Ao compasso do
tempo…
Conta “calada”.
Urge ser
falada…
Brasilino Godinho
O
desembaraçado ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, traduz à letra
- com aplicação à sua pessoa - a condição negocial do seu cargo governamental
e, também, a sua peculiar identidade de “Paulinho das feiras”. Da conjugação
dessas duas caracterizações da sua personalidade resulta uma nova ocupação
profissional; qual seja a de caixeiro-viajante da, agora, convertida entidade (entreposto
comercial, designado governo português) que passou ingloriamente a usar a sigla
“Made in Portugal” como forma
distintiva de administrar a coisa pública à usança das coelhal e cavacal figuras
e assim sobressair inter-pares no grupo das nações europeias.
Aparentemente
dir-se-ia que, se há que desenvolver o comércio externo, a tarefa do famoso
caixeiro-viajante se justificaria pela sua própria natureza e, eventual, grande
importância na obtenção dos melhores resultados para a economia portuguesa.
Todavia,
desde que ocupou a pasta do comércio externo
e, de imediato, passado a exercer como caixeiro-viajante – sem carteira
profissional, ao que se supõe – Paulo Portas raramente se encontra no País
porque está permanentemente em viagem pelos cinco continentes.
Perante esta
frenética actividade externa seria de esperar que aos portugueses fosse dado
conhecimento dos negócios firmados por Paulo Portas; atendendo ao facto de caber
aos indígenas o direito de saber dos resultados da exploração comercial em
curso e dos programados investimentos na Quinta
da Desgovernação em que está convertido o País.
Pois parece indispensável
que o caixeiro-viajante, de maior representatividade oficial, Paulo Portas, apresentasse
aos portugueses, em tempo oportuno, relatórios pormenorizados das suas
exuberantes deambulações pelo estrangeiro. Até para afirmação de eventuais
méritos do seu exercício - como amador - em tão profissionalizada e exigente
actividade laboral…
Não tendo
Paulo Portas praticado essa elementar obrigação que é inerente à sua específica
actividade, torna-se imprescindível conhecer a grande conta “calada” das
despesas para o Erário das inúmeras viagens que tem efectuado (dos subsídios de
marcha, dos hotéis, dos táxis, dos aviões, dos vencimentos e tempos perdidos
nas viagens, nas jantaradas, nos hotéis e das ajudas de custo pessoais e das
comitivas). Sem dúvida: Um balúrdio! Há que apurá-lo, sem delongas! O
equilíbrio do Orçamento também o exige…
Repete-se:
Urge que a conta das despesas de Paulo Portas passe do estado da graça paulina de “calada”, ao estado da
desgraça portuguesa de ser falada…
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