Ao compasso do tempo…
EIS UM AVISO ALARMANTE...
SE FICAR PIEGAS A
CULPA
É DE RELVAS DO MIGUEL...
Brasilino Godinho
Assim, há pouco, se me afigurou acontecer:
ficar piegas. Temo. E face aos acontecimentos que se vão sucedendo nos últimos
tempos, corro um grande risco de me ver por aí a derramar lágrimas de
comiseração pela afortunada criatura arrelvada.
Todavia, desejo ardentemente não chegar àquele
tristíssimo ponto de degenerescência psíquica que corresponderia a chorar
lágrimas de sangue – deste modo designado o choro convulsivo ou o chorar muito.
Espero, apesar do ambiente propício que se está gerando com muito desembaraço e
nem menor atrevimento, não atingir esse confrangedor estádio de desequilíbrio
mental.
Isto escrito, porquê? – perguntará o
leitor.
Vou responder:
01.
Relvas, havia tempo que estava ausente do espectáculo mediático. Fazendo
o quê? Não se sabe! Mistério de um homem enigmático… Talvez conservando-se em estado
de meditabundo… segundo se conjecturou nos meios geralmente mal
informados… Mas na última semana surgiu,
inopinadamente, de peito feito e com jeitos de fanfarronice e de atirador
furtivo, num seráfico clube de "pensadores" , sito no Porto e, dias
depois, numa imprecisa conferência no ISCTE sobre jornalismo (bem escolhido
tema para melhor seleccionado conferencista… Diria o saudosos cómico Badaró:
“Toma e embrulha!), promovida pela TVI.
02. Desastradas iniciativas, estas de Relvas
- o fogoso político do PSD que suscita,
em qualquer altura ou lugar, um avassalador desencanto colectivo. Saiu-lhe o
tiro pela culatra. De ambas as vezes foi ‘brindado’
com apupos e o cântico "Grândola, Vila Morena".
03. Envolvido em tais situações de
contestação pessoal tentou dar a volta por cima e mostrar-se vítima,
assumindo-se como um coitadinho.
04. O próprio e os seus amigos, que já nos
habituámos a ouvir dizer que são os “bons cidadãos” deste país, quais zelosos
guardiões do templo da Democracia, vieram apressadamente à estacada vociferar
contra o que consideravam ser um ataque aos direitos constitucionais de
qualquer cidadão poder expressar o seu pensamento (Só que vele a pena anotar
que o senhor Relvas não é um cidadão
qualquer. É detentor de um cartão de visita com rótulo de licenciado de muitos
créditos obtidos pelas suas extraordinárias proezas de actor do circo político
e de animador folclórico na cidade de Tomar e… é ministro muitíssimo afeiçoado
ao grande chefe COELHO, esplêndido comandante operacional do (des)governo
nacional).
Mais disseram que tais manifestações de
protesto contra Relvas eram atentados à Democracia.
05. Estas irresponsáveis afirmações, audaciosas
e incongruentes, davam para rir às gargalhadas se a situação do País fosse de
normalidade e não se tivesse largamente perdido o sentido de humor – o que se
pode atribuir aos dias sombrios que a maioria dos portugueses está vivendo com muitas
amarguras, grandes tristezas e imensos sofrimentos.
06. Entre o reduzido número dos abnegados
apoiantes de Relvas destacaram-se os socialistas Costa e Assis que, num rasgo
de surpreendente e pouco recomendável fraternidade, assumiram rapidamente as
dores das presumidas agressões e ofensas à criatura arrelvada. E não se
houveram com meias palavras ou gestos comedidos. Nada disso! Eles vieram com
arreganho e diligência fazer aquilo que a maioria do ‘pessoal’ do PSD nem sequer ousou:
terçar em defesa de Relvas, membro do Partido Social-Democrata e ministro
irmanado com Coelho – o conhecidíssimo mamífero roedor de passos muito incertos.
07. Aliás, umas acções de harmoniosa
convergência ritual, a que não faltou uma emblemática sintonia operacional e em
que socialistas e demais gente acintosamente arrelvada, agiram como se todos
fizessem parte da mesma irmandade…
08. Porém, acontece que o meu convencimento
vai no sentido de o citado ser arrelvado ter um longo historial de violentos ataques
à Cidadania, à Ética, à dignidade inerente ao Ensino Superior, à
Democracia, à Liberdade, à Igualdade e à Fraternidade e de serem Relvas e o
Governo que nele se revê, uns autênticos e permanentes fautores de atentados destrutivos
do País, do Estado, da Democracia, do Ensino Superior (faz algum sentido
repetir a referência…) e do Povo.
09. Apesar desta minha convicção ou melhor
dizendo, reserva mental sobre a criatura e o governo arrelvados, confesso que fiquei muito enternecido(…) ao conhecer
os insinuantes termos das perorações de Assis (não confundir com o santo
Francisco de Assis) e de Costa (o António, da Câmara Municipal de Lisboa; não
valerá trazer à colação outros Costas, como o Afonso da primeira República e o
Santos, da “Democracia Orgânica” de Oliveira Salazar).
10.. E tão perplexo e comovido me quedei que, breve
tempo transcorrido, ao dar-me conta do miasma, qual artimanha que, de supetão,
me conduzira a tão comprometedora e desastrosa contingência que, pasmado comigo
mesmo, receei que estivesse a deixar-me atreito à pieguice. Demais a mais, por
suprema ironia e maior desalento, com origem no fenómeno arrelvado que está
corporizado no incrível ministro Relvas.
Resumindo: Tenho confiança na minha pessoa e creio
que não me vou deixar influenciar pelos arroubos dos arrelvados protagonistas
do nosso circo político. Mas se, por infelicidade, cair na pieguice de
arrelvada procedência, quero aqui deixar bem claro que é por culpa de Relvas do
Miguel; a qual, gravosa, inconveniente, detestável, será certamente endereçada
ao alaranjado político Miguel Relvas - a invulgar criatura que configura o
fantástico ícone da actual política portuguesa. Essa responsabilidade lhe cairá
sobre os ombros, sem contemporizações da minha parte…
Fim
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