DE FACTO,
O PAÍS ESTÁ DESGRAÇADO
E SUJEITO A CONTÍNUO SAQUE…
Comentário
de:
Brasilino
Godinho
Hoje, dia 1
de Junho de 2012, até o tranquilo Arcebispo Primaz de Braga, D. Jorge Ortiga, enquanto
tomava o pequeno-almoço e ao consultar o jornal, se engasgou quando leu a
notícia de que o grande irmão, celebrado ornamento da Opus Dei, em Portugal,
engenheiro Jardim Gonçalves, de sua suprema grandeza e opulenta graça, aufere a
pensão mensal de privilegiado reformado do Banco Comercial Português, pela módica(…)
quantia de €. 175 000,00 (cento e setenta e cinco mil euros).
Ora a
ocorrência do engasgo e consequente susto de D. Jorge Ortiga (felizmente sem
graves consequências para o seu estado de saúde) e a prevalência da famigerada
pensão de Jardim Gonçalves demonstram o estado calamitoso a que chegámos em
Portugal.
No caso do
ilustre antístite releva a circunstância de ele ter ficado profundamente
chocado com a exagerada pensão de Jardim Gonçalves; certamente quando, no seu
lúcido espírito, a esta excrescência cívica da nossa molesta sociedade,
contrapõs a existência no nosso país de uma imensa multidão de desempregados,
de esfomeados e de cidadãos arrostando insanas vidas sem mínimas condições de
dignidade ou conforto.
Por aqui se
nota que tal aberração no domínio da aposentadoria da jardinal figura – como
quaisquer outras idênticas - é, per se
e para além das potenciais, graves, implicações de natureza social, susceptível
de pôr em risco a saúde de qualquer pessoa, como aconteceu com D. Jorge Ortiga
– o que assume os contornos de um latente perigo para a sociedade portuguesa em
geral e para o vulgar cidadão em particular.
No que
concerne a Jardim Gonçalves sobressai o completo alheamento da realidade
nacional, uma enorme falta de sensibilidade para a extrema gravidade da sua
anómala e obscena reforma, em confronto com uma conjuntura que afecta dolorosamente
inúmeros portugueses. Outrossim, uma notória falta de pudor em aceitar tão
grandes proventos e em manter uma querela judicial com o banco que dirigiu
durante muitos anos e que está apontada no sentido de anular a decisão da
actual administração que pretende reduzir o montante da respectiva pensão
mensal que actualmente lhe é paga.
Enquanto
isto - aqui relatado - sucede, vai o governo dizendo que são necessários novos
cortes nos salários e mais sacrifícios dos mesmos indígenas; os quais, são
sempre os únicos verdadeiramente atingidos.
Em repetição
e concluindo: o País está desgraçado e sujeito a contínuo saque.
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