Em
tempo de compasso...
ENQUANTO PORTUGAL EMPOBRECE,
A LÍNGUA PORTUGUESA ENRIQUECE...
POR MERCÊ (E À SEMELHANÇA)
DE UNS DISTINTOS PARDALÕES...
Brasilino Godinho
Pois
é verdade! A Língua Portuguesa acabou ontem por ficar enriquecida com o verbo Cadilhar
– que significa a forma artística de um grande senhor da política ou com ela
aparentado ou amancebado, sacar reformas e (ou) indemnizações milionárias, com
pouquíssimo tempo de efectividade de funções ou de serviços.
E
isso aconteceu depois de se saber, através da Internet, que o conhecido
político e ex-ministro da Fazenda Nacional, Miguel Cadilhe, de tonalidade
laranja, ilustre membro do partido PSD, terá sido, resolutamente, favorecido
com a verba de mais de dez milhões de euros em retribuição(?) por seis meses de
exercício das funções de presidente do Conselho de Administração do falido
banco BPN (Banco que já custou milhares de milhões de euros aos contribuintes).
Claro
que todos devemos considerar que, se a Língua Portuguesa fica ingloriamente
enriquecida com um termo repulsivo, milhões de portugueses estão nas lonas e
passando os maiores sacrifícios, sujeitos a tremendas privações e sofrendo
terríveis angústias, que são impostas pelos vários Cadilhes que assentaram arraiais na administração do Estado. Este
horrível quadro de tenebrosos conteúdos pode resumir-se numa expressão muito
concreta: para os Cadilhes se
darem ao luxo e à desavergonhada liberdade de se cadilharem e, portanto, viverem como nababos; milhões de
cidadãos vão ficando metidos em inúmeros cadilhos:
trabalhos muitos, apoquentações imensas, carências enormes, aflições
incomensuráveis. Para eles, Cadilhes, o fausto, a riqueza, a abundância, o
esbanjamento e a vida airada. Para os indígenas: os sacrifícios, a miséria, a
fome e a doença (prenúncio de morte anunciada ou induzida pela casta da
governança).
Ora,
os leitores leiam o despacho noticioso que circula pela Internet; o qual,
transcrevo a seguir:
“Miguel
Cadilhe recebeu mais de 10 milhões de euros para aceitar ser presidente do BPN,
em 2008. O valor bruto correspondia à reforma vitalícia a que teria direito,
caso continuasse como administrador do BCP, o banco onde trabalhava até àquela
altura. Cadilhe esteve à frente do grupo BPN/SLN apenas 6 meses, até à
nacionalização do banco.
Alguns
deputados da comissão parlamentar que investigou o caso chegaram a pedir que
devolvesse o dinheiro”.
Uma
minha última observação: Esta nota dos parlamentares “investigadores” chegarem a pedir que Cadilhe “devolvesse o dinheiro”, é uma anedota que daria para rir, se não
fora o seu alto nível grotesco. Porém, acontece que ela proporciona desolação;
quiçá choro e raiva aos milhentos indígenas sofredores deste país. Mais:
deduz-se que a mesma terá provindo de “investigadores”
enfermando de um grande amadorismo, associado a uma deslavada ingenuidade ou a
um grosseiro faz-de-conta…
Assim,
vai a bagunça, prossegue o regabofe e continua o descalabro
político/financeiro/económico de Portugal …
Também a desgraça de inúmeros cidadãos, cidadãs e famílias deste amargurado
povo lusitano.
Fim
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