Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

domingo, abril 29, 2012


Em contraposição à presidencial imagem de Portugal exposta no discurso de 25 de Abril de 2012, da presidencial figura, antepomos a verdadeira imagem do estado da Nação; a qual, antecipámos em 25 de Fevereiro de 2012.

Sábado, Fevereiro 25, 2012

Ao compasso do tempo…

AI, PORTUGAL!
Querem confundir-te com o (DES)GOVERNO…

Brasilino Godinho

Maldição…
Sorte de desgraça e vitupério. Triste fado enraizado na Lisboa de má fama…
Portugal e as gentes portuguesas não mereciam este quotidiano de infortúnio.
Nos últimos tempos muitos dos chamados políticos portugueses que se entretém a fingir que são políticos normais; pessoas devotas da Democracia; indivíduos dedicados à República; cidadãos zelosos dos seus deveres cívicos; homens de bons costumes, de fraternos sentimentos de igualdade e amantes entusiastas da liberdade; têm-se empenhado em imitar os papagaios, repetindo até à exaustão que Portugal tem de conservar a boa imagem face à comunidade das nações e aos mercados credores.
Já enjoa ouvi-los a toda a hora, repetindo o patético chavão.
Até porque antes de se contemplarem no despropósito que cultivam com o maior desaforo, frequente impudência e total leviandade, deveriam saber que as imagens de um país não se representam por um golpe de asa de atrevido espontâneo - qual Chico esperto a insinuar-se convicto vendedor de ilusões.
Na actual conjuntura, a imagem de Portugal centrada nos planos político/social e económico/financeiro - que é aquela a que reporta a propaganda oficial desencadeada para inglês ver e indígena convencer – está, irremediavelmente, feita em estilhaços.
Os habilidosos artistas da política à portuguesa pretendem que: se o Estado português cumprir o famigerado memorando do comité de três membros, triunvirato internacional (recuso-me, terminantemente, a pronunciar ou escrever a famigerada palavra russa - porque em português me expresso), que agora tutela, vigia e repreende a (des)governação deste país; e o Governo mais intensificar as medidas de austeridade; conseguir-se-á garantir o aplauso dos mercados e o reconhecimento da boa imagem de Portugal… – esta talhada à semelhança daqueloutra, obscena, do governo português. Confundindo o Governo com o País. Isto encenado no circo político, dito, escrito e repetido vezes sem conta e medida, é uma falácia. Conversa da treta! Insuportável! Haja contenção e respeito para com o povo sofredor.
Dando de barato o pleno cumprimento das imposições ou ordenações dos mercados e da senhora Angela Merkel, vindas através do famigerado trio internacional, esse desfecho não fornecerá a apetecida boa figura de um frágil Estado vegetativo, sito em pantanas. Pelo contrário, evidencia a menoridade de Portugal. Outrossim, a falência de uma política e o desconchavo de um governo. Também, a incompetência, a irresponsabilidade e a subserviência dos políticos e governantes portugueses. Mais: é causa de vergonha para os impolutos, honestos, íntegros, carenciados, portugueses - as grandes vítimas do descalabro a que nos conduziu o prosseguimento de insensatos comportamentos e desastrosas políticas.
Como é possível no estrangeiro e aqui, nesta pequena região europeia, encontrar alguém que, conservando-se minimamente informado e em pleno uso das suas faculdades de alma, possa admitir que Portugal suscita apreço e admiração pelo seu posicionamento no quadro europeu e a nível mundial; quando há um generalizado conhecimento das misérias que nos atormentam e nos diminuem perante os outros povos? Tais misérias são: Portugal não dispõe de uma reserva moral da Nação; a maioria da população está em precário estado de sobrevivência; o país tem elevada taxa de desemprego; o sector produtivo encontra-se à beira de colapso económico; a classe média prossegue vias de extinção; os idosos reformados da função pública, com parcos recursos financeiros, vão morrendo sem dinheiro para se alimentarem e para os tratamentos médicos; o comércio e a indústria seguem percursos de decadência e abandono, sucedendo-se as falências e os despedimentos dos trabalhadores; a corrupção é o grande, deletério, polvo com muitos e abrangentes tentáculos; a Justiça enfrenta vários constrangimentos funcionais; a Administração Pública definha, porque subvertida pelo clientelismo partidário; a estatística assinala um desemprego galopante de milhares de jovens licenciados que são incentivados pelos governantes a demandar a estranja em busca de ocupação e sustento. Acrescente-se à enumeração a tenebrosa espiral de endividamento do Estado, decorrente de empréstimos sobre empréstimos para pagar os juros da chamada dívida soberana (e quão soberana ela se irá manter por largo tempo). E registe-se: por aí e além fronteiras está exposto, em toda a refulgente(…) nudez, um vergonhoso Estado falido, sem meios financeiros, espaço e tempo, para proceder às amortizações das acumuladas dívidas; as quais continuam em crescendo, sem fim à vista.
É com esta confrangedora amostra da má qualidade de vida dos portugueses em Portugal (e em países como em França, Alemanha, Suíça e Bélgica, onde os nossos compatriotas passam fome, dormem nas estações ferroviárias e até, alguns, morrem nas vias públicas), que os arautos da falaciosa boa imagem do País julgam que convencem os portugueses da bondade da medonha austeridade e que enganam os observadores estrangeiros.
Pois desiludam-se. Estão caídos num absurdo mundo de fantasias inoperantes; quais seres pasmados, irrepresentáveis e sem préstimo à vista desarmada de preconceitos ou de ideias feitas. A merecerem um repúdio generalizado.

Permito-me fazer uma chamada de atenção aos leitores.
Falando de imagens de Portugal tomemos consciência da inconcebível e horrível imagem de um país (Portugal) cujos governantes estão muitíssimo preocupados em causar boa impressão aos seus homónimos Angela Merkel, Nicolas Sarcozy, aos agentes tutelares do País e aos mercados internacionais e, em simultâneo, se estão nas tintas e indiferentes face à avassaladora degradação das condições de vida da sociedade portuguesa, com realce para as inúmeras tragédias humanas que se vão sucedendo a um ritmo assustador. E ainda sujeitando o País a um preocupante futuro de perigos, danos, vergonhas e dependências vexantes.
Assentemos que isto é algo aberrante e escandaloso. Sobretudo, ofensivo da dignidade do País e dos seus naturais e íncolas.
                                                     Fim