BRASILINO GODINHO
Estimadas Senhoras,
Caros senhores,
O Presidente Cavaco Silva discursou na
Assembleia da República no p.p. dia 25 de Abril.
Preocupou-se muito com uma sua concebida
imagem idílica de Portugal a projectar-se na estranja.
Qualquer indígena pode dar-se ao
exercício de elaboração de fantasias. O Presidente não pode conceder-se esse
devaneio ou extravagância.
Ao mais alto magistrado do Estado
exige-se rigor, objectividade e lucidez nas análises de avaliação da situação
do País e das suas gentes – o que, no actual momento de avassaladora degradação
é, por demais, pertinente e necessário.
Na circunstância, o presidente da
República omitiu um factor muito importante: a boa imagem que o País transmite
para o exterior é, sobretudo, a qualidade de vida dos seus naturais, a
eficiência da governação, as variadas condições que são proporcionadas
aos observadores e analistas
estrangeiros, sejam elas de natureza monumental, artística, científica,
paisagística, de trato aos turistas, de acolhimento hoteleiro, gastronómica e,
ainda, se fosse o venturoso caso, de competência, de seriedade e de dignidade
instaladas na administração pública. Factores, à partida e sobremodo, a serem
evidenciados na Assembleia da República.
Condição primordial para se conseguir
projecção externa e apreço interno será, repetimos, antes de tudo, incrementar
profundamente a EDUCAÇÃO e cuidar de introduzir na política e na administração
as boa práticas da seriedade, da competência e da correlativa eficiência e,
ainda, cuidar mais da fraternidade e da equidade na aplicação de medidas que
afectam demasiado as classes mais desfavorecidas.
Prosseguir, com grande aprazimento dos
mentores governamentais, no apregoado (por Passos Coelho) rumo do
empobrecimento das gentes portuguesas é uma aberração, uma ignomínia, uma
calamidade social com algum sentido criminável – que, registe-se, sucede em
total violação da Constituição da República Portuguesa.
Um país pobre será sempre um pobre país
vilipendiado.
Porque incomodado com a indiferença
presidencial demonstrada no aludido discurso, face à dolorosa situação de
Portugal, volto a publicar uma crónica que estabelece o contraste entre a
realidade sentida pela maioria dos portugueses e a fantasiosa versão do
Presidente.
Com os melhores cumprimentos.
Brasilino Godinho
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