Terreiro do Paço, acertou logo, em cheio, num que pela sua integridade e aptidões artísticas de múltiplas naturezas, destoa de todos os outros, como faz supor a invulgar declaração do ministro ali em foco. Sim, porque se ele sentiu necessidade de marcar posição ímpar ali, num recatado “clube de pensadores”, foi baseado na precaução de não ser confundido com os demais...
Lá diz o ditado: “Homem prevenido vale por dois”... E o chefe Coelho também acredita que o seu protegido vale, pelo menos, por dois ministros, Se calhar, até pela totalidade do (des)governo...

Parte II. Curiosidades institucionais

Primeira: O actual governo português é constituído por duas componentes: uma, a dos negócios internos; outra, a dos negócios estrangeiros.
Segunda: A primeira área governamental é dirigida pelo chefe Coelho, que passa os dias a saltitar por todo o território nacional. A segunda área está subordinada ao subchefe Portas que está constantemente em viagens pelo estrangeiro, actuando como caixeiro-viajante que procura fazer “negócios estrangeiros”; aliás, em total correspondência com a designação do respectivo ministério. Actua com desenvoltura de portas adentro e sem dependências de passos incertos e desconcertantes...
Terceira: O chefe Coelho dispõe dos chamados ministros por quem reparte as tarefas em curso de navegação à deriva. Esta, ressente-se da imperícia do comandante e das deficientes prestações dos comissários e dos maquinistas. Daí, que o barco não tenha um regular percurso...
Quarta: Um pouco à distância do chefe/comandante Coelho e em contacto directo com os ministros encontram-se os secretários de Estado; melhor dito, os secretários de vários estados de desconformidade governamental – aqueles que a cavacal figura presidencial apelidou de “ajudantes”. Estes são, às vezes, uns coitados que se vêm em palpos-de-aranha porque não conseguem dar uma para a caixa... Por isso, é que alguns deles nem querem dar nada para a caixa da SEGIRANÇA SOCIAL... E neste ponto, a porca torce o rabo. Forçosamente!
Fim

Nota: Esta crónica foi escrita ao desabrigo do famigerado Acordo Ortográfico.